No Brasil, uma grande quantidade de resíduos fibrosos de soja (Glycine max) são gerados no processo de produção de proteína de soja. Estes materiais, ricos em celulose e hemicelulose, podem ser usados como substratos para cultivos microbianos visando a produção de valiosos metabólitos e enzimas. Neste trabalho, estudou-se a produção de enzimas, utilizando estes resíduos, por bactérias isoladas da água e do solo da região amazônica. Cinco cepas, dentre 87 iniciais, foram selecionadas e crescidas em cultivo semi-sólido (CSS). Preparações obtidas do isolado BL 62, identificado como Bacillus subtilis, apresentaram a maior atividade específica para celulase, 1,08 UI/ mg de proteína, em 24 horas de cultivo. No que se refere às xilanases, preparações obtidas do isolado BL 53, também identificado como Bacillus subtilis, apresentaram a maior atividade específica para esta enzima, com um valor de 5,19 UI/ mg de proteína, em 72 horas de cultivo. Também foi demonstrada a produção simultânea de proteases, o que pode ser associado à perda das atividades de celulase e xilanase durante o cultivo. Os resultados indicam que os microrganismos selecionados e o processo de cultivo empregado utilizando resíduo da soja apresentam grande potencial biotecnológico.
Cultivo semi-sólido; celulases; xilanases; resíduo de soja; biodiversidade amazônica