As unhas têm sido consideradas um biomarcador para a exposição ao flúor (F), mas não há consenso se é um indicador confiável para exposição ao F a partir do dentifrício. Vinte e três crianças, com idade entre 1 a 3 anos, moradoras de Piracicaba (0,72 ppm F na água), Brasil, foram submetidas a duas fases de diferentes exposição ao F: fase A (1a a 11a semanas), as crianças foram expostas à combinação de F a partir da dieta (sólidos e líquidos) e dentifrício (1500 µg F/g como MFP); e na fase B (12ª a 29ª semanas), apenas ao F da dieta, uma vez que usaram dentifrício não fluoretado. As unhas das mãos foram coletadas semanalmente durante 35 semanas para determinação de F. A exposição ao F a partir da dieta e dentifrício foi também determinada. Ambas análises foram feitas com eletrodo específico para F. A exposição ao F foi significativamente maior (p<0,001) quando as crianças foram expostas ao F da dieta + dentifrício que ao F da dieta (0,086 ± 0,032 e 0,040 ± 0,009 mg F/kg corpóreo/dia, respectivamente). Entretanto, a concentração de F nas unhas coletadas durante todo o período experimental não diminuiu após a interrupção da ingestão do F a partir do dentifrício. Os resultados sugerem que as unhas das mãos não são um biomarcador confiável para refletir a exposição ao F pelo dentifrício.
