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Características associadas à virulência de Enterococcus faecalis isolados de casos clínicos

Foram estudados os fatores de virulência de trinta e duas amostras de Enterococcus faecalis, isolados de casos clínicos. Vinte e quatro amostras (75%) produziram hemolisina em ágar sangue preparado com hemácias de carneiro. No sobrenadante da cultura em BHI nenhuma amostra produziu hemolisina, no entanto quando cultivadas em meio BHI suplementado com 1% de glucose e 0,03% de L-arginina (BHI-GA), 100% das amostras lisaram hemácias de carneiro. Vinte e quatro (75%) amostras produziram caseinase e 23 (71,9%) lipase, mas nenhuma amostra produziu gelatinase. Dezesseis (46,9%) causaram arredondamento e alteração na membrana das células, com formação de vesículas e, em seguida, a morte das células HeLa e HEp-2. Treze amostras (40,6) aglutinaram eritrócitos de coelhos, mas não aglutinaram outros eritrócitos na presença ou na ausência de 1% de D-manose. Dezesseis (50%) aderiram em células HeLa e 13 (40,6%) em células HEp-2, mas todas as amostras de E. faecalis aderiram na microplaca de polipropileno, indicando que E. faecalis isolados de casos clínicos possuem capacidade de formar biofilme "in vitro". Todos os isolados mostraram-se resistentes à ação bactericida do soro normal e não produziram aerobactina. Esses resultados sugerem que, inicialmente, a colonização ou infecção por E. faecalis ocorre pela aderência e formação de biofilme nas células epiteliais e a produção de hemolisina, lípase e caseinase pode atuar como fatores de virulência na infecção por E. faecalis.

Enterococcus faecalis; hemolisina; proteases; lípase; citotoxina; fatores de virulência


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