RESUMO
Este artigo analisa uma polêmica do Humanismo italiano envolvendo Dante Alighieri (1265-1321). Naquele período, intelectuais como Cristóforo Landino (1424-1498) e Marsílio Ficino (1433-1499) interpretavam a escrita de Dante pelo prisma platônico do Fedro, isto é, como alguém a quem foram concedidos a graça de contemplar o divino e o poder de retratá-lo. Décadas antes, no entanto, Coluccio Salutati (1331-1406) e Leonardo Bruni (1370-1444) já haviam atribuído a Dante o mérito de ter se debruçado sobre os estudos formais e, com isso, ter sido capaz de desenvolver artifícios expressivos à sua poesia por conta própria. Para a análise das diferentes leituras, serão observados trechos em que Dante dá indícios de seu percurso e amadurecimento intelectual, assim como aqueles em que é possível observar a atuação do poeta na difusão do conhecimento formal em consonância com seus valores éticos.
PALAVRAS-CHAVE:
Dante Alighieri; Humanismo; Neoplatonismo