Acessibilidade / Reportar erro

Achados auditivos associados à infecção pelo Zika vírus: uma revisão integrativa Como citar este artigo: Barbosa MH, Magalhães-Barbosa MC, Robaina JR, Prata-Barbosa A, Lima MA, Cunha AJ. Auditory findings associated with Zika virus infection: an integrative review. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85:642-63.

Resumo

Introdução:

Possíveis associações entre a infecção pelo Zika vírus e perda auditiva foram observadas durante a epidemia nas Américas.

Objetivo:

Descrever as alterações auditivas, a patogênese e as recomendações de seguimento em indivíduos com infecção por Zika vírus pré-natal ou adquirida.

Método:

Uma pesquisa bibliográfica foi realizada em março/2018 a abril/2019 nas principais bases de dados disponíveis. A seleção dos artigos, extração de dados e avaliação de qualidade foram realizadas por dois revisores independentes. Estudos com avaliação auditiva de pacientes com infecção por Zika vírus congênita ou adquirida; e/ou hipóteses ou evidências sobre a fisiopatologia do comprometimento auditivo associado ao Zika vírus; e/ou recomendações sobre triagem e seguimento de pacientes com comprometimento auditivo pelo Zika vírus foram incluídos na pesquisa.

Resultados:

Um total de 27 artigos foram selecionados. Perdas auditivas neurossensorial e transitória foram relatadas em seis adultos com infecção pelo Zika vírus adquirida. Das 962 crianças estudadas, 482 apresentavam microcefalia e 145 tinham confirmação diagnóstica do Zika vírus; 515 das 624 crianças com avaliação auditiva haviam realizado apenas testes de triagem com teste de emissões otoacústicas e/ou teste de potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático com estímulo clique. Estudos em crianças expostas no período pré-natal foram muito heterogêneos e grandes variações na frequência de emissões otoacústicas e potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático alterados ocorreram ao longo dos estudos; alterações nas emissões otoacústicas variaram de 0% a 75%, enquanto as alterações no potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático variaram de 0% a 29,2%. Não foi possível descartar comprometimento neurossensorial, retrococlear ou de origem central. Um estudo com camundongos infectados não encontrou dano microscópico nas células ciliadas da cóclea. Estudos sobre a patogênese das alterações auditivas em humanos estão limitados a hipóteses e recomendações ainda apresentam pontos de controvérsia.

Conclusão:

Os dados disponíveis ainda são insuficientes para compreender todo o espectro do envolvimento dos órgãos auditivos pelo Zika vírus, a patogênese desse envolvimento ou até mesmo para confirmar a associação causal entre o envolvimento auditivo e a infecção pelo vírus. As recomendações de triagem e seguimento ainda apresentam pontos de controvérsia.

PALAVRAS-CHAVE
Infecção pelo Zika vírus; Distúrbios auditivos; Perda de audição

Abstract

Introduction:

Possible associations between Zika virus infection and hearing loss were observed during the epidemic in the Americas.

Objective:

To describe the auditory alterations, pathogenesis and recommendations for follow-up in individuals with prenatal or acquired Zika virus infection.

Methods:

Bibliographic research conducted in March/2018-April/2019 at the main available databases. Article selection, data extraction and quality evaluation were carried out by two independent reviewers. Studies containing auditory evaluation of patients with congenital or acquired Zika virus infection; and/or hypotheses or evidences on the pathophysiology of auditory impairment associated with Zika virus; and/or recommendations on screening and follow-up of patients with auditory impairment by Zika virus were included.

Results:

A total of 27 articles were selected. Sensorineural and transient hearing loss were reported in six adults with acquired Zika virus infection. Of the 962 studied children, 482 had microcephaly and 145 had diagnostic confirmation of Zika virus; 515 of the 624 children with auditory evaluation performed only screening tests with otoacoustic emissions testing and/or automated click-stimuli auditory brainstem response testing. Studies in prenatally exposed children were very heterogeneous and great variations in the frequency of altered otoacoustic emissions and automated click-stimuli auditory brainstem response occurred across the studies. Altered otoacoustic emissions varied from 0% to 75%, while altered automated click-stimuli auditory brainstem response varied from 0% to 29.2%. Sensorineural, retrocochlear or central origin impairment could not be ruled out. One study with infected mice found no microscopic damage to cochlear hair cells. Studies on the pathogenesis of auditory changes in humans are limited to hypotheses and recommendations still include points of controversy.

Conclusion:

The available data are still insufficient to understand the full spectrum of the involvement of the auditory organs by Zika virus, the pathogenesis of this involvement or even to confirm the causal association between auditory involvement and virus infection. The screening and follow-up recommendations still present points of controversy.

