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Assembleias de aves dispersoras de sementes em ambientes ripários de uma bacia hidrográfica parcialmente urbanizada, no sudoeste brasileiro

Resumo

As aves desempenham um papel chave na dinâmica dos ecossistemas, incluindo áreas urbanas e rurais, e trazem melhorias na qualidade ambiental e estabilidade ecológica. As espécies contribuem diretamente com a regeneração natural da vegetação e processos de sucessão por oferecerem serviços ecossistêmicos como a dispersão de sementes, um papel fundamental em áreas alteradas. Nós estudamos a assembleia de espécies de aves que se alimentam de frutos em ambientes ripários da bacia do rio Monjolinho, região central do estado de São Paulo, sudeste do Brasil. As aves foram registradas em 41 pontos distribuídos em ecossistemas ripários ao longo dos corpos d’água, em paisagens com quatro tipos de matrizes em seu entorno: urbana, periurbana, rural e vegetação nativa. Nós descrevemos como as assembleias estão estruturadas, objetivando avaliar a possível influência da sazonalidade e do tipo de paisagem do entorno. Foram registradas 39 espécies de aves que podem desempenhar o papel de dispersoras de sementes, sendo 32 espécies no período chuvoso e 32 no período seco. Não foi detectada diferença significativa na diversidade e dominância de espécies entre estações em toda área de estudo, indicando estabilidade da estrutura básica das assembleias. Entretanto, o número total de indivíduos de todas as espécies registrados nas diferentes paisagens foi influenciado pela sazonalidade. Além disso, a composição e abundância de espécies mudou significativamente entre as estações, levando a uma alta dissimilaridade com quase 50% das espécies contribuindo com quase 90% da variação observada. A diversidade e distinção taxonômicas mais altas apontam para maior variedade de serviços ecossistêmicos possíveis relacionados à dispersão de sementes em áreas naturais, enquanto os menores valores desses índices foram encontrados em áreas antropizadas. Um maior número de espécies distintas com menor proximidade taxonômica durante a estação seca, em contraste com um alto número de indivíduos observados na estação chuvosa, indica que existe uma maior gama de possíveis serviços ecossistêmicos oferecidos pelas aves frugívoras no período mais seco do ano, enquanto no período de maior pluviosidade os ecossistemas apresentaram maior capacidade suporte.

Palavras-chave:
diversidade; serviços ecossistêmicos; aves frugívoras; áreas alteradas; distinção taxonômica

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