Foram expostos ovos diapáusicos da praga de pastagens na região neotropical, Deois flavopicta (Stal) (Hemiptera: Cercopidae), a baixas temperaturas noturnas, simulando condições de campo durante a estação seca (23/12, 23/15 e 23/18ºC dia/noite), por diferentes períodos (0, 15, 30, 40, 50 e 60 dias). Após o tratamento térmico, os ovos foram mantidos a 28ºC e em água de contato (100% de umidade), até a eclosão das ninfas. Um grupo-controle de ovos diapáusicos foi mantido por todo o período experimental em altas temperaturas e umidade. O tempo para eclosão (em graus/dia) foi reduzido devido ao efeito das baixas temperaturas noturnas e ao aumento no período de exposição ao choque frio, embora não tenha sido observada interação significativa entre esses fatores. A regressão do efeito do período de choque frio no tempo médio para eclosão das ninfas provenientes de ovos diapáusicos produziu equações independentes para as temperaturas abaixo de 18ºC e 15ºC. Com base nas equações de regressão do tempo médio e no desvio-padrão associado, construímos um modelo que simula a proporção esperada da população que eclodirá após o início da estação chuvosa. A simulação gerada pelo modelo correlacionou-se significativamente à população de ninfas observada no campo. Estes resultados mostram que temperaturas noturnas abaixo de 18ºC, como ocorre no Centro-Sul do Brasil entre maio e agosto, abreviam o período da diapausa, acumulam ovos quiescentes no solo e podem sincronizar a eclosão da população.
Insecta; fenologia; dormência; choque frio; dinâmica populacional
