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Arte rupestre na província de Misiones/Argentina: o sítio Campo Yabebirí

Rock art in the province of Misiones (Argentina): the site Campo Yabebirí

Resumo

Neste trabalho documentamos as gravuras do sítio Campo Yabebirí, localizado na margem direita do rio homônimo, no Departamento de São Inácio, província de Misiones (Argentina). O conjunto constitui, até o momento, o único registro publicado de gravuras rupestres existentes nesta província, cujos desenhos se constituem em círculos e linhas estilisticamente vinculados com outros conjuntos descritos especialmente no sul do Brasil.

Arte rupestre; Província de Misiones; Brasil; Gravuras

Abstract

In this study, we document the engravings of Campo Yabebirí, located on the right bank of the Yabebirí River, in the Department of San Ignacio, province of Misiones (Argentina). The petroglyphs are so far the only record of rock art encountered in this province. The main designs are circles and abstract figures, stylistically linked to other rock art figures described in southern Brazil.

Misiones; Rock art; Brasil; Petroglyphs

INTRODUÇÃO

O registro arqueológico de gravuras rupestres da província de Misiones é praticamente desconhecido. O primeiro e único trabalho a respeito corresponde a um pequeno relato de Gradín e Ortíz (2000)GRADÍN, Carlos; ORTÍZ, Rosa. Hallazgo de los primeros grabados rupestres en la provincia de Misiones. In: PODESTÁ, Maria M.; HOYOS, Maria de (Ed.). Arte en las Rocas. Arte Rupestre, menhires y piedras de colores en Argentina. Buenos Aires: Sociedad Argentina de Antropología, 2000. p. 11-14. e se refere ao sítio que abordamos nesta nota, não recebeu dos autores nome específico, foi localizado por meio de referências vagas e escassamente documentado na jurisdição de San Ignacio.

Dada a importância deste registro, e como parte das tarefas de campo do projeto binacional “Arqueologia da Floresta Atlântica Meridional Sul Americana” (Loponte; Carbonera, 2013LOPONTE, Daniel; CARBONERA, Mirian. Arqueologia sem Fronteiras: projeto de cooperação binacional para o estudo arqueológico da província de Misiones (Argentina) e oeste de Santa Catarina (Brasil). Revista Memorare, Tubarão, v. 1, n. 1, p. 43-50, 2013.), o conjunto gráfico desse sítio foi novamente localizado e detalhadamente analisado. Esta primeira análise morfométrica e estilística que realizamos aqui, é indispensável para uma futura aproximação funcional e simbólica da arte rupestre dessa região, cujos estudos são escassamente desenvolvidos no contexto do sul do Brasil, onde predomina uma aproximação basicamente tipológica ao estudo de arte rupestre.

Os trabalhos de campo realizados em 2014 permitiram localizar com precisão o sítio arqueológico e documentar mediante fotografias com diferentes ângulos de luz, as gravuras existentes. Posteriormente, procedeu-se a descrição e a quantificação dos motivos presentes no campo. No laboratório do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina-CEOM (Universidade Comunitária da Região de Chapecó/Unochapecó) foram feitos os desenhos dos petróglifos com base no registro fotográfico. Assim mesmo, como ação posterior, elaborou-se uma agenda de trabalho com o município de San Ignacio para gestão e cuidado do sítio.

Por fim, cabe destacar que dada à importância do sítio Campo Yabebirí, o local passou a ser protegido pela Prefeitura de San Ignacio por meio do decreto municipal 8/2015, que declara a área como Reserva Ecológica Municipal, com acesso restrito para melhor preservação do patrimônio natural e cultural, de forma que, o sítio além de registrado e documentado, esta protegido.

O SÍTIO CAMPO YABEBIRÍ

O sítio Campo Yabebirí encontra-se na margem direita do rio homônimo, afluente do rio Paraná. Seu ponto médio está localizado à 27°18’56.15” LS e 55°28’37.40” LW, na área da Colônia Invernada, Departamento de San Ignacio (ver Figura 1).

