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Produção e utilização da mutanase de Trichoderma harzianum para a degradação efetiva dos mutans estreptocócicos de estreptococos mutans

Os parâmetros básicos que afetam a produção da mutanase por Trichoderma harzianum F-340 em frascos agitados e em fermentadores foram estabelecidos. O melhor meio para produção da enzima foi o meio Mandels com pH inicial de 5,3, suplementado com 0,3% de mutana e 0,05% de peptona e inoculado com 20% de um micélio de 72h. Demonstrou-se que a massa micelial, usada como única fonte de carbono no meio de cultura, induziu a síntese de mutanase, podendo ser empregada como um substituto barato e de fácil obtenção de mutana bacteriana. Empregando-se condições otimizadas de cultura, foi possível obter um alto rendimento de produção de mutanase (0,6-0,7 U/mL, 2,0-2,5 U/mg de proteína) em pouco tempo (3-5 dias), ultrapassando os melhores resultados relatados na literatura. A enzima bruta foi estável em pH de 4,5 até 6,0 e em temperatura até 40ºC. A atividade máxima foi obtida a 45ºC e pH 5,5. A mutanase obtida deste fungo foi bastante estável durante a seu armazenamento e apresentou um levado potencial hidrolítico sobre as ligações mistas (alfa-1,3, alfa-1,6) da mutana estreptocócica insolúvel em água (a taxa de hidrólise em 24 horas foi 69%). Os produtos resultantes da reação enzimática durante a hidrólise indicaram que a mutanase possuía uma ação tipo exo sobre a mutana. A análise cromatográfica em camada delgada mostrou que o principal produto resultante da ação da mutanase sobre a mutana era glicose. O potencial de aplicação de mutanase na estomatologia é discutido.

Trichoderma harzianum; mutanase; mutana


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