Cem espécies de foraminíferos bentônicos foram determinadas na area de estudo (25ºS - 48ºW). Em 50 cm³ de sedimento de superfície foram encontradas 0 a 3.000 testas e até 32 espécies. A microfauna do complexo lagunar-estuarino de Iguape-Cananéia é a mais rica dentre aquelas descritas em outros ambientes paralicos do Brasil. Esta riqueza microfaunística seria resultante da grande influencia marinha na Baía de Trapandé. A distribuição dos foraminíferos na área estudada é caracterizada pela ocorrência, nas proximidades da desembocadura, de faunas com afinidades marinhas, dominadas por espécies calcarías, que passam a faunas onde as espécies aglutinantes são cada vez mais importantes, como por exemplo, Ammotium salsum e Gaudryina exilis. Finalmente, nas zonas confinadas, com salinidade baixa, as associações são oligoespecíficas, e há o predominio de Milammina earlandi. A abundância do genero Pararotalia no Mar de Cananéia revela que este é menos confinado que o Mar de Cubatão, onde este gênero é ausente. A distribuição das espécies de foraminíferos é também influenciada pelos efluentes urbanos.
Foraminiferos; Oceano Atlântico; Laguna; Mangue; Meios paralicos; Confinamento; Cananéia; SP; Brasil