Resumo
Com ocorrência concentrada no sudoeste goiano, Butia purpurascens tem frutos e folhas amplamente extraídos pela população regional. Coexiste com gramíneas exóticas, queimadas frequentes, além do pastejo e pisoteamento por gado. Os indivíduos jovens raramente são vistos. Este trabalho teve como objetivo fornecer informações sobre propágulos, formação de plântulas e monitoramento de indivíduos jovens de B. purpurascens até adultos em fase reprodutiva. Os frutos foram selecionados, medidos e beneficiados após a colheita. Dos 6.000 frutos coletados, 3.112 foram descartados por estarem perfurados por gorgulhos do gênero Conotrachelus. O experimento dividiu 2.600 frutos em 13 tratamentos, distribuídos em frutos maduros e imaturos, com polpa e despolpados. Além da adoção de mecanismos mecânicos e químicos de quebra de dormência, períodos de armazenamento e profundidades de plantio diferentes. Após 16 meses de monitoramento, a formação de 11 plântulas foi obtida sem distinção de qualquer tratamento. Plântulas e indivíduos jovens se desenvolveram lentamente, levando dois anos para emitir o primeiro metáfilo. Ao longo do tempo, dez indivíduos morreram, a maioria, por ataque fúngico. Após dez anos, a única planta sobrevivente gerou duas inflorescências, as quais produziram frutos. A capacidade de produção de plântulas ineficiente e o lento desenvolvimento das mudas, combinados com o impacto do extrativismo e a alta taxa de predação dos pirênios, sugerem a baixa taxa de recrutamento da espécie observada, em condições naturais. Esse tipo de dado é uma das ferramentas importantes para a criação de diretrizes para a conservação de espécies. Portanto, sugerimos considerar a reclassificação de B. purpurascens como espécie Criticamente Ameaçada na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção.
Palavras-chave:
conservação; espécie criticamente ameaçada; palmeira arborescente; propagação; plântulas
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