O clima está fortemente relacionado com a dinâmica da camada superficial do Atlântico tropical e com as trocas entre esta e a atmosfera, e a previsão do tempo melhorará à medida em que ganhemos um melhor entendimento dos processos que governam a distribuição relativa das propriedades termodinâmicas na coluna d'água. O presente trabalho focaliza o isolamento das águas quentes superficiais das águas frias profundas pela camada de barreira (CB) induzida pela salinidade no Atlântico Equatorial Oeste (3ºS-7ºN; 40º-52ºW), com base em 487 perfis de CTD (REVIZEE - 1995-2001). O principal processo que contribue para a formação sazonal da CB é a descarga fluvial de águas doces do rio Amazonas. Durante o final do inverno/primavera boreal (Mar-Mai; alta descarga), prevalecem camadas isotérmica (Z T) e de mistura (Z M) mais profundas e a formação de uma CB com 16m de espessura foi governada pelo estabelecimento de uma forte picnoclina induzida pela salinidade, no interior da camada isotérmica. Entretanto, durante o outono boreal (Out-Dez; baixa descarga), estratificações em densidade foram principalmente controladas pela distribuição de temperatura (Z M m Z T; ECB = Z M - Z T m 0). Embora não tenha registrado uma CB sobre a plataforma Amazônica, uma CB máxima (40m) foi formada próxima à quebra da plataforma a 45°W.
Haloclina; Termoclina; Trocas de Calor; Águas Costeiras; Camada Barreira; Amazonas; Lat 3°S-7°N; Long 40°W-52°W