É bem estabelecido que virtualmente todos os tecidos das larvas de anfíbios são altamente sensíveis à ação mutuamente antagonista dos hormônios tireoideanos (TH) e prolactina (PRL). Porém, não é sabido se os tecidos do anfíbio adulto respondem de uma forma semelhante a estes hormônios. Em um trabalho anterior, nós demonstramos que baixas doses de triiodotironina (T3) potenciam rapidamente e com alta intensidade a ativação pelo estrogênio (E2) de genes silenciosos da vitelogenina (Vit), bem como a autoindução de transcritos de receptores para estrogênio (ER) em culturas primárias de hepatócitos de Xenopus adultos. Esta resposta para o T3 é acompanhada pela ativação da transcrição do mRNA de receptores <FONT FACE="Symbol">b</FONT> para o hormônio tireoideano (TR<FONT FACE="Symbol">b</FONT>). Através das técnicas de Northern blotting e "RNase protection assay", nós agora estamos mostrando que prolactina ovina adicionada por 12 h, juntamente com 2 x 10-9 M de T3, em culturas primárias de hepatócitos adultos de Xenopus bloqueia completamente a ação de T3 na potenciação da indução de mRNA da Vit pelo hormônio E2. PRL também aboliu a autoregulação positiva do mRNA para TR<FONT FACE="Symbol">b</FONT> e a ativação cruzada da autoindução do mRNA do ER. Assim, nós estamos mostrando pela primeira vez que a ação anti-TH da PRL, manifestada em girinos de Xenopus durante a metamorfose, é mantida no fígado adulto, sugerindo que esta ação mutuamente antagonista dos dois hormônios pode ser desempenhada por mecanismos moleculares semelhantes nos tecidos de ambos os estágios do anfíbio.