Figura 1
Localização geral do sítio Campo Yabebirí.

Os conjuntos de gravuras se distribuem em quatro áreas que abarcam uma superfície de 6.750 m2 (ver Tabela 1 e Figura 2). As gravuras foram produzidas sobre arenitos avermelhados da Formação Botucatú (Gonzaga de Campos, 1889GONZAGA DE CAMPOS, Luis. Anexo Relatório 1889 Seção Geológica. Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo, p. 21-34, 1889.), que é equivalente à Formação Solari (Herbst, 1971HERBST, Rafael. Esquema estratigráfico de la Provincia de Corrientes, República Argentina. Revista Asociación Geológica Argentina, Buenos Aires, v. 24, n. 2, p. 221-243, 1971.) ou Membro Solari da Formação Curuzú-Cuatiá (Gentile; Rímoldi, 1979GENTILE, Carlos; RÍMOLDI, Héctor. Mesopotamia. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGÍA REGIONAL, 2., 1979, Argentina. Anais... Argentina: Academia Nacional de Ciências de Córdoba, v. 1, 1979. p. 185-223.).

Tabela 1
Campo Yabebirí, distâncias entre as áreas com gravuras.

Figura 2
Distribuição das áreas com petróglifos.

A área 1 encontra-se a 150 m da margem direita do rio. Está composta por dois afloramentos separados por sete metros entre si. O primeiro deles (o painel 1) é um pequeno afloramento de aproximadamente 70 cm de altura, com dois círculos cujas medidas são 13 e 14 cm de diâmetro, com um ponto central que mede entre 3 a 4 cm de diâmetro respectivamente. O segundo painel está composto por um bloco que aflora do solo 60 cm aproximadamente. Apresenta cinco círculos de características semelhantes, com diâmetros externos que oscilam entre 12 e 18 cm (ver Figura 3).

Figura 3
Área 1, painel 2. Vista de três círculos localizados no extremo leste do bloco.

A área 2 está distante 112 m da área anterior para nordeste e a somente 65 m da margem direita do rio Yabebirí. Os petróglifos se apresentam em três afloramentos diferentes: inferior, médio e superior, segundo sua disposição sobre o terreno (ver Figura 4). As superfícies dos painéis são orientadas para o céu, já que se dispõem de forma horizontal e sub-horizontal até o solo. Apresentam superfícies lisas e relativamente amplas. O painel superior, que é o menor dos três, apresenta três círculos das mesmas características observadas na área 1. Seus diâmetros externos oscilam entre 9 e 13 cm, enquanto os pontos centrais variam entre 3 e 4 cm. O painel médio está composto por nove círculos de iguais características, cujos diâmetros oscilam entre 12 e 20 cm, e os pontos centrais entre 2 e 4 cm. Também se observam duas pequenas cavidades que parecem ser naturais. Neste painel, se agrega um semicírculo ou uma meia lua, que poderia corresponder a um círculo incompleto ou um motivo terminado (ver Figura 5).

Figura 4
Vista geral da área 2.

Figura 5
Círculos e semicírculo da área 2, painel médio.

O painel inferior possui doze círculos de características iguais ao anterior, com diâmetros externos entre 9 e 20 cm e com pontos centrais entre 2 e 5,5 cm. A eles pode-se somar diversos motivos retilíneos de complexidade diferente, que não cruzam os círculos, mas se desenvolvem de forma separada com uma orientação preferencial Norte-Sul, além de existirem sulcos em direção Leste-Oeste. Estas linhas se apresentam em dois grupos discretos que fazem uma espécie de desenho por agregação de traços que se conjugam com os círculos. Em forma relativamente isolada desse conjunto, apresenta-se um agrupamento de linhas. Pode-se observar o setor central deste painel no desenho da Figura 6.

Figura 6
Área 2, vista de um setor do painel inferior, com numerosas rachaduras e pequenos desprendimentos naturais da superfície.