KEYWORDS
Zika virus infection; Hearing disorders; Hearing loss

Introdução

A epidemia do vírus Zika (ZIKV) nas Américas, que começou em 2015, chamou a atenção das comunidades médica e leiga, devido a suas proporções significativas e às consequências deletérias para os seres humanos. Embora o fato mais emblemático dessa epidemia tenha sido a associação da infecção por ZIKV durante a gravidez com um aumento alarmante nos casos de microcefalia congênita, outras manifestações clínicas também foram atribuídas à infecção por esse vírus,11 De Oliveira Melo AS, Aguiar RS, Amorim MMR, Arruda MB, De Oliveira Melo F, Ribeiro STC, et al. Congenital Zika virus infection: beyond neonatal microcephaly. JAMA Neurol. 2016;73:1407-16.

2 Ventura CV, Maia M, Ventura BV, van der Linden V, Araújo EB, Ramos RC, et al. Ophthalmological findings in infants with microcephaly and presumable intra-uterus Zika virus infection. Arq Bras Oftalmol. 2016;79:1-3.

3 Cleto TL, de Araújo LF, Capuano KG, Rego Ramos A, Prata-Barbosa A. Peripheral neuropathy associated with zika virus infection. Pediatr Neurol. 2016;65:e1-2.
-44 Smith DW, Mackenzie J. Zika virus and Guillain-Barré syndrome: another viral cause to add to the list. Lancet. 2016;387:1486-8. tais como as possíveis associações com alterações auditivas, tanto na infecção adquirida55 Tappe D, Nachtigall S, Kapaun A, Schnitzler P, Günther S, Schmidt-Chanasit J. Acute Zika virus infection after travel to Malaysian Borneo, September 2014. Emerg Infect Dis. 2015;21:911-3.

6 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.
-77 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7. quanto na congênita.88 Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3.

9 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.

10 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.

11 Silva MFA de A, Mendonça de Araújo FC. Hearing screeningin children exposed to Zika virus. In: II Congresso Brasileirode Ciências da Saúde. 2017. Available at: www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php [accessed 17.04.18].
www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-apro...

12 Nogueira ML, Nery Júnior NRR, Estofolete CF, Bernardes Terzian AC, Guimarães GF, Zini N, et al. Adverse birth outcomes associated with Zika virus exposure during pregnancy in São José do Rio Preto, Brazil. Clin Microbiol Infect. 2017;24:646-52.

13 Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10.

14 Lage M-LC, Nascimento-Carvalho C, Fernandes A, Carvalho A, Ventura P, Taguchi T, et al. Clinical, neuroimaging, and neurophysiological findings in children with microcephaly related to congenital zika virus infection. Int J Environ Res Public Health. 2019;16:309.

15 Gely-Rojas L, García-Fragoso L, Negrón J, Deynes D, García-García I, Zorrilla CD. Congenital Zika syndrome in puerto rico, beyond microcephaly, a multiorgan approach. P R Health Sci J. 2018;37:S73-6.
-1616 Calle-Giraldo JP, Rojas CA, Hurtado IC, Barco C, Libreros D, Sánchez PJ, et al. Outcomes of congenital zika virus infection during an outbreak in Valle del Cauca, Colombia. Pediatr Infect Dis J. 2019;38:735-40. Evidências de causalidade entre a infecção pelo ZIKV e anormalidades fetais incluem evidência de infecção durante a gravidez, um fenótipo específico e raro de anormalidades do sistema nervoso central em fetos e recém-nascidos infectados e a identificação do vírus no tecido cerebral de fetos e neonatos afetados.1717 Rasmussen SA, Jamieson DJ, Honein MA, Petersen LR. Zika virus and birth defects - reviewing the evidence for causality. N Engl J Med. 2016;374:1981-7. Estudos pioneiros identificaram um tropismo do vírus para o sistema nervoso central (SNC) em fetos infectados, com consequências devastadoras para o desenvolvimento, inclusive microcefalia e outras malformações graves do SNC.1818 Adams Waldorf KM, Stencel-Baerenwald JE, Kapur RP, Studholme C, Boldenow E, Vornhagen J, et al. Fetal brain lesions after subcutaneous inoculation of Zika virus in a pregnant nonhuman primate. Nat Med. 2016;22:1256-9.,1919 Tang H, Hammack C, Ogden SC, Wen Z, Qian X. Zika virus infect human cortical neural precursors and attenuates their growth. Cell Stem Cell. 2016;18:587-90. Garcez et al., através de imuno-histoquímica e microscopia eletrônica com o uso de neuroesferas e organoides cerebrais, demonstraram que o Zika vírus afeta as células neurais humanas, reduz seu crescimento e viabilidade, sugerindo fortemente que o vírus prejudica a neurogênese durante o desenvolvimento fetal humano.2020 Garcez PP, Loiola EC, Madeiro R, Higa LM, Trindade P, Delvecchio R, et al. Zika virus impairs growth in human neurospheres and brain organoids. Science. 2016;352:816-8.,2121 Garcez PP, Nascimento JM, De Vasconcelos JM, Madeiro Da Costa R, Delvecchio R, Trindade P, et al. Zika virus disrupts molecular fingerprinting of human neurospheres. Sci Rep. 2017;7:1-10.

