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Em busca do Brasil: Edgard Roquette-Pinto e o retrato antropológico brasileiro (1905-1935)

TESES E DISSERTAÇÕES

Em busca do Brasil: Edgard Roquette-Pinto e o retrato antropológico brasileiro (1905-1935)

Vanderlei Sebastião de Souza

Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz - Rio de Janeiro (RJ) 2011, vanderleidesouza@yahoo.com.br

A tese trata da história da antropologia física e das discussões sobre raça e nação no início do século XX, tendo como foco os estudos antropológicos desenvolvidos pelo médico e antropólogo Edgard Roquette-Pinto. Como cientista ligado ao Museu Nacional do Rio de Janeiro entre 1905 e 1935, esse personagem dedicou sua trajetória às pesquisas em antropologia e etnografia do Brasil, por meio das quais procurou não apenas descrever as características raciais formadoras do país, como também avaliar a viabilidade biológica, o caráter psicológico e as condições sociais da população. Assim, articulando a militância nacionalista de Roquette-Pinto, sua atuação pública e seu diálogo com o pensamento antropológico da época, a tese analisa as relações entre antropologia, nação e política, ressaltando as fronteiras nacionais e internacionais que envolviam esse debate. A antropologia de Roquette-Pinto estava alicerçada tanto no contexto nacional e nas preocupações científicas e intelectuais brasileiras quanto no debate internacional sobre raça e populações. De um lado, a tese analisa a interlocução e as controvérsias do antropólogo com escritores brasileiros, como Euclides da Cunha, Manoel Bomfim, Oliveira Vianna, Renato Kehl e Gilberto Freyre, procurando compreender como as polêmicas sobre miscigenação racial, imigração e povoamento do Brasil foram centrais na construção de interpretações, diagnósticos e projetos de reforma nacional. Por outro lado, o trabalho destaca que a obra de Roquette-Pinto foi construída em diálogo com antropólogos físicos, historiadores e eugenistas estrangeiros, sobretudo alemães e norte-americanos, entre os quais se destacam Charles Davenport, Madison Grant, Eugen Fischer, Rüdiger Bilden e Franz Boas. Um dos argumentos defendidos neste trabalho consiste, justamente, em destacar que a antropologia de Roquette-Pinto se torna mais inteligível quando analisado o debate internacional envolvendo os estudos antropológicos e as redes intelectuais. Deste modo, a tese é uma contribuição tanto para a história da antropologia no Brasil quanto para a história da circulação de ideias sobre raça, identidade nacional e população em contexto internacional.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jan 2013
  • Data do Fascículo
    Dez 2012
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