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Origens e dinâmica demográfica da expansão Tupi: uma história genética

Resumo:

Grupos linguísticos Tupí exibem uma grande dispersão geográfica na América do Sul, provavelmente originadas, conforme apontada pela linguistica, na Região Madeira-Guaporé (MGR), Brasil. O presente estudo revisou dados geneticos de populacoes Tupí para marcadores autossomicos e uniparentais (Y-cromossomo and mtDNA), delineando abordagens para avaliar origem geográfica, bem como a dinâmica demográfica de sua dispersão, de um ponto de vista genético. Comparação da variabilidade genetica e das frequencias do haplogrupo D do mtDNA sugere um cenário onde MGR é o local de origem Tupí. A relação entre cinco estimadores de variabilidade genetica Thetas-S, -Pi, -m2, -H e -k) mostram que grupos Tupí da MGR não MGR experienciaram diferentes padrões de dinâmica demográfica, com uma antiga expansão Tupí em MGR, seguida de dispersão para outras regiões da América do Sul, provavelmente associada a eventos de depopulação/efeito fundador. Além disso, outros eventos recentes de depopulação também puderam ser detectados em ambas as regiões. Finalmente, a dispersão parece estar relacionada com práticas de patrilocalidade, como sugerido pela comparação de marcadores uniparentais. Este modelo genético de dinâmica de dispersão Tupí pode ter um impacto importante na interpretação dos dados arqueológicos e linguísticos, permitindo testar se tecnologias associadas ao sexo feminino, como a cerâmica, são mais amplamente compartilhadas entre populações dispersas do que tecnologias 1não exclusivas do sexo feminino.

Palavras Chave:
Origem Tupí; Demografia; Expansão Tupí; Patrilocalidade; Marcadores Genéticos.

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