Considerando os indicativos do neurotropismo do ZIKV e sua associação com malformações em fetos afetados, pode-se sugerir que esse vírus é capaz de afetar as vias neurais auditivas ou causar malformações nos órgãos auditivos, levar ao comprometimento do seu desenvolvimento e, consequentemente, maior risco de comprometimento auditivo morfológico ou funcional, especialmente em infecções pré-natais. A perda auditiva tem sido descrita em infecções por outros agentes causadores de síndromes congênitas, como a toxoplasmose,2222 Brown ED, Chau JK, Atashband S, Westerberg BD, Kozak FK. A systematic review of neonatal toxoplasmosis exposure and sensorineural hearing loss. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2009;73:707-11.,2323 Salviz M, Montoya JG, Nadol JB, Santos F. Otopathology in congenital toxoplasmosis. Otol Neurotol. 2013;34:1165-9. rubéola, 2424 Seetoo K, Carlos MP, Blythe D, Trivedi L, Myers R, England T, et al. Three cases of congenital rubella syndrome in the postelimination era - Maryland, Alabama, and Illinois, 2012. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2013;62:217-21.,2525 Cohen BE, Durstenfeld A, Roehm PC. Viral causes of hearing loss: a review for hearing health professionals. Trends Hear. 2014;18:1-17. citomegalovírus,2525 Cohen BE, Durstenfeld A, Roehm PC. Viral causes of hearing loss: a review for hearing health professionals. Trends Hear. 2014;18:1-17.

26 Teissier N, Bernard S, Quesnel S, Van Den Abbeele T. Audiovestibular consequences of congenital cytomegalovirus infection. Eur Ann Otorhinolaryngol Head Neck Dis. 2016;133:413-8.
-2727 Goderis J, De Leenheer E, Smets K, Van Hoecke H, Keymeulen A, Dhooge I. Hearing loss and congenital CMV infection: a systematic review. Pediatrics. 2014;134:972-82. HIV2525 Cohen BE, Durstenfeld A, Roehm PC. Viral causes of hearing loss: a review for hearing health professionals. Trends Hear. 2014;18:1-17.,2828 Torre P, Cook A, Elliott H, Dawood G, Laughton B. Hearing assessment data in HIV-infected and uninfected children of Cape Town, South Africa. AIDS Care. 2015;27:1037-41.

29 Chao CK, Czechowicz JA, Messner AH, Alarcoń J, Roca LK, Larragán Rodriguez MM, et al. High prevalence of hearing impairment in HIV-infected Peruvian children. Otolaryngol - Head Neck Surg. 2012;146:259-65.
-3030 Matas CG, Santos Filha VAV Dos, Juan KR De, Pinto FR, Gonçalves IC. Audiological manifestations in children and adults with AIDS. Pro Fono. 2010;22:269-74. e herpes vírus.2525 Cohen BE, Durstenfeld A, Roehm PC. Viral causes of hearing loss: a review for hearing health professionals. Trends Hear. 2014;18:1-17.,3131 Westerberg BD, Atashband S, Kozak FK. A systematic review of the incidence of sensorineural hearing loss in neonates exposed to Herpes simplex virus (HSV). Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2008;72:931-7. Lesões diretas dos órgãos auditivos causadas pelo vírus ou alterações inflamatórias locais induzidas pela infecção incluem os mecanismos de envolvimento descritos até o momento.

Sabe-se que o diagnóstico e a intervenção precoces da perda auditiva congênita são capazes de melhorar o prognóstico de desenvolvimento da linguagem e da comunicação em indivíduos afetados,3232 Ching TYC, Dillon H, Marnane V, Hou S, Day J, Seeto M, et al. Outcomes of early- and late-identified children at 3 years of age: findings from a prospective population-based study. Ear Hear. 2013;34:535-52.

33 Gu VC, Hoffman JJ, Cao Q, Schniederjans MJ. The effects of organizational culture and environmental pressures on IT project performance: a moderation perspective. Int J Proj Manag. 2014;32:1170-81.

34 Ching TYC. Is early intervention effective in improving spoken language outcomes of children with congenital hearing loss? Am J Audiol. 2015;24:345.
-3535 Stika CJ, Eisenberg LS, Johnson KC, Henning SC, Colson BG, Ganguly DH, et al. Developmental outcomes of early-identified children who are hard of hearing at 12 to 18 months of age. Early Hum Dev. 2015;91:47-55. o que se torna ainda mais importante em um contexto de associação com outras malformações que limitem o desenvolvimento neuropsicomotor, como no caso das malformações do sistema nervoso central. Assim, também é importante elucidar melhor a patogênese do envolvimento do sistema auditivo em infecções congênitas e adquiridas, para que estratégias preventivas, terapêuticas, de rastreamento ou de acompanhamento possam ser desenvolvidas.

