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Mineralogia de paleossolos da Formação Marília e seu significado na evolução ambiental do Maastrichtiano da Bacia Bauru, sudeste do Brasil

RESUMO:

Solos e paleossolos refletem complexa inter-relação entre sedimentação, erosão e não-deposição. A análise dos constituintes mineralógicos de paleossolos é fundamental para a reconstituição dos fatores, processos e ambientes no qual esses se formaram. O reconhecimento de determinadas assembléias mineralógicas podem revelar as condições ambientais durante a pedogênese e através da análise quantitativa se torna possível constatar variação vertical ao longo dos perfis de paleossolos, identificando horizontes com maior concentração mineral ou lixiviação, apontando indiretamente processos ambientais que dominavam no decorrer da evolução pedogenética. O objetivo desse trabalho foi discutir o significado das fases minerais e sua quantificação na evolução ambiental e no grau de desenvolvimento dos paleossolos da Formação Marília, Maastrichtiano da Bacia Bauru. Foram descritas três seções (A1, A2, A3) da Formação Marília. A mineralogia foi determinada através da difratometria de raios-x e para a quantificação mineral foi utilizado o método de refinamento Rietveld. Os calcretes da Formação Marília são predominantemente pedogênico, com minerais autigênicos em sua maioria. A variação do teor de quartzo, calcita, paligorskita e esmectita, a micromorfologia e a diversidade de horizontes subsuperficiais (Bkm, Btkm, Bt) demonstraram que os paleossolos se desenvolveram em condições gerais semiáridas, com episódios de maiores taxas de precipitação, umidade, lixiviação e dessilicação.

PALAVRAS-CHAVE:
Calcrete; Paleoclima; Paligorskita; Pedogênese; Cretáceo Superior

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