Reflexões sobre o plágio e a fraude em estudos brasileiros

Alencar, Gildiney Penaves de; Monteiro, Geanlucas Mendes; Carvalho, Alexandra Maria Almeida

doi:10.1590/1983-80422021293499

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Brasil

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Sumário

Pesquisa • Rev. Bioét. 29 (3) • Jul-Sep 2021 • https://doi.org/10.1590/1983-80422021293499 copiar

Reflexões sobre o plágio e a fraude em estudos brasileiros

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Resumo

Este estudo reflete sobre o plágio e a fraude na produção científica brasileira por meio de revisão integrativa de artigos publicados entre janeiro de 2009 e junho de 2019. As publicações foram buscadas nas bases DOAJ, Lilacs, PubMed, SciELO e Web of Science, com os descritores exatos “plagiarism”, “scientific misconduct”, “fraud” e “Brazil”. Com a rápida expansão da internet e o desenvolvimento tecnológico, os casos de má conduta na produção científica aumentaram, ocorrendo, por exemplo, adulteração, invenção ou reutilização de dados, múltiplas submissões, conflitos de autoria e de interesses, publicação “salame” (fracionada) e plágio. Entre as más condutas acadêmicas mais comuns estão a “cola” e o plágio, presentes nos mais diversos níveis de ensino, da educação básica à educação superior.

Plágio; Fraude; Má conduta científica; Manuscrito

Base	Autor(es) e ano de publicação	Método de pesquisa	Objetivo	Principais resultados
SciELO	Sauthier, Almeida Filho, Matheus, Fonseca; 2011 ¹	Análise documental	Caracterizar a fraude e o plágio em pesquisas científicas e analisar as repercussões desse fenômeno.	As fraudes e o plágio ocorrem devido à competitividade e às possibilidades de documentação eletrônica. Para combater essas práticas, é preciso reconhecer a necessidade de aprimoramento moral da sociedade.
Web of Science	Lins, Carvalho; 2014 ²	Revisão de literatura	Enfocar a integridade científica e identificar fatores predisponentes da má conduta científica no Brasil.	A produção científica brasileira aumentou, mas a qualidade das publicações diminuiu.
SciELO	Veludo-de-Oliveira, Aguiar, Queiroz, Barrichello; 2014 ¹¹	Transversal	Analisar o comportamento de alunos de cursos da área de negócios no que tange a práticas acadêmicas desonestas, como “cola” e plágio.	Mais de 70% dos alunos já se envolveram em situações fraudulentas, e mais de 90% acreditam que outros alunos já participaram de fraudes. Os estudantes de graduação tendem a minimizar a gravidade de atos fraudulentos.
Lilacs	Silva, Mello, Pieri, Évora, Melo; 2014 ¹²	Revisão de literatura	Identificar softwares antiplágio utilizados como ferramenta de combate a fraudes.	Das publicações analisadas, 83% se referem a detectores de plágio de manuscritos acadêmicos, 12% a detectores de códigos de programas, e 5% a detectores de plágio em websites .
Lilacs	Pádua, Guilhem; 2015 ¹³	Revisão de literatura	Traçar um panorama do tema da integridade científica no Brasil por meio da análise de estudos publicados em periódicos científicos.	A discussão sobre integridade científica ainda é incipiente no Brasil.
DOAJ	Sousa, Conti, Salles, Mussel; 2016 ⁵	Revisão de literatura	Apresentar argumentos que mostram os prejuízos da desonestidade acadêmica para a sociedade, considerando seu reflexo na formação ética dos profissionais, que acabam por tolerar práticas desonestas.	Os tipos mais comuns de desonestidade são: “colar”, plagiar, adulterar ou inventar dados, submeter o mesmo estudo a vários periódicos, enganar, forjar participação em grupo, trabalhar em grupo com realização segmentada e obter vantagem por meio de acessos computacionais não autorizados.
PubMed	Santos, Santos, Sant’ana, Masuda, Barboza, Vasconcelos; 2017 ⁴	Transversal	Analisar a percepção de 42 professores de ciências do ensino médio de uma das escolas federais mais conceituadas do Brasil sobre plágio e questões pedagógicas relacionadas.	Cerca de 50% dos entrevistados admitem que os alunos cometem plágio em tarefas.
Lilacs	Silva, Vera, Elias, Lucchese, Fernandes, Lucas; 2018 ⁸	Análise documental	Analisar dispositivos legais que norteiam a pesquisa científica no Brasil quanto à ética e à integridade.	A análise gerou um quadro com orientações de conduta e organizações geradoras.

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[1] Correspondência: Gildiney Penaves de Alencar – Rua Abda Nassar, 1403, Nova Lima CEP 79017-053. Campo Grande/MS, Brasil.