RESUMO
A pandemia da covid-19 já levou mais de 150.000 brasileiros a óbito. Destes, mais de 70% são idosos. Ainda que a dinâmica dessa doença implique evitar a transmissibilidade do vírus, há uma forte pressão para a retomada das atividades, relevando e reafirmando uma lógica de indiferença com os idosos. Argumentamos que a contenção da pandemia exige um outro tipo de responsabilidade, de caráter intergeracional. Para tanto, além de refletir sobre a relação entre identidade e alteridade no envelhecimento, nós nos valemos das reflexões de Bakhtin sobre a filosofia do ato responsável, dando ênfase aos conceitos de arquitetônica e de excedente de visão. Por fim, pensando a partir da alteridade enquanto elemento constitutivo da subjetividade, refletimos sobre a importância do encontro entre diferentes gerações para o reconhecimento dos álibis que têm eximido os sujeitos de tomarem as devidas ações no enfrentamento desta pandemia.
PALAVRAS-CHAVE:
Pandemia; Linguagem; Dialogismo; Intergeracionalidade; Envelhecimento