A perda auditiva, tanto congênita quanto adquirida, representa um fator importante que reduz a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Alterações nas vias auditivas relacionadas à infecção por ZIKV têm sido descritas em relatos de casos ou em pequenas séries de casos de crianças portadoras da síndrome congênita e em adultos com infecção adquirida, mas pouco se sabe sobre o espectro dessas alterações ou sua patogênese e prognóstico. Limitações relativas ao conhecimento sobre deficiência auditiva em indivíduos infectados e a necessidade de diretrizes específicas para o diagnóstico precoce e reabilitação auditiva tornam a revisão do assunto relevante e necessária. Nesse contexto, esta revisão integrativa visa a: 1) Descrever as alterações auditivas funcionais ou morfológicas relacionadas à exposição pré-natal ao ZIKV e à infecção pelo ZIKV adquirida; 2) Descrever a patogênese dessas alterações auditivas e 3) Descrever as recomendações sobre triagem auditiva e seguimento para esses indivíduos.

Método

Uma revisão integrativa foi feita de forma sistemática, de acordo com as recomendações do Preferred Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis - Prisma.3636 Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman GD. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA Statement. PLoS Med. 2009;6:e1000097. A estratégia PICO foi usada, definiu participantes (P) como indivíduos expostos ao ZIKV no período pré-natal ou indivíduos com infecção pelo ZIKV adquirida; intervenção (I) como a avaliação funcional ou morfológica das vias auditivas e resultados (O) como alterações funcionais ou morfológicas do sistema auditivo.

Pesquisa bibliográfica

Foi feita nas principais bases de dados disponíveis de março a abril de 2018 e atualizada até abril de 2019, especificamente: PubMed/Medline, Lilacs, Scielo, Scopus e Web of Science, sem restrição de idioma ou data de publicação. A lista de referências dos artigos selecionados, assim como o Google e o Google Scholar, foi usada para complementar a pesquisa. Os descritores usados (termos MeSH) foram: (Zika OU ZIKV) E (Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU Evoked Potentials OU Psychoacoustics OU Evoked Response OU P300 OU ABR OU BERA OU Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear) (apêndice 1 Apêndice 1 Estratégia de busca para o estudo intitulado “Achados auditivos associados à infecção pelo Zika vírus: uma revisão sistemática” Base de dados Estratégia de busca Resultados (n) Pubmed (((Zika[Título/Resumo] OU ZIKV[Título/Resumo]))) E ((Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA) OU (Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear)) 32 Scopus (TITLE-ABS-KEY (zika OU zikv)) E ((TITLE-ASB-KEY (acoustic OU audiometry OU tympanometry OU auditory OU "Evoked Potentials" OU psychoacoustics OU "Evoked Response" OU p300 OU abr OU bera)) OU (TITLE-ABS-KEY (hearing OU hypoacusis OU deafness OU audition OU dysacusis OU cochlear OU retrocochlear))) 58 Scielo (Zika OU ZIKV) E (Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA OU Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear) 15 Lilacs (Zika OU ZIKV) E (Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA OU Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear) 21 Web of Science (TITLE-ABS-KEY (zika OU zikv)) E ((TITLE-ASB-KEY (acoustic OU audiometry OU tympanometry OU auditory OU "Evoked Potentials" OU psychoacoustics OU "Evoked Response" OU p300 OU abr OU bera)) OU (TITLE-ABS-KEY (hearing OU hypoacusis OU deafness OU audition OU dysacusis OU cochlear OU retrocochlear))) 33 Google/Google Scholar Zika E hearing 5 ).

Seleção de estudo e extração de dados

Dois revisores independentes, um otorrinolaringologista e um pediatra com formação em epidemiologia, selecionaram os artigos em três etapas: inicialmente pelo título, depois pela leitura do resumo e, finalmente, pela leitura do texto completo, de acordo com critérios preestabelecidos de inclusão e exclusão. Os mesmos revisores independentemente extraíram dados de artigos selecionados em formato digital desenvolvidos para o estudo (Smartsheet®, Inc. Bellevue, EUA). Discrepâncias em relação à seleção e extração de dados foram discutidas entre os revisores no fim de cada etapa, a fim de chegar a um consenso.

Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos estudos com qualquer desenho, que contivessem: (1) Descrição de pacientes com suspeita ou confirmação de infecção por ZIKV congênita ou pacientes com infecção por ZIKV adquirida, submetidos a qualquer tipo de avaliação auditiva; e/ou (2) Hipóteses ou evidências sobre a fisiopatologia do comprometimento auditivo associado à infecção por ZIKV; e/ou (3) Recomendações sobre a triagem e o seguimento de pacientes com comprometimento auditivo devido à infecção pelo ZIKV.

