O presente estudo foi conduzido para avaliar a prevalência do Coronavirus dos perus (TCoV) e Astrovirus tipo 2 (TAstV-2) entre os meses de Fevereiro a Dezembro de 2006, em uma região produtora localizada no semi-árido a Sudeste do Brasil. Os principais fatores de risco associado a prevalência foram material clínico analisado, condições climáticas e tipo de técnica molecular empregada. Os sinais clínicos foram caracterizados como intenso fluido intestinal e baixo crescimento em aves jovens, sendo o material coletado swabs cloacais, fezes, soros, bursa de Fabrícius, segmentos do intestino delgado, timo e baço. Os dados meteorológicos (índice pluviométrico e umidade relativa) desta região, durante o período de estudo, foram de temperatura média mensal variando de 39.3 a 31.2ºC, precipitação na época chuvosa variando de 40 a 270.3mm/mês e ausência de chuva na estação fria e seca. A técnica de simplex RT-PCR resultou em valores de odds ratio (OR) que sugerem que a região do intestino delgado (junção íleo-cecal) possui alta chance (1.9 vezes) de gerar resultados positivos na amplificação de RNA viral que as fezes (1.5 vezes) analisadas. A técnica de multiplex RT-PCR demonstrou ser 3.98 vezes mais eficiente em promover resultados positivos nas fezes que nos swabs cloacais, durante a época de inverno. Os maiores fatores de risco encontrados foram baixa umidade relativa associada a altas temperaturas, durante a estação seca, o que pode permitir uma maior disseminação aérea do ambos os vírus entre os lotes estudados. A alta prevalência detectada para dois vírus sugerem que, no Brasil, estes representam os maiores responsáveis pelos surtos de enterite viral nas regiões semi-áridas, associado a baixas umidades e altas temperaturas típicas de países tropicais.
Astrovirus perus; Coronavirus perus; diagnostico molecular; prevalência