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Biologia populacional e distribuição do tanaidáceo Kalliapseudes schubarti Mañé-Garzon, 1949, em um terraço entremarés no Sudeste brasileiro

A biologia populacional e a distribuição espacial e temporal de Kalliapseudes schubarti Mañé-Garzon, 1949, tanaidáceo comum em estuários e planícies lodosas do Sul e Sudeste do Brasil, foi estudada na região do Araçá, São Sebastião (SP), Brasil. Essa espécie apresentou distribuição agrupada na área amostrada e os indivíduos concentraram-se na camada superficial (5 cm) do sedimento. Altas densidades de K. schubarti foram obtidas em áreas caracterizadas por sedimento fino e moderadamente selecionado. A análise de regressão múltipla revelou influência positiva dos teores de matéria orgânica e efeito negativo dos teores de silte-argila sobre a abundância de K. schubarti. Além disso, essa espécie apresentou variação temporal com diminuição em abundância no outono e inverno (março a agosto). Um dimorfismo sexual foi verificado, com machos sendo maiores que fêmeas. Fêmeas ovígeras também foram maiores que as pré-ovígeras. A razão sexual mostrou-se desviada para fêmeas. Sete coortes foram identificadas durante o período de amostragem. A longevidade estimada para K. schubarti foi de 12 meses e nenhuma oscilação sazonal no crescimento foi comprovada. A reprodução contínua, evidenciada pela presença de fases larvais (manca II e nêutron) e fêmeas reprodutivas ao longo do ano, e a alta fecundidade dentre os tanaidáceos, associada ao rápido crescimento e à pequena longevidade, suportam uma estratégia de vida oportunista sugerida para essa espécie na literatura.

Tanaidacea; Kalliapseudes schubarti; distribuição temporal; distribuição espacial; crescimento populacional; razão sexual; fecundidade; período reprodutivo


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