A área 3 se encontra a 81 m para o nor-nordeste da área 2, a 140 m da margem do rio Yabebirí. Compõe-se de um afloramento isolado de arenito que aflora a uns 30 cm sobre o nível do solo. Apesar de ter uma ampla superfície lisa, apresenta somente um agrupamento ou conjunto de sulcos composto por seis traços de aproximadamente 20 cm de longitude entre 1 e 2 cm de largura e 1 cm de profundidade. Dispõe-se de forma paralela e vertical, similares aos observados na área 2.

A área 4 se encontra a 42,5 m para nordeste da área 3, a 190 m da margem do rio Yabebirí, está composta por dois painéis. O painél superior é um afloramento de arenito fraturado do inferior, com 1,60 m de altura e aproximadamente 6 m de longitude. O painel inferior constitui um paredão igualmente inclinado a 30° aproximadamente, com uma longitude de mais de 20 m sobre o qual se colocou um alambrado. Possui um plano de largura máxima de 2,5 m no setor de maior desenvolvimento (ver Figura 7). O painel superior apresenta ao menos seis círculos agrupados, similares aos outros painéis do sítio, com tamanhos que oscilam entre 14 e 21 cm e com pontos centrais cujos tamanhos variam entre 2 e 5 cm. Um dos círculos apresenta forma de gota. Existem alguns traços que sugerem o esboço de pelo menos outros 3 círculos (por esse motivo, na Tabela 2, apontamos 9 círculos no painél superior), ou a existência de motivos similares que foram erodidos. O painel inferior possui gravuras ao longo de 16 m lineares, ainda que de maneira descontínua. No mesmo são observados oito círculos de tamanhos similares aos anteriores, um deles possui um círculo concêntrico e outro apresenta um esboço do mesmo que não se fecha. O diâmetro máximo deste último motivo, considerando esse semicírculo externo, é de 38 cm. O painel também apresenta motivos lineares agrupados, formados por traços de 1 a 2 cm de espessura e profundidade, com uma longitude variável entre 18 e 25 cm naturais (ver Figura 8). Além disso, apresenta figuras geométricas formadas por traços retilíneos paralelos, subparalelos e cavidades pequenas cuja origem pode ser antrópica, mas a erosão não permite distingui-las com precisão de outras cavidades.

Figura 7
Área 4. O painel superior (à direita da imagem) é resultado da fratura do painel inferior (à esquerda da imagem). O painel inferior se prolonga por um espaço de 20 m.

Tabela 2
Campo Yabebirí. Distribuição das gravuras.

Figura 8
Detalhe da área 4, painel inferior. Conjunto de traços retilíneos paralelos, subparalelos e figuras geométricas.

Os círculos externos das gravuras de todo o sítio estão formadas por canais com larguras variáveis entre 1 e 4 cm, que parecem ter sido feitos mediante percussão. Alguns deles apresentam um trabalho posterior de abrasão destinado a suavizar a base e o contorno dos sulcos, ficando perfeitamente polidos. Da mesma maneira, os pontos centrais são depressões obtidas mediante percussão que, em geral, apresentam um grau maior ou quase inexiste o polimento, sobre o qual atuou a erosão posterior. Os desenhos retilíneos foram confeccionados mediante sulcos ou traços, e oscilam entre 1 e 2 cm de largura. Foram feitos basicamente por abrasão, ainda que alguns apresentem pontos que podem ser interpretados como se fossem produzidos por percussão e posterior abrasão. O fundo dos mesmos, especialmente daqueles que aparecem agrupados em disposição paralela e subparalela, apresentam forma predominante de “U”, mas também existem exemplos de sulcos em formato de “V”, especialmente nas figuras geométricas dos painéis inferiores das áreas 2 e 4. Em todo o conjunto, não se detectou o emprego da técnica de incisão (fendas finas), assim como não se localizarm também restos de pigmentos aplicados nos desenhos.

