Acessibilidade / Reportar erro

A feminização da medicina no Brasil

La feminización de la Medicina en Brasil

The feminization of Medicine in Brazil

Resumos

Objetivando traçar a evolução histórica da distribuição de médicos no Brasil segundo sexo, foi realizado estudo epidemiológico do tipo ecológico, por meio do cruzamento de bancos de dados secundários (linkage). Para a caracterização geral dos médicos foram consideradas as bases de dados dos 27 conselhos regionais de medicina, complementadas pelas bases de dados da Comissão Nacional de Residência Médica e da Associação Médica Brasileira. Os resultados mostram que, desde 2009, entre os novos médicos registrados há mais mulheres que homens. Na população de médicos em atividade os homens ainda predominam (60,1%), mas no grupo com 29 anos ou menos as mulheres já são maioria. A tendência consistente de maior participação das mulheres na profissão médica no Brasil, observada ao longo das últimas décadas e acentuada nos últimos anos, indica a necessidade de reavaliar e readequar as propostas para implementação de políticas públicas na área.

Feminização; Medicina; Distribuição de médicos; Brasil


Con el fin de trazar la evolución histórica de la distribución de los médicos en Brasil por sexo, se llevó a cabo un estudio epidemiológico del tipo ecológico, a través de la intersección de las bases de datos secundarias (linkage). Para la caracterización general de los médicos, se han considerado las bases de datos de los 27 Consejos Regionales de Medicina, complementados con las bases de datos de la Comisión Nacional de Residencia Médica y de la Asociación Médica Brasileña. Los resultados muestran que entre los nuevos médicos colegiados hay más mujeres que hombres desde 2009. En la población de los médicos en actividad todavía predominan los hombres (60,1%), pero en el grupo con 29 años o menos, las mujeres son la mayoría. La tendencia constante de aumento de la participación de las mujeres en la profesión médica en Brasil, observada durante las últimas décadas y notablemente en los últimos años, indica la necesidad de reevaluar y reajustar las propuestas para la implementación de políticas públicas en el área.

Feminización; Medicina; Distribución de médicos; Brasil


Aiming to settle the historical evolution of physicians' distribution in Brazil by gender, an ecological study was conducted by secondary database cross-checking (linkage). For a general characterization of the physicians were considered the 27 Regional Medicine Council, complemented by the National Medical Residency and the Brazilian Medical Association databases. The results show that since 2009, among new registered doctors there are more women than men. Although men still prevail (60.1%) in the active physicians population, in the group aged less than 29 years old, women have become majority. The consistent trend of increased participation of women in the medical profession in Brazil, observed over the past decades and intensified over the past few years, indicates the need to reassess and readjust the proposals for implementation of public policies in the area.

