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Identidade cifrada no corpo: o bertillonnage e o gabinete antropométrico na polícia do Rio de Janeiro, 1894-1903

Identity enciphered in the body: the bertillonnage and the anthropometric office in the police of Rio de Janeiro, 1894-1903

Nos primeiros anos republicanos do Brasil, vários juristas, criminologistas e policiais difundiram uma novidade recém-chegada da França: o sistema antropométrico para a identificação de pessoas, adotado na polícia parisiense por iniciativa de Alphonse Bertillon (1853-1914). A ideia de introduzir o método chamado bertillonnage no Brasil apareceu, desde 1889, em relatórios governamentais, livros de viagem e jornais. Um gabinete antropométrico foi instalado na polícia do Rio de Janeiro em 1894, mas quase não funcionou até 1899, quando foi reorganizado e, em 1900, a identificação de criminosos pelo método foi estabelecida por decreto. Instrumentos de medição e livros foram trazidos de Paris, a 'metrópole' da identificação policial, mas a história do gabinete antropométrico da então capital brasileira não deve ser interpretada simplesmente como um processo de aplicação imitativa de um método estrangeiro. É o que demonstra este artigo, que procura analisar a constituição transnacional do bertillonnage e os complexos processos de leitura, tradução e adaptação envolvidos no uso da antropometria no âmbito das práticas policiais no Rio de Janeiro.

Antropometria; Polícia; Identificação; Arquivos criminais


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