Resumo
Bancos de rodolitos formam oásis de alta biodiversidade em ambientes marinhos de fundo arenoso. Os rodolitos são formados por espécies bioconstrutoras, que fornecem abrigo e substrato para diversas e abundantes comunidades bentônicas. No Brasil esses ambientes são frequentes, representando grandes "fábricas" de carbonato com um papel fundamental no ciclo biogeoquímico do carbono no Atlântico Sul. Estes organismos e ambientes estão ameaçados pelas mudanças climáticas (principalmente a acidificação dos oceanos e o aquecimento global) e pelos estressores locais, tais como os impactos causados pela pesca e as descargas costeiras de efluentes. Neste trabalho fazemos uma revisão da taxonomia, filogenia e biologia desses organismos, com destaque para os efeitos previstos das mudanças climáticas e suas relações com estressores locais. A maioria dos estudos acerca dos efeitos das mudanças climáticas e da acidificação dos oceanos em algas calcárias relatam respostas negativas não só no crescimento e na calcificação, mas também no processo de fotossíntese, espessura da parede celular, reprodução e sobrevivência das algas. Este cenário reforça a necessidade em estabelecer uma consistente rede de trabalho para proporcionar um programa de monitoramento amplo e de longo prazo, bem como infraestrutura para avaliações experimentais de impactos locais e regionais das mudanças climáticas e dos estressores locais em bancos de rodolitos.
Descritores:
Algas; Conservação; Brasil; Mudanças climáticas; Poluição; Acidificação dos oceanos






