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É viável a hipótese "Macro-Carib" de Greenberg?

No seu trabalho referencial Language in the Americas, Greenberg (1987) propôs que Macro-Carib seria um dos troncos lingüísticos importantes da América do Sul, o qual combinaria com os troncos Macro-Pano e Macro-Ge-Bororo para formar o suposto filo Ge-Pano-Carib. Seu Macro-Carib inclui as línguas isoladas Andoke e Kukura e as famílias Witoto, Peba-Yagua e Caribe. A principal evidência de Greenberg veio de paradigmas de marcação de pessoa em línguas individuais e também de palavras de línguas individuais coletadas em 79 'etimologias' de Macro-Carib, e mais 64 'etimologias' de Ameríndio. A meta deste artigo é reavaliar a proposta Macro-Carib de Greenberg à luz dos dados lingüísticos mais extensivos e confiáveis que se tornaram disponíveis em grande parte a partir de 1987. Baseados em paradigmas pessoais completos de Proto-Caribe, Yagua, Bora e Andoke, concluímos que as afirmações de Greenberg sobre morfologia não podem ser sustentadas. Para nossa comparação lexical, criamos listas lexicais para Proto-Caribe, Proto-Witoto, Yagua e Andoke, tanto para as 143 etimologias criadas por Greenberg quanto para a lista de 100 palavras de Swadesh. No total, encontramos 23 cognatos potenciais das duas listas. Contudo, nenhuma correspondência consonantal foi repetida. Concluímos que nosso banco de dados expandido e aperfeiçoado não fornece evidência suficiente para convencer o cético de que a hipótese Macro-Carib seja viável

Greenberg; Parentesco lingüístico remoto; Família Karib; Bora-Witotoan; Andoke; Peba-Yagua


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