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Atividade anti-incrustante de doze demosponjas do Brasil

Organismos bentônicos marinhos estão expostos constantemente à incrustação, que pode ser danosa para a maioria das espécies. Assim, a produção de metabólitos secundários com propriedades anti-incrustantes é uma vantagem ecológica importante para organismos sésseis e pode também orientar o estudo de substâncias para o desenvolvimento de tintas anti-incrustantes. O alto potencial anti-incrustante de esponjas tem sido demonstrado nos oceanos Índico e Pacífico, nos mares Mediterrâneo e Caribenho. Esponjas brasileiras permanecem pouco estudadas em relação à atividade anti-incrustante. Apenas dois artigos científicos registraram essa atividade em esponjas do Brasil. O objetivo desse estudo foi testar os extratos brutos de doze espécies de esponjas do Brasil contra a fixação do molusco Perna perna através de ensaios laboratoriais e também destacar espécies promissoras para estudos futuros. As espécies Petromica citrina, Amphimedon viridis, Desmapsamma anchorata, Chondrosia sp., Polymastia janeirensis, Tedania ignis, Aplysina fulva, Mycale angulosa, Hymeniacidon heliophila, Dysidea etheria, Tethya rubra e Tethya maza foram congeladas e liofilizadas logo após a coleta e posteriormente procedeu-se a extração com acetona ou diclorometano. O extrato bruto de quatro espécies inibiu significativamente a fixação de bissos: Tethya rubra (p = 0.0009), Tethya maza (p = 0.0039), Petromica citrina (p = 0.0277), e Hymeniacidon heliophila (p = 0.00003). Essas espécies, especialmente, devem ser priorizadas em estudos futuros para detalhamento das substâncias envolvidas na capacidade anti-incrustante, bem como para definir sua amplitude de ação.

Porifera; Demospongiae; anti-incrustação; Perna perna ; Brazil


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