O ESTILO DOS PETRÓGLIFOS DO CAMPO YABEBIRÍ

O estilo dos petroglifos do Campo Yabebirí está concentrado em círculos com pontos centrais. Estes motivos aparecen em praticamente todos os painéis e são os mais numerosos. Tanto os motivos de linhas e as figuras geométricas não circulares são escassos (ver Tabela 2). Os círculos apresentam um desenho geral bem definido formado por um campo periférico delimitado por um sulco, um campo intermediário feito na mesma superfície da rocha base que não foi modificada e um ponto central. Existe, contudo, certa variabilidade em seu desenho, já que em alguns motivos os pontos centrais são equidistantes ao círculo externo, enquanto que em outros, estão deslocados. Da mesma maneira, os pontos centrais podem ocupar uma superfície ampla e preponderante, ou podem apresentar, um ponto discreto dentro do desenho (ver Figura 9).

Figura 9
Desenho e variabilidade dos círculos presentes no Campo Yabebirí. Os desenhos não mantêm uma escala entre si.

Os desenhos retilíneos que constituem grupos de linhas paralelas ou sub-paralelas variam em quantidade de sulcos, mas também mantêm um bauplan definido, obtido mediante o agrupamento de sulcos realizados em forma mais ou menos equidistantes com longitudes aproximadamente equivalentes. Isto lhe dá uma homogeneidade visual significativa. Logo, existem outros motivos lineares onde predomina a multidirecionalidade e multidimensionalidade associadas a desenhos geométricos, alguns dos quais podem constituir tridígitos (área 4, painél inferior, ver Figura 10).

Figura 10
Campo Yabebirí. Desenhos retilíneos. Linha superior: grupo de sulcos. Linha inferior: figuras geométricas conformadas por sulcos agregados (extremo inferior direito).

