Os objetivos deste estudo foram analisar a distribuição ecológica e a estrutura populacional de A. schmitti no litoral sudeste brasileiro. Os caranguejos foram coletados, mensalmente, de janeiro de 1998 a dezembro de 1999 nas enseadas: Ubatumirim (UBM), Ubatuba (UBA) e Mar Virado (MV), onde também foram obtidas amostras de água e sedimento para análise dos fatores ambientais. A maior abundância de A. schmitti foi verificada em UBM (224), seguida por UBA (154) e MV (23) e não apresentou associação com os fatores ambientais analisados. O motivo da baixa abundância desses caranguejos em MV pode ser a alta ação de ondas que movimenta o material biodetrítico acumulado no fundo e, frequentemente, remove pequenos caranguejos de seus abrigos entre fragmentos de conchas. Os indivíduos foram 269 machos e 132 fêmeas, das quais apenas 4 eram ovígeras. O recrutamento juvenil ocorreu o ano todo, sendo menos intenso na primavera. A maior abundância de indivíduos, bem como as fêmeas ovígeras, ocorreu em 1999, quando a entrada da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) foi mais intensa do que no ano anterior. Esta influência ambiental pode ser o principal fator modulador para esta população.
Fatores ambientais; Panopeidae; Abundância; Massas de água