Feminization; Medicine; Physicians distribution; Brazil


  • 1
    Banco Mundial. Relatório sobre o desenvolvimento mundial de 2012: igualdade de gênero e desenvolvimento. Washington: Banco Mundial; 2012.
  • 2
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.
  • 3
    Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da educação superior de 2010: resumo técnico. Brasília: Inep; 2010.
  • 4
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mulher no mercado de trabalho: perguntas e respostas. Pesquisa mensal de emprego - PME. Rio de Janeiro: IBGE; 2012.
  • 5
    Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM no 1.973/11, de 1o de agosto de 2011. Dispõe sobre a nova redação do Anexo II da Resolução CFM no 1.845/08, que celebra o convênio de reconhecimento de especialidades médicas firmado entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Diário Oficial da União. 1o ago. 2011:Seção1, p. 144-7.
  • 6
    Contandriopoulos AP, Fournier MA. Féminisation de la profession médicale et transformation de la pratique au Québec. Montreal: Université de Montréal; 2007.
  • 7
    Dubernet ACH. Femmes en médecine: vers un nouveau partage des professions? Revue Française des Affaires Sociales. 2005;59(1):35-58.
  • 8
    Eisenberg C. Medicine is no longer a man's profession. Or when the men's club goes coed it's time to change the regs. N Engl J Med. 1989;321(22):1.542-4.
  • 9
    Machado MCS. A feminização da medicina. Análise Social. 2003;38(166):127-37.
  • 10
    Scheffer M, coordenador. Demografia médica no Brasil: dados gerais e descrições de desigualdades. São Paulo: Cremesp; 2011. p. 118.
  • 11
    Organisation for Economic Co-Operation and Development. OECD health data 2009: comparing health statistics across OECD countries. [Internet]. OECD; 2009 [acesso 8 nov. 2012]. Disponível: http://www.oecd.org/document/57/0,3746,en_21571361_44315115_43220022_1_1_1_1,00.html
  • 12
    Jonasson O. Leaders in american surgery: where are the women? Surgery. 2002;131(6):672-5.
  • 13
    Beagan BL. Neutralizing differences: producing neutral doctors for (almost) neutral patients. Soc Sci Med. 2000;51(8):1253-65.
  • 14
    McManus IC, Sproston KA. Women in hospital medicine in the United Kingdom: glass ceiling, preference, prejudice or cohort effet? J Epidemiol Community Health. 2000;54(1):10-6.
  • 15
    Mcdonough CM, Horgan A, Codd MB, Casey PR. Gender differences in the results of the final medical examination at University College Dublin. Med Educ. 2000;34(1):30-4.
  • 16
    Kvaerner KJ, Aasland OG, Botten GS. Female medical leadership: cross sectional study. BMJ. 1999;318(7176):91-4.
  • 17
    Baxter N, Cohen R, McLeod R. The impact of gender on the choice of surgery as a career. Am J Surg. 1996;172(4):373-6.
  • 18
    Neumayer L, Freischlag J, Levinson W. Demographics of today's woman surgeon. Bull Am Coll Surg. 1994;79(2):28-33.
  • 19
    Baker LC. Differences in earnings between male and female physicians. New Engl J Med. 1996;334(15):960-4.
  • 20
    Phillips SP, Austin EB. The feminization of medicine and population health. Jama. 2009;301(8):8634.
  • 21
    Simoens S, Hurst J. The supply of physician services in OECD countries: health working papers no 21. Paris: OCDE; 2006.
  • 22
    Harden J. 'Mother Russia' at work: gender divisions in the medical profession. European Journal of Women's Studies. 2001;8(2):181-99.
  • 23
    Barr DA, Boyle EH. Gender and professional purity: explaining formal and informal work rewards for physicians in Estonia. Gender and Society. 2001;15(1):29-54.
  • 24
    Wallace AE, Weeks WB. Differences in income between male and female primary care physicians. J American Med Womens Assoc. 2002;57(4):180-4.
  • 25
    Darves B. Women in medicine force change in workforce dynamics? NEJM. [Internet]. 2005 [acesso 8 nov. 2012] NEJM Career Center. Disponível: http://www.medrecruitersalliance.com/newsletter/archive/011906.pdf
  • 26
    Roter DL, Hall JA, Aoki Y. Physician gender effects in medical communication: a meta-analytic review. Jama. 2002;288(6):756-64.
  • 27
    Hall JA, Roter DL. Medical communication and gender: a summary of research. J Gend Specif Med. 1998;1(2):39-42.
  • 28
    Levinson W, Lurie N. When most doctors are women: what lies ahead? Ann of Inter Med. 2004;141(6):471-4.
  • 29
    Lindemann H. The woman question in medicine: an update. Hastings Cent Rep. 2012;42(3):38-45.
  • 30
    Gilligan C. In a different voice: psychological heory and women's development. Cambridge: Harvard University Press, 1982.
  • 31
    Dubernet ACH. Femmes en médecine: vers un nouveau partage des professions? Revue française des affaires sociales. [Internet]. 2005 [acesso 8 nov. 2012];1(1):35-58. Disponível: www.cairn. info/revue-francaise-des-affaires-sociales-2005-1-page-35.htm
  • 32
    Guilhen D. Bioética, gênero e saúde pública. In: Fortes PAC, Zoboli ELCP, organizadores. Bioética e saúde pública. São Paulo: Edições Loyola; 2003.
  • 33
    Diniz D. Bioética e gênero. Rev. bioét. (Impr.) 2008;16(2):207-16.
  • 34
    Malochet G. La féminisation des métiers et des professions: quand la sociologie du travail croise le genre, sociologies pratiques. Sociologies Pratiques. [Internet]. 2007 [acesso 8 nov. 2012];1(14):91-9. Disponível: www.cairn.info/revue-sociologies-pratiques-2007-1-page-91.htm

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Out 2013
  • Data do Fascículo
    Ago 2013

Histórico

  • Recebido
    14 Abr 2013
  • Aceito
    08 Jul 2013
  • Revisado
    27 Jun 2013
Conselho Federal de Medicina SGAS 915, lote 72, CEP 70390-150, Tel.: (55 61) 3445-5932, Fax: (55 61) 3346-7384 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: bioetica@portalmedico.org.br