RELAÇÕES COM OUTROS SÍTIOS DE ARTE RUPESTRE

As expressões rupestres publicadas e localizadas mais próximas são encontradas a 290 km para o noroeste do Campo Yabebirí, na parte baixa da bacia do rio Iguaçu, próximo da cidade de Boa Esperança, estado do Paraná/Brasil. Neste local, o sítio denominado Ouro Verde apresentou círculos equivalentes em tamanho e morfologia dos observados em Misiones (ver Figura 11). Seguindo a bacia do rio Iguaçu na sua parte média, a uns 400 km do Campo Yabebirí, o conjunto 2 do sítio Pedra Fincada (município de Cruz Machado) apresenta círculos semelhantes, ainda que sem o ponto central (Langer; Santos, 2003LANGER, Johnni; SANTOS, Sergio Ferreira. Petróglifos do Médio Rio Iguaçu, Brasil. 2003. Disponível em: <http://rupestreweb.tripod.com/iguazu.html>. Acesso em: 19 jul. 2014.
http://rupestreweb.tripod.com/iguazu.htm...
). Outros sítios dessa área, como a Caverna do Alemão (Langer; Santos, 2003LANGER, Johnni; SANTOS, Sergio Ferreira. Petróglifos do Médio Rio Iguaçu, Brasil. 2003. Disponível em: <http://rupestreweb.tripod.com/iguazu.html>. Acesso em: 19 jul. 2014.
http://rupestreweb.tripod.com/iguazu.htm...
), possuem figuras geométricas diferentes das observadas em Misiones, similares às observadas no planalto brasileiro e nos vales que se desenvolvem no pé do Planalto, como os que se observam nos sítios, Abrigo Urubici 1, Abrigo da Pedra Grande, Gruta do Canhemborá, Abrigo do Barreiro, Morro do Sobrado, Morro do Avencal, sítio De David, Dona Josefa, Virador e Abrigo Do Vale, entre outros (Chmyz, 1968CHMYZ, Igor. Breves notas sobre petróglifos no segundo planalto paranaense (sítio PR UV 5). Revista do Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas, Curitiba, n. 1, 1968. p. 53-63., 1969CHMYZ, Igor. Novas manifestações da tradição Itararé no estado do Paraná. Pesquisas, Antropologia, n. 20. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, p. 121-129, 1969.; Rohr, 1971ROHR, João Alfredo. Os sítios arqueológicos no Planalto Catarinense, Brasil. Pesquisas Antropologia, São Leopoldo, n. 24 (1), p. 1-56, 1971.; Mentz Ribeiro, 1972MENTZ RIBEIRO, Pedro. Petróglifos dos sítios RS-T-14: Morro do Sobrado, Montenegro, RS, Brasil. Iheringia, Antropologia, Porto Alegre, n. 2 (1), p. 3-14, 1972., 1991MENTZ RIBEIRO, Pedro A. Os caçadores pampeanos e a arte rupestre. In: KERN, Arno (Org.). Arqueologia pré-histórica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora Mercado Aberto, 1991. p. 103-134.; Brochado; Schmitz, 1976BROCHADO, José Proença; SCHMITZ, Pedro. Petróglifos do estilo de pisadas no Rio Grande do Sul. Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p. 93-146, 1976.; Schmitz; Brochado, 1981SCHMITZ, Pedro; BROCHADO, José. Dados para una sequencia cultural do estado de Rio Grande do Sul (Brasil). In: SCHMITZ, Pedro (Org.). Contribuciones a la Prehistoria de Brasil. Pesquisas: Antropologia, n. 32. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, p. 131-160, 1981.; Mentz Ribeiro et al, 1989; Lima; Brochado, 1994LIMA, Taís Vargas de; BROCHADO, José Proença. Petróglifos do abrigo do Barreiro. Estudos Ibero-americanos. Porto Alegre, v. 20, n. 1, p. 47-61, 1994.; Lima, 2005LIMA, Taís Vargas de. Estudo das representações rupestres do Rio Grande do Sul, Brasil. 2005. 163 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.; Santos da Rosa et al, 2011SANTOS DA ROSA, Neemias; ZUSE, Silvana; LEMES, Lucio; MILDER, Saul Eduardo Seiguer. Arte pré-histórica na região central do Rio Grande do Sul e sua inserção no grande território rupestre ao sul do continente. In: Encontro Latino-Americano De Iniciação Científica, 8, 2011, São José dos Campos. Anais... São José dos Campos: Univap Virtual, p. 1-5, 2011.).

Figura 11
Motivos gravados no Campo Yabebirí (província de Misiones) e da costa de Santa Catarina (Comerlato, 2005), Ouro Verde (Parellada, 2008), Morro dos Índios (Lima, 2005), Pedra Fincada (Langer; Santos, 2003), Morro do Sobrado (Mentz Ribeiro, 1972), sítio De David (Lima, 2005) e sítio MS-CP-74 (Peixoto, 2013).

