Resumo
A rápida progressão das lesões de cárie nos dentes molares permanentes de pacientes jovens, frequentemente resulta no tratamento endodôntico. Este ensaio clinico randomizado cego avaliou o efeito de dois cimentos endodônticos (Sealer 26 e AH Plus) na incidência de dor e reparo apical após tratamento endodôntico de dentes molares jovens e identificar fatores associados aos desfechos do tratamento. O tratamento endodôntico foi realizado por estudantes de graduação em dentes molares permanentes (n=69) de pacientes jovens (n=54) na Clínica de Extensão Endodôntica e Restauradora da Universidade Federal de Uberlândia, Brasil. Protaper Next foi usado e os dois cimentos foram distribuídos aleatoriamente nas amostras, as quais foram restauradas com resina composta direta. Dois desfechos clínicos primários - reparo apical e dor pós-operatória foram avaliados após 12 e 24 meses por operadores de forma cega. Análise longitudinal dos dados incluiu a descrição das taxas de incidência e modelo de regressão misto usando Equações de Estimativa Generalizadas (GEE). As incidências (%) do reparo apical e dos dentes assintomáticos foram respectivamente 90,5/89,3 e 96,8/90,0 nos períodos de 1 e 2 anos de acompanhamento. Ausência de reparo apical foi associada com pulpectomia insatisfatória (p=0,003) e condições periapicais (p=0,007), bem como sua interação (p=0,016). Nenhuma dessas variáveis independentes foi capaz de prever a ocorrência de dor nos períodos de acompanhamento. O tratamento endodôntico mostrou resultados satisfatórios após 2 anos. O prognóstico do reparo apical depende das condições iniciais. Nenhum efeito do cimento endodôntico foi observado. O tratamento endodôntico de molares jovens associado com restaurações em resina composta realizado por estudantes de graduação tem um papel relevante na redução do risco de perda do dente permanente.