Resumo
Este estudo analisou a prevalência de palestras envolvendo estética na programação científica de congressos de Odontologia brasileiros, e a distribuição do gênero dos palestrantes. Todas as palestras apresentadas em três congressos de Odontologia (CIOBA, CIOGO, and CIOSP) entre 2016 e 2020 foram avaliadas. Três avaliadores utilizaram os títulos das palestras para dividi-las entre as especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) do Brasil. As palestras foram também classificadas como envolvendo ou não estética, e o gênero do palestrante foi registrado. Análises estatísticas descritivas foram realizadas, e testes de Qui-quadrado avaliaram possíveis interações entre fatores. A palavra mais citada nos títulos das palestras foi “estética” (13,6%), seguido por “odontologia” (9,9%) e “tratamento” (8,1%). Doenças orais foram raramente mencionadas nos títulos (até 1,3%). O maior número de palestras foi observado para a especialidade de Dentística (22,3%), seguido por Prótese Dental (18,3%). Aproximadamente um terço das palestras envolviam algum aspecto estético, com porcentagens entre 71,9 a 78,6% para as duas especialidades com mais palestras. Em relação ao gênero do palestrante, a inequidade foi maior para palestras envolvendo estética (81,6% de homens) que para tópicos não relacionadas à estética (66,7%). Mais palestrantes do sexo masculino que feminino foram observados para todas as especialidades. A maior discrepância entre os gêneros foi observada para Odontopediatria, uma especialidade com 62,4% dos palestrantes do sexo masculino, embora apenas 10,6% dos especialistas registrados no CFO eram homens. Como conclusão, os congressos de Odontologia Brasileiros parecem preferir palestras abordando tópicos de estética e palestrantes do sexo masculino.
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