Os conjuntos de gravuras, referidos acima tem sido englobados dentro de uma unidade integrada por motivos basicamente abstratos e alguns zoomorfos, denominada “Tradição Geométrica” em que, são comuns os triângulos com linhas internas e desenhos que tem sido interpretados como tridígitos e pisadas de animais (Prous, 1989PROUS, André. Arte rupestre brasileira: uma tentativa de classificação. Revista de Pré-História, São Paulo, n. 7 (1), p. 7-33, 1989., 1992PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Brasília: Editora da UNB, 1992.). Em termos gerais, as gravuras destes sítios possuem algumas poucas similaridades em termos quantitativos com o sítio Campo Yabebirí. Por exemplo, há alguns círculos, ainda que sem pontos centrais em Urubici (Rohr, 1971ROHR, João Alfredo. Os sítios arqueológicos no Planalto Catarinense, Brasil. Pesquisas Antropologia, São Leopoldo, n. 24 (1), p. 1-56, 1971.,figuras 2 e 3), grupo de linhas no painel 1 do sítio De David (Lima, 2005LIMA, Taís Vargas de. Estudo das representações rupestres do Rio Grande do Sul, Brasil. 2005. 163 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005., p. 66) e motivos semelhantes com a letra “E” no Morro do Sobrado (Lima, 2005LIMA, Taís Vargas de. Estudo das representações rupestres do Rio Grande do Sul, Brasil. 2005. 163 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005., p. 113). Contudo, todos estes conjuntos carecem de círculos com pontos centrais, que são o principal eixo temático das gravuras do Campo Yabebirí e Ouro Verde. Por outro lado, o sítio Morro dos Índios, localizado no Município de São Joaquim no planalto de Santa Catarina a 650 km do Campo Yabebirí, conta com círculos semelhantes aos observados em Misiones (Blayer apudLima, 2005LIMA, Taís Vargas de. Estudo das representações rupestres do Rio Grande do Sul, Brasil. 2005. 163 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.), mas não parecem representativos e não definem o conjunto deste sítio. Mais ao sul, em plena planície pampeana do Uruguai, alguns motivos com círculos concêntricos lembram de alguma forma os mais setentrionais ainda que, aqui os desenhos circulares sejam mais complexos (Cabrera Pérez, 2010, 2011CABRERA PÉREZ, Leonel. Arte rupestre temprano en el Norte del Uruguay. In: CLOTTES, J. (dir.), L’art pléistocène dans le monde / Pleistocene art of the world / Arte pleistoceno en el mundo, Actes du Congrès IFRAO, Tarascon-sur-Ariège, septembre 2010, Symposium «Art pléistocène dans les Amériques». N° spécial de Préhistoire, Art et Sociétés, Bulletin de la Société Préhistorique Ariège-Pyrénées, LXV-LXVI, CD. p. 735-750, 2010-2011.). Também se pode dizer que as expressões rupestres da província de Corrientes são similares as do Campo Yabebirí (Gradín; Ortíz, 2000GRADÍN, Carlos; ORTÍZ, Rosa. Hallazgo de los primeros grabados rupestres en la provincia de Misiones. In: PODESTÁ, Maria M.; HOYOS, Maria de (Ed.). Arte en las Rocas. Arte Rupestre, menhires y piedras de colores en Argentina. Buenos Aires: Sociedad Argentina de Antropología, 2000. p. 11-14.), mas não foi possível comprovar a similaridade morfológica com documentação adequada.

Fora do planalto, na área da costa atlântica do estado de Santa Catarina identificaram-se representações rupestres gravadas em afloramentos de basalto próximo ao sambaqui Morro das Pedras, localizado a mais de 600 km para leste do Campo Yabebirí (Schmitz et al, 1967SCHMITZ, Pedro; BROCHADO, José J. P.; BOMBIM, Miguel; BECKER, Ítala. Cadastro dos Sítios Arqueológicos do Rio Grande do Sul, 1967. [Documento primário].; Lima, 1998LIMA, Taís Vargas de. Gravuras rupestres no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil: processos de documentação, salvamento e educação para sua preservação e valorização. 1998. 263 f. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998.; Oliveira, 2008OLIVEIRA, Lizete Dias de. A arte rupestre no Rio Grande do Sul: Semiótica e Estereoscopia. FUMDHAMentos, São Raimundo Nonato, n. 7, p. 470-490, 2008.). Neste local foram documentados conjuntos de linhas sub-paralelas semelhantes ao grupo de sulcos paralelos. Contudo, no Morro das Pedras, as linhas se curvam gerando desenhos convexos semelhantes ao corpo dos peixes, enquanto que outras representações parecem imitar as barbatanas e os raios destes animais. Estes pictogramas são considerados zoomorfos (Oliveira, 2008OLIVEIRA, Lizete Dias de. A arte rupestre no Rio Grande do Sul: Semiótica e Estereoscopia. FUMDHAMentos, São Raimundo Nonato, n. 7, p. 470-490, 2008., p. 488-487) e estão ausentes do sítio Campo Yabebirí. Já nas ilhas Corais e Campeche (Rohr, 1969ROHR, João Alfredo. Petróglifos da ilha do Santa Catarina e ilhas adjacentes. Pesquisas. Antropologia, São Leopoldo, volume, n. 19, p. 1-30, 1969.), os círculos com pontos centrais voltam a ter uma ampla representação nos registros. Estes motivos constituem a categoria B de Comerlato (2005COMERLATO, Fabiana. As representações rupestres do estado de Santa Catarina, Brasil. Revista eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFBA, Bahia, v. 2, n. 2, p. 150-164, 2005., p. 156), particularmente os mais simples são idênticos aos do Campo Yabebirí e Ouro Verde.