Avaliação da qualidade dos estudos incluídos

A qualidade de cada estudo foi avaliada por dois revisores independentes com formação em epidemiologia. Os estudos de relato de caso foram avaliados sob o ponto de vista da qualidade da redação do artigo, com o uso das recomendações da CARE (Guidelines for Case Reports).3737 Riley DS, Barber MS, Kienle GS, Aronson JK, von Schoen-Angerer T, Tugwell P, et al. CARE guidelines for case reports: explanation and elaboration document. J Clin Epidemiol. 2017;89:218-35. Séries de casos e estudos experimentais foram avaliados quanto ao risco de viés com os instrumentos propostos pelo NIH.3838 National Institute of Health (NIH). National Heart, Lung and Blood Institute. Study quality assessment tools. Available from: https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/study-quality-assessment-tools [accessed 11.11.18].
https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/...
Itens do Strobe (Strengthening of the reporting of observational studies in epidemiology) foram adicionados à avaliação da qualidade da escrita das séries de casos3939 Elm E Von, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Peter C, Gøtzsche P, et al. Guidelines for reporting observational studies Strengthening the reporting of observational studies in epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. Br Med J. 2007;335:19-22. (apêndices 2 Apêndice 2 Itens Care (Diretrizes para relato de caso) Título 1 As palavras "relato de caso" (ou "estudo de caso") devem estar no título junto com o fenômeno de maior interesse (por exemplo, sintoma, diagnóstico, teste, intervenção) Palavras-chave 2 Os principais elementos deste caso em 2-5 palavras Resumo 3a a) Introdução - O que esse case agrega? 3b b) Apresentação do caso: os principais sintomas do paciente; os principais achados clínicos; os principais diagnósticos e intervenções; os principais desfechos 3c c) Conclusão: Quais foram as principais lições obtidas desse caso? Introdução 4 Breve resumo do histórico do caso que referencia a literatura médica relevante Informação sobre o paciente 5a Informações demográficas do paciente (idade, sexo, etnia, ocupação) 5b Principais sintomas do paciente (suas queixas principais) 5c Histórico médico, familiar e psicossocial, inclusive dieta, estilo de vida e informação genética, sempre que possível, e detalhes sobre comorbidades relevantes e intervenções passadas e seus desfechos Achados clínicos 6 Descrever os achados relevantes do exame físico (EF) Linha do tempo 7 Descrever datas e momentos importantes no caso (tabela ou figura) Avaliação diagnóstica 8a Métodos diagnósticos (por exemplo, EF, testes laboratoriais, exames de imagem, questionários) 8b Desafios de diagnóstico (por exemplo, financeiro, idioma/cultural) 8c Raciocínio diagnóstico, inclusive outros diagnósticos considerados 8d Características prognósticas (por exemplo, estadiamento), quando aplicáveis Intervenções terapêuticas 9a Tipos de intervenção (por exemplo, farmacológico, cirúrgico, preventivo, autocuidado) 9b Administração (por exemplo, dosagem, força, duração) 9c Mudanças na intervenção (com justificativa) Seguimento e desfechos 10a Desfechos avaliados pelo médico e pelo paciente 10b Resultados importantes do teste de seguimento (positivo ou negativo) 10c Adesão e tolerabilidade à intervenção (e como isso foi avaliado) 10d Eventos adversos e inesperados Discussão 11a Pontos fortes e limitações do manejo desse caso 11b Literatura médica relevante 11c Justificativa para conclusões (inclusive avaliações de causa e efeito) 11d Principais lições obtidas desse relato de caso Perspectiva do paciente 12 O paciente deve compartilhar sua perspectiva ou experiência sempre que possível Consentimento Informado 13 O paciente deu consentimento informado? Por favor, forneça se solicitado e 3 Apêndice 3 Itens do NIH (National Institute of Health) para as avaliações de risco de viés em estudos de séries de casos e itens Strobe (Strengthening of the reporting of observational studies in epidemiology) para estudos observacionais Título 1 As palavras estão relacionadas com a questão principal (audição) no título? Palavras-chave 2 2 a 5 palavras-chave para identificar áreas de interesse no relato de caso Resumo 3a Introdução - Uma afirmação que contextualiza e justifica o tema do estudo? 3b O resumo apresenta objetivos, métodos, resultados e conclusões? Introdução 4 Um ou dois parágrafos contextualizam e justificam o tema e referenciam a literatura médica relevante? Objetivos 5 A pergunta ou o objetivo do estudo foi claramente indicado? Participantes 6a A população do estudo foi claramente especificada e definida? 6b Foi fornecida uma justificativa para o tamanho da amostra, descrição do poder ou estimativas de variância e efeito? 6c Todos os indivíduos foram selecionados ou recrutados da mesma população ou de populações semelhantes (inclusive o mesmo período de tempo)? Os critérios de inclusão e exclusão para o estudo foram pré-especificados e aplicados uniformemente a todos os participantes? 6d As definições, os critérios de inclusão e exclusão, algoritmos ou processos foram usados para identificar ou selecionar casos e controles válidos, confiáveis e implantados consistentemente em todos os participantes do estudo? 6e Os casos foram claramente definidos e diferenciados dos controles? 6f Se menos de 100% dos casos e/ou controles elegíveis foram selecionados para o estudo, os casos e/ou controles foram aleatoriamente selecionados daqueles elegíveis? 6g Houve uso de controles simultâneos? Avaliação de exposição 7a Os pesquisadores conseguiram confirmar que a exposição/risco ocorreu antes do desenvolvimento da condição ou evento que definiu um participante como um caso? 7b As medidas de exposição/risco foram claramente definidas, válidas, confiáveis e implantadas consistentemente (inclusive o mesmo período) em todos os participantes do estudo? 7c Os avaliadores de exposição/risco foram cegados para a condição de caso ou controle dos participantes? Resultados 10a Os resultados foram bem descritos? (Apresenta estatística descritiva adequada?) 10b Houve comparações entre subgrupos, medidas de associação com estatísticas adequadas (medidas de precisão)? 10c As principais potenciais variáveis de confusão foram medidas e ajustadas estatisticamente nas análises? Se o pareamento foi usado, os pesquisadores consideraram o pareamento durante a análise do estudo? Discussão 11a Pontos fortes e limitações do manejo desse caso 11b Discussão de literatura médica relevante 11c Justificativa para conclusões (inclusive avaliações de causa e efeito) Conclusão 12 Quais foram as principais lições obtidas desse caso? Consentimento Informado 13 O paciente deu seu consentimento informado? ). Além disso, como muitos estudos não se concentraram nas avaliações auditivas, foram adicionados itens para avaliar especificamente a qualidade do relato e a metodologia dessa avaliação. Tanto a qualidade geral dos estudos quanto a qualidade das avaliações auditivas aplicadas foram categorizadas como baixa, moderada ou alta. Discrepâncias foram discutidas entre os revisores para chegar a um consenso.

