A violência contra crianças e adolescentes é um grave problema mundial e de saúde pública, que ameaça o bem estar físico e mental, deixando sequelas irreparáveis. A notificação desta violência permite sua prevenção e proteção das crianças e adolescentes. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de lesões na região de cabeça e pescoço contra crianças e adolescentes, bem como caracterizar o tipo das lesões, o agressor e unidades notificadoras. Essa pesquisa retrospectiva foi realizada no Centro de Epidemiologia da Prefeitura Municipal de Curitiba. Um total de 10.483 notificações dos anos de 2010 (5.112) e 2011 (5.371) foi analisado, para compor a amostra das lesões físicas ocorridas no ambiente intrafamiliar, na faixa etária de 0 a 17 anos de idade. Em 2010, a frequência de abuso físico intrafamiliar foi de 322 casos. Destas, 57,1% eram do sexo masculino e 42,9% do sexo feminino, e 58% (187) delas tiveram lesões em cabeça e pescoço. No ano de 2011 foram 342 notificações, sendo que 49% eram do sexo masculino e 51% do sexo feminino e as lesões em cabeça e pescoço corresponderam a 65% (222) dos casos notificados. Houve aumento na prevalência de 6% das lesões físicas e 19% das lesões na região de cabeça e pescoço, do ano de 2010 para 2011. Conclui-se que é alta a prevalência de lesões na região de cabeça e pescoço, áreas facilmente observadas pelo profissional de saúde e da educação. A criação de órgãos notificadores em hospitais e unidades de saúde é fundamental para a vigilância epidemiológica e para definição de políticas adequadas.
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