Uns 950 km para o Norte, no Mato Grosso do Sul, especificamente no sítio Pedra Marcada, reconhecem-se círculos de maior complexidade (Peixoto, 2013PEIXOTO, Jose Luis dos Santos. Limites e continuidades dos registros rupestres na chiquitania/Bolívia e no Pantanal/Brasil: o estilo chiquitania-pantanal. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología y Pensamiento Latinoamericano-Series Especiales, Buenos Aires, n. 1 (2), p. 12-22, 2013.). Neste mesmo estado, no município de Alcinópolis, aparecem os grupos de sulcos sendo mais comuns aqueles que mostram uma longa sucessão dos mesmos (Aguiar et al, 2012AGUIAR, Rodrigo Luiz Simas de; MARQUES LIMA, Keny; REZENDE, Elisberto Martins; GOMES, Edilson de Oliveira. Alcinópolis: Pinturas e Gravuras da Pré-história de Mato Grosso do Sul. [Alcinópolis]: [s. n.], 2012., p. 31). No sítio Templo dos Pilares foram registrados círculos concêntricos na forma de pente, mas pintados de cor vermelha, enquanto que, na Gruta do Pitoco também aparecem linhas agrupadas realizadas com pintura vermelha. Neste local, os conjuntos estão centrados em motivos zoomorfos, tridígitos e complexas formas geométricas (Aguiar et al, 2012AGUIAR, Rodrigo Luiz Simas de; MARQUES LIMA, Keny; REZENDE, Elisberto Martins; GOMES, Edilson de Oliveira. Alcinópolis: Pinturas e Gravuras da Pré-história de Mato Grosso do Sul. [Alcinópolis]: [s. n.], 2012.), similares a outros sítios com arte rupestre do estado do Mato Grosso do Sul (Martins, 2002MARTINS, Gilson Rodolfo. Breve painel etno-histórico de Mato Grosso do Sul. Campo Grande: Editora UFUMS, 2002. 100p.), mas diferentes das observadas no Campo Yabebirí.

Na área do Pantanal, entre 1.000 e 1.500 km para o nor-noroeste da província de Misiones, especificamente nos sítios MT-CP-01 e MS-CP-74, são reconhecidas gravuras compostas por círculos concêntricos com um ponto central. Apesar da distância, os círculos revelados ali possuem notáveis similitudes estilísticas com os registrados no Campo Yabebirí. No entanto, também apresentam motivos com grande quantidade de círculos concêntricos, associados com outras gravuras que adquirem uma maior variabilidade e complexidade, incluindo motivos naturalistas (Peixoto; Schmitz, 2011PEIXOTO, José Luis dos Santos; SCHMITZ, Pedro Ignácio. A arte rupestre do Caracará, Pantanal, Brasil. Revista Clio Arqueológica, Pernambuco, v. 26, n. 2, p. 237-263, 2011.; Peixoto, 2013PEIXOTO, Jose Luis dos Santos. Limites e continuidades dos registros rupestres na chiquitania/Bolívia e no Pantanal/Brasil: o estilo chiquitania-pantanal. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología y Pensamiento Latinoamericano-Series Especiales, Buenos Aires, n. 1 (2), p. 12-22, 2013.), completamente ausentes no sítio de Misiones, e mais similares aos documentados no oriente da República do Paraguai (Lasheras; Fatás; Allen, 2011LANGER, Johnni; SANTOS, Sergio Ferreira. Petróglifos do Médio Rio Iguaçu, Brasil. 2003. Disponível em: <http://rupestreweb.tripod.com/iguazu.html>. Acesso em: 19 jul. 2014.
http://rupestreweb.tripod.com/iguazu.htm...
; Lasheras et al, 2013LASHERAS, José Antonio; FATÁS, Pilar; MONTES, Ramón; MUÑOZ, Emilio. Itaguy Guasú: un abrigo del arcaico en Amambay (Paraguay) con útiles planoconvexos y puntas bifaciales y con grabados abstractos y de pisadas. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología y Pensamento Latinoamericano – Series Especiales, Buenos Aires, v. 1, n. 2, p. 234-252, 2013.). Na Figura 11 se resume algumas similaridades formais observadas entre as pictografias deste sítio e as já descritas para os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

