Acessibilidade / Reportar erro

Bakhtin, Pushkin e a cocriatividade daqueles que compreendem

RESUMO

Do início (1919) até o final de suas publicações (1972), Mikhail Bakhtin escreveu frequentemente a respeito da força da criatividade. Isso foi um tema secundário, mas também uma variante livre e valorativa de seus grandes temas, como dialogismo, cronotopo, carnaval, grande tempo. A definição de Bakhtin que colabora para distinguir o dado, que já existe, do recentemente criado, ajuda-nos, em 2015, a resgatar a criatividade de seus usos desgastados na esfera pública. Uma finalidade deste ensaio é retificar uma expressão valiosa: mostrar o que Bakhtin quer dizer com a cocriatividade daqueles que compreendem1 2 NT: Optamos pela tradução direta da expressão do inglês, não apenas porque nos pareceu expressar mais fielmente o pensamento do autor, mas também a seu pedido. Acrescentamos, porém, que, na tradução de Paulo Bezerra, encontramos "co-criação dos sujeitos da compreensão" (Apontamentos, 2006, p.379, in Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p.367-392); e, na tradução anterior, de M. Ermantina Galvão G. Pereira, "Co-criatividade do compreendente" (1997, p.382, in Estética da criação verbal. Trad. M. Ermantina G. G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p.369-398). . Outra finalidade é especificar, com o auxílio de Bakhtin, o tipo de criatividade que Alexandr Pushkin realiza nos poemas líricos, narrativos e meditativos em seu momento histórico. Na medida em que formos bem-sucedidos, continuamos um projeto de estudos bakhtinianos cujo objetivo é mostrar como seu pensamento contribui para a interpretação da poesia como uma arte verbal.

PALAVRAS-CHAVE:
Criatividade; Performativo; Poesia; Práxis

LAEL/PUC-SP (Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Rua Monte Alegre, 984 , 05014-901 São Paulo - SP, Tel.: (55 11) 3258-4383 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: bakhtinianarevista@gmail.com