Visando a radioproteção ambiental, baseada no conceito de limite de taxa de dose absorvida, foi desenvolvida uma metodologia de conversão da concentração de atividade de radionuclídeos (Bq kg-1) em taxa de dose absorvida (Gy a-1). O modelo considera apenas a taxa de dose absorvida interna. Essa metodologia foi aplicada ao peixe vermelho-caranho (Lutjanus cyanopterus, Cuvier, 1828) capturado na costa do Ceará e aos radionuclídeos naturais: urânio-238, rádio-226, chumbo-210, tório-232 e rádio-228. As taxas de dose absorvidas foram calculadas por radionuclídeo e por tipo de radiação emitida. A taxa de dose média devida a esses radionuclídeos foi de 5.36 µGy a-1, valor seis ordens de grandeza menor que o valor de limite de taxa de dose absorvida utilizada no presente trabalho (3.65 10³ mGy a-1), e similar ao encontrado na literatura para peixes bentônicos. Ra-226 e U-238 contribuíram com 67% e 22% da taxa de dose absorvida, seguidos de Th-232 com 10%. Já Ra-228 e Pb-210 respondem por menos de 1% da taxa de dose absorvida. Essa distribuição é um pouco diferente do relatado na literatura, onde Ra-226 responde por 86% da taxa de dose absorvida.
Radioatividade ambiental; Radioproteção ambiental; Dose na biota; Radionuclídeos naturais; Vermelho-caranho