A associação das gravuras com as diferentes unidades arqueológicas identificadas nas mesmas áreas tem sido discutida em vários trabalhos, sem que exista uma contrastação positiva que permita vinculá-las com certo grau de precisão a alguma delas (Menghin, 1962MENGHIN, Oswald. Los sambaquíes de la costa atlántica del Brasil meridional. Revista Amerindia, v. 1, p. 53-81, 1962.; Rohr, 1973ROHR, João Alfredo. Sinalizações Rupestres em Santa Catarina. IV Simpósio Internacional Americano de Arte Rupestre. XXV Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Rio de Janeiro. 1973.; Mentz Ribeiro, 1978MENTZ RIBEIRO, Pedro A. A arte rupestre no sul do Brasil. Revista do CEPA, Santa Cruz do Sul, n. 7 (1), p. 1-30, 1978.; Prous, 1992PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Brasília: Editora da UNB, 1992.; Fossari, 2004FOSSARI, Teresa. A População Pré-Colonial Jê na Paisagem da Ilha de Santa Catarina. 2004. 339 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.; Comerlato, 2005COMERLATO, Fabiana. As representações rupestres do estado de Santa Catarina, Brasil. Revista eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFBA, Bahia, v. 2, n. 2, p. 150-164, 2005.; Parellada, 2008PARELLADA, Claudia. Revisão dos sítios arqueológicos com mais de seis mil anos BP no Paraná: discussões geoarqueológicas. FUMDHAMentos, São Raimundo Nonato, n. 7, p. 117-135, 2008., 2009PARELLADA, Claudia. Arte rupestre no Paraná. R.cient./FAP, Curitiba, v. 4, n. 1, p.1-25, 2009.). Sem dúvida, dada a ampla dispersão no interior do continente dos círculos com pontos centrais, encontrados em áreas selvagens do Oriente da Bolívia (Peixoto, 2013PEIXOTO, Jose Luis dos Santos. Limites e continuidades dos registros rupestres na chiquitania/Bolívia e no Pantanal/Brasil: o estilo chiquitania-pantanal. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología y Pensamiento Latinoamericano-Series Especiales, Buenos Aires, n. 1 (2), p. 12-22, 2013.), na região amazônica e no cerrado brasileiro, tal como se observa em Monte Alegre (Pará), Cantagalo (rio Tapajós) ou na bacia do rio São Francisco no norte de Minas Gerais, só para citar alguns exemplos (Prous, 1992PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Brasília: Editora da UNB, 1992., p. 526, 529). Esta amplia dispersão dos círculos com puntos centrais sugere que, foram confeccionados por diferentes populações em distintos períodos de tiempo.

Contudo, os painéis cobertos por círculos com pontos centrais ou desenhos circulares como os que se observam no Campo Yabebirí e Ouro Verde, são específicos destes dois sítios muito próximos entre si, os quais assinalam a participação dentro de um circuito de ideias parcialmente compartilhadas, evidenciando um comportamento gráfico preciso e delimitado a uma região circunscrita e, que como hipótese, poderiam corresponder a uma determinada unidade arqueológica ou um bloco espaço-temporal restrito, que ainda não pode ser identificado.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    23 Ago 2014
  • Aceito
    07 Maio 2015
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