Este estudo visou avaliar, sob um modelo de erosão dental que se aproxima da realidade clínica, se o esmalte e a dentina radicular bovinos seriam substitutos viáveis aos correspondentes substratos de origem humana. De acordo com um delineamento crossover 2x2, 14 voluntários utilizaram dispositivos palatinos contendo fragmentos de esmalte humano e bovino. Metade dos participantes ingeriu suco de laranja (4x/dia, por 10 dias) e, a seguir, alternou para a ingestão de água mineral, enquanto os demais voluntários receberam a seqüência reversa. Em um segundo experimento, os sujeitos da pesquisa fizeram uso do dispositivo palatino contendo fragmentos de dentina radicular bovina e humana. Exceto pela duração de cada uma das duas fases experimentais (2 ao invés de 10 dias), utilizou-se o mesmo protocolo empregado no estudo em que se comparou o esmalte. Os substratos dentais foram avaliados quanto a sua microdureza superficial. ANOVAs a dois critérios (α=0,05) não indicaram diferença entre os valores de microdureza observados para o esmalte humano e bovino (p=0,1350), porém a dentina radicular apresentou microdureza inferior à humana (p=0,0432). Enquanto o esmalte bovino é um substituto fidedigno do substrato humano em modelos in situ de erosão dental, a dentina radicular bovina não parece ser uma alternativa viável ao tecido humano correspondente.