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Composição florística, variação ambiental e distribução das espécies em um campo queimado no sul do Brasil

Em um campo regularmente queimado no Morro Santana, Porto Alegre, RS, Brasil, foram investigadas diferenças na composição florística e suas relações com as propriedades do solo, a distância da borda florestal e a exposição do relevo. Em 48 parcelas de 0,75 m², foram amostradas 201 espécies identificadas, de um total estimado para o local de aproximadamente 450 a 500 espécies. A maioria das espécies apresentou baixas freqüências e uma distribuição aglomerada na área de estudo. A análise multivariada dos dados indicou que as parcelas adjacentes à borda florestal claramente diferem florística e estruturalmente das parcelas do campo. As parcelas com exposição norte diferiram das do topo do morro, tanto pela composição florística quanto pelas variáveis do solo, principalmente em relação à menor profundidade do solo no norte. Nenhuma relação forte foi detectada entre as propriedades do solo e a variação na composição da comunidade em escala mais fina. A área estudada, assim como a vegetação campestre no sul do Brasil em geral, apresenta-se muito rica em espécies, se comparada a outras formações de campo ou savana no mundo. Apesar disso, a alta biodiversidade e o valor de conservação da vegetação campestre não têm sido reconhecidos. Na ausência do pastejo, o fogo é um imporante fator de manejo para a conservação da vegetação campestre, uma vez que o distúrbio parece ser necessário para manter esse tipo de vegetação aberta, com alta riqueza em espécies.

Brasil meridional; campos; distribuição de espécies; diversidade; fogo


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