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Os riscos da introdução da palmeira amazônica Euterpe oleracea na Floresta Atlântica

Resumo

A introdução de uma espécie pode alterar processos ecológicos de populações nativas, tais como padrões de polinização e dispersão, levando a mudanças na estrutura populacional. Quando espécies introduzidas e nativas são congêneres, a interferência na polinização pode levar também à hibridização. Nossos objetivos foram entender os aspectos ecológicos da introdução de Euterpe oleracea na Floresta Atlântica e as possíveis consequências sobre a conservação da congênere nativa Euterpe edulis. Para isso, analisamos a estrutura populacional, incluindo híbridos, e observamos a interação de aves frugívoras com ambas as espécies de palmeira após a introdução de E. oleracea. Observamos que E. edulis apresentou densidade total e número de plântulas menores quando coocorrente com E. oleracea. As palmeiras congenéricas compartilharam nove espécies de aves frugívoras. E. oleracea e híbridos foram dispersos além da área original de plantio. Consequentemente, os riscos da introdução de E. oleracea podem estar principalmente relacionados com o possível deslocamento de interações entre E. edulis e aves frugívoras e com a produção de híbridos. Desta forma, o cultivo de E. oleracea e híbridos podem afetar a conservação da já ameaçada E. edulis.

Palavras-chave:
hibridização; aves frugívoras; plantas exóticas; estrutura populacional; Euterpe edulis

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