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Metapopulação em morcegos do sul do Brasil

Objetivou-se mostrar que os deslocamentos, promotores da diversidade genética em metapopulações, incrementam a probabilidade de sobrevivência das populações de espécies de morcegos adaptadas para voos de média e longa distância. As amostragens foram realizadas em quatro fragmentos florestais, distribuídos em três municípios da região norte do Paraná, sendo que a distância máxima entre as áreas de estudo foi de 20 km. Uma amostragem mensal foi realizada em cada fragmento, durante o período de julho de 2008 a junho de 2009. Foram utilizadas oito redes por coleta, que permaneceram abertas durante as quatro primeiras horas da noite, totalizando 192 horas, durante um ano de estudo. A marcação ocorreu de outubro de 2008 a março de 2009 e foi realizada por meio de anilhas metálicas anodizadas de quatro cores diferentes. Cento e cinquenta indivíduos foram marcados e, desde a captura, foram registrados quatro deslocamentos. Após cinco meses da coleta e da marcação, um Carollia perspicillata foi encontrado a três quilômetros. Dois Artibeus lituratus foram registrados a cerca de 20 km do local de marcação, um destes após 22 meses e o segundo, após 24 meses. Adicionalmente, um Platyrrhinus lineatus foi capturado a cerca de 20 km, após 26 meses. Ao se locomoverem por razoáveis distâncias, como não são monogâmicos, os machos cruzam com fêmeas de outros fragmentos, trocando genes e reduzindo - ou mesmo evitando - a endogamia. Assim, há a possibilidade de se incrementar a diversidade genética nas metapopulações, possibilitada pelos deslocamentos entre os fragmentos. As espécies que assim se comportam não são vulneráveis ao isolamento.

quirópteros; deslocamentos; fluxo gênico; preservação


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