O sistema GRADE foi aplicado para avaliar a qualidade da evidência científica.4040 Aguayo-Albasini JL, Flores-Pastor B, Soria-Aledo V. GRADE System: classification of quality of evidence and strength of recommendation. Cir Esp (Engl Ed). 2014;92:82-8.

O protocolo desta revisão foi registrado no International Prospective Registry of Systematic Reviews (Prospero) sob número CRD42018092819.

Síntese dos dados

Os dados foram resumidos em figuras e tabelas.

Resultados

A estratégia de busca identificou inicialmente 157 registros, que no fim do processo de seleção resultaram na inclusão de 27 artigos55 Tappe D, Nachtigall S, Kapaun A, Schnitzler P, Günther S, Schmidt-Chanasit J. Acute Zika virus infection after travel to Malaysian Borneo, September 2014. Emerg Infect Dis. 2015;21:911-3.

6 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.

7 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7.

8 Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3.

9 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.

10 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.

11 Silva MFA de A, Mendonça de Araújo FC. Hearing screeningin children exposed to Zika virus. In: II Congresso Brasileirode Ciências da Saúde. 2017. Available at: www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php [accessed 17.04.18].
www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-apro...

12 Nogueira ML, Nery Júnior NRR, Estofolete CF, Bernardes Terzian AC, Guimarães GF, Zini N, et al. Adverse birth outcomes associated with Zika virus exposure during pregnancy in São José do Rio Preto, Brazil. Clin Microbiol Infect. 2017;24:646-52.

13 Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10.

14 Lage M-LC, Nascimento-Carvalho C, Fernandes A, Carvalho A, Ventura P, Taguchi T, et al. Clinical, neuroimaging, and neurophysiological findings in children with microcephaly related to congenital zika virus infection. Int J Environ Res Public Health. 2019;16:309.

15 Gely-Rojas L, García-Fragoso L, Negrón J, Deynes D, García-García I, Zorrilla CD. Congenital Zika syndrome in puerto rico, beyond microcephaly, a multiorgan approach. P R Health Sci J. 2018;37:S73-6.
-1616 Calle-Giraldo JP, Rojas CA, Hurtado IC, Barco C, Libreros D, Sánchez PJ, et al. Outcomes of congenital zika virus infection during an outbreak in Valle del Cauca, Colombia. Pediatr Infect Dis J. 2019;38:735-40.,4141 Besnard M, Eyrolle-Guignot D, Guillemette-Artur P, Lastère S, Bost-Bezeaud F, Marcelis L, et al. Congenital cerebral malformations and dysfunction in fetuses and newborns following the 2013 to 2014 Zika virus epidemic in French Polynesia. Euro Surveill. 2016;21.

42 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271.

43 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9.

44 Fandiño-Cárdenas M, Molina-Franky J, Velandia R, Idrovo AJ, Alvarado-Socarras JL, Velandia R, et al. Zika virus infection during pregnancy and sensorineural hearing loss among children at 3 and 24 months post-partum. J Trop Pediatr. 2018;:1-8.

45 Sanz Cortes M, Rivera AM, Yepez M, Guimaraes CV, Diaz Yunes I, Zarutskie A, et al. Clinical assessment and brain findings in a cohort of mothers, fetuses and infants infected with ZIKA virus. Am J Obstet Gynecol. 2018;218, 440.e1-36.

46 Mittal R, Fifer RC, Liu XZ. A possible association between hearing loss and Zika virus infections. JAMA Otolaryngol Neck Surg. 2017;144:3-4.

47 Racicot K, VanOeveren S, Alberts A. Viral hijacking of formins in neurodevelopmental pathologies. Trends Mol Med. 2017;23:778-85.

48 Adebanjo T, Godfred-Cato S, Viens L, Fischer M, Staples JE, Kuhnert-Tallman W, et al. Update: interim guidance for the diagnosis, evaluation, and management of infants with possible congenital Zika virus infection - United States, October 2017. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1089-99.

