A composição, distribuição, densidade, biomassa, diversidade e relações tróficas das comunidades macrobênticas da Enseada de Ubatuba, costa sudeste brasileira, foram estudadas sazonalmente, de agosto de 1995 a junho de 1996. As amostragens foram realizadas em 9 estações de coleta, situadas entre 4 e 13 m de profundidade, e obtidas em duplicata com pegador de fundo van Veen de 0,1 m² de área amostral. Duzentas e cinco espécies macrobênticas foram obtidas, a maioria apresentando baixa dominância e freqüência. Poliquetas e nemátodes dominaram, representando 89% da fauna total. As variações espaciais na estrutura das comunidades foram correlacionadas ao tipo de sedimento, ao passo que as variações temporais o foram com o aumento da perturbação causada pelas ondas e correntes sobre o substrato durante o período de chuvas. Poliquetas carnívoros e detritívoros foram dominantes, totalizando 81% das espécies. O diâmetro médio das partículas, conteúdo de areia fina, areia muito fina, silte e argila estiveram entre os principais fatores relacionados aos padrões de distribuição da fauna, densidade, diversidade e com a dominância dos grupos tróficos. Análises multivariadas mostraram que a área de estudo pode ser dividida em dois grupos de estações, caracterizados, respectivamente, pela presença de Magelona papillicornis e Mediomastus capensis.
Comunidade bêntica; grupos tróficos; ecologia bêntica; Enseada de Ubatuba