49 Russell K, Oliver SE, Lewis L, Barfield WD, Cragan J, Meaney-Delman D, et al. Update: interim guidance for the evaluation and management of infants with possible congenital Zika virus Infection - United States, August 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:870-8.

50. Microcephaly in infants, Pernambuco State, Brazil, 2015. Emerg Infect Dis. 2016;22:1090-3.

51 van der Linden V, Pessoa A, Dobyns W, Barkovich AJ, Júnior H van der L, Filho ELR, et al. Description of 13 infants born during October 2015-January 2016 with congenital Zika virus infection without microcephaly at birth - Brazil. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:1343-8.

52 Leal M de C, Ramos DS, Caldas Neto SS. Hearing loss from congenital Zika virus infection. Top Magn Reson Imaging. 2019;28:19-22.

53 Peloggia A, Ali M, Nanda K, Bahamondes L. Zika virus exposure in pregnancy and its association with newborn visual anomalies and hearing loss. Int J Gynecol Obstet. 2018;143:277-81.

54 Julander JG, Siddharthan V, Park AH, Preston E, Mathur P, Bertolio M, et al. Consequences of in utero exposure to Zika virus in offspring of AG129 mice. Sci Rep. 2018;8:1-11.
-5555 Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenc¸ão à Saúde BMda S. Protocolo de atenc¸ão à saúde e resposta à ocorrênciade microcefalia relacionada à infecc¸ão pelo vírus Zika. Versão 1.1; 2015, 49 p. Available at: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-768748 [accessed 17.04.18].
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resou...
(fig. 1 e apêndice 1 Apêndice 1 Estratégia de busca para o estudo intitulado “Achados auditivos associados à infecção pelo Zika vírus: uma revisão sistemática” Base de dados Estratégia de busca Resultados (n) Pubmed (((Zika[Título/Resumo] OU ZIKV[Título/Resumo]))) E ((Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA) OU (Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear)) 32 Scopus (TITLE-ABS-KEY (zika OU zikv)) E ((TITLE-ASB-KEY (acoustic OU audiometry OU tympanometry OU auditory OU "Evoked Potentials" OU psychoacoustics OU "Evoked Response" OU p300 OU abr OU bera)) OU (TITLE-ABS-KEY (hearing OU hypoacusis OU deafness OU audition OU dysacusis OU cochlear OU retrocochlear))) 58 Scielo (Zika OU ZIKV) E (Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA OU Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear) 15 Lilacs (Zika OU ZIKV) E (Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA OU Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear) 21 Web of Science (TITLE-ABS-KEY (zika OU zikv)) E ((TITLE-ASB-KEY (acoustic OU audiometry OU tympanometry OU auditory OU "Evoked Potentials" OU psychoacoustics OU "Evoked Response" OU p300 OU abr OU bera)) OU (TITLE-ABS-KEY (hearing OU hypoacusis OU deafness OU audition OU dysacusis OU cochlear OU retrocochlear))) 33 Google/Google Scholar Zika E hearing 5 ). Três desses estudos eram sobre infecção pelo ZIKV adquirida em adultos (n = 6),55 Tappe D, Nachtigall S, Kapaun A, Schnitzler P, Günther S, Schmidt-Chanasit J. Acute Zika virus infection after travel to Malaysian Borneo, September 2014. Emerg Infect Dis. 2015;21:911-3.

6 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.
-77 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7. 16 eram sobre exposição pré-natal à infecção por ZIKV (n = 962),88 Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3.

9 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.

10 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.

11 Silva MFA de A, Mendonça de Araújo FC. Hearing screeningin children exposed to Zika virus. In: II Congresso Brasileirode Ciências da Saúde. 2017. Available at: www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php [accessed 17.04.18].
www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-apro...

12 Nogueira ML, Nery Júnior NRR, Estofolete CF, Bernardes Terzian AC, Guimarães GF, Zini N, et al. Adverse birth outcomes associated with Zika virus exposure during pregnancy in São José do Rio Preto, Brazil. Clin Microbiol Infect. 2017;24:646-52.

13 Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10.

14 Lage M-LC, Nascimento-Carvalho C, Fernandes A, Carvalho A, Ventura P, Taguchi T, et al. Clinical, neuroimaging, and neurophysiological findings in children with microcephaly related to congenital zika virus infection. Int J Environ Res Public Health. 2019;16:309.

15 Gely-Rojas L, García-Fragoso L, Negrón J, Deynes D, García-García I, Zorrilla CD. Congenital Zika syndrome in puerto rico, beyond microcephaly, a multiorgan approach. P R Health Sci J. 2018;37:S73-6.
-1616 Calle-Giraldo JP, Rojas CA, Hurtado IC, Barco C, Libreros D, Sánchez PJ, et al. Outcomes of congenital zika virus infection during an outbreak in Valle del Cauca, Colombia. Pediatr Infect Dis J. 2019;38:735-40.,4141 Besnard M, Eyrolle-Guignot D, Guillemette-Artur P, Lastère S, Bost-Bezeaud F, Marcelis L, et al. Congenital cerebral malformations and dysfunction in fetuses and newborns following the 2013 to 2014 Zika virus epidemic in French Polynesia. Euro Surveill. 2016;21.

42 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271.

43 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9.

44 Fandiño-Cárdenas M, Molina-Franky J, Velandia R, Idrovo AJ, Alvarado-Socarras JL, Velandia R, et al. Zika virus infection during pregnancy and sensorineural hearing loss among children at 3 and 24 months post-partum. J Trop Pediatr. 2018;:1-8.
-4545 Sanz Cortes M, Rivera AM, Yepez M, Guimaraes CV, Diaz Yunes I, Zarutskie A, et al. Clinical assessment and brain findings in a cohort of mothers, fetuses and infants infected with ZIKA virus. Am J Obstet Gynecol. 2018;218, 440.e1-36.,5050. Microcephaly in infants, Pernambuco State, Brazil, 2015. Emerg Infect Dis. 2016;22:1090-3.,5151 van der Linden V, Pessoa A, Dobyns W, Barkovich AJ, Júnior H van der L, Filho ELR, et al. Description of 13 infants born during October 2015-January 2016 with congenital Zika virus infection without microcephaly at birth - Brazil. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:1343-8. nove incluíram considerações sobre a patogênese da deficiência auditiva66 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.

7 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7.

8 Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3.
-99 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.,4242 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271.,4343 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9.,4646 Mittal R, Fifer RC, Liu XZ. A possible association between hearing loss and Zika virus infections. JAMA Otolaryngol Neck Surg. 2017;144:3-4.,4747 Racicot K, VanOeveren S, Alberts A. Viral hijacking of formins in neurodevelopmental pathologies. Trends Mol Med. 2017;23:778-85.,5252 Leal M de C, Ramos DS, Caldas Neto SS. Hearing loss from congenital Zika virus infection. Top Magn Reson Imaging. 2019;28:19-22. e 17 incluíram recomendações sobre triagem auditiva e acompanhamento para pacientes com infecção por ZIKV congênita ou adquirida66 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.

7 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7.

8 Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3.

9 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.

10 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.
-1111 Silva MFA de A, Mendonça de Araújo FC. Hearing screeningin children exposed to Zika virus. In: II Congresso Brasileirode Ciências da Saúde. 2017. Available at: www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php [accessed 17.04.18].
www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-apro...
,1313 Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10.,1414 Lage M-LC, Nascimento-Carvalho C, Fernandes A, Carvalho A, Ventura P, Taguchi T, et al. Clinical, neuroimaging, and neurophysiological findings in children with microcephaly related to congenital zika virus infection. Int J Environ Res Public Health. 2019;16:309.,1616 Calle-Giraldo JP, Rojas CA, Hurtado IC, Barco C, Libreros D, Sánchez PJ, et al. Outcomes of congenital zika virus infection during an outbreak in Valle del Cauca, Colombia. Pediatr Infect Dis J. 2019;38:735-40.,4242 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271.,4444 Fandiño-Cárdenas M, Molina-Franky J, Velandia R, Idrovo AJ, Alvarado-Socarras JL, Velandia R, et al. Zika virus infection during pregnancy and sensorineural hearing loss among children at 3 and 24 months post-partum. J Trop Pediatr. 2018;:1-8.,4646 Mittal R, Fifer RC, Liu XZ. A possible association between hearing loss and Zika virus infections. JAMA Otolaryngol Neck Surg. 2017;144:3-4.,4848 Adebanjo T, Godfred-Cato S, Viens L, Fischer M, Staples JE, Kuhnert-Tallman W, et al. Update: interim guidance for the diagnosis, evaluation, and management of infants with possible congenital Zika virus infection - United States, October 2017. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1089-99.,4949 Russell K, Oliver SE, Lewis L, Barfield WD, Cragan J, Meaney-Delman D, et al. Update: interim guidance for the evaluation and management of infants with possible congenital Zika virus Infection - United States, August 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:870-8.,5252 Leal M de C, Ramos DS, Caldas Neto SS. Hearing loss from congenital Zika virus infection. Top Magn Reson Imaging. 2019;28:19-22.,5353 Peloggia A, Ali M, Nanda K, Bahamondes L. Zika virus exposure in pregnancy and its association with newborn visual anomalies and hearing loss. Int J Gynecol Obstet. 2018;143:277-81.,5555 Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenc¸ão à Saúde BMda S. Protocolo de atenc¸ão à saúde e resposta à ocorrênciade microcefalia relacionada à infecc¸ão pelo vírus Zika. Versão 1.1; 2015, 49 p. Available at: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-768748 [accessed 17.04.18].
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resou...
(tabela 1). A maioria dos 19 estudos sobre exposição ao ZIKV adquirida ou pré-natal foi considerada de qualidade baixa ou moderada, tanto em geral quanto em relação às avaliações auditivas feitas, e a qualidade das evidências científicas para a prevalência de deficiência auditiva em crianças expostas ao ZIKVno período pré-natal é insuficiente (tabelas 1 e 2). Esses estudos incluíram 968 participantes, compostos por seis adultos com infecção pelo ZIKV adquirida e 962 crianças expostas ao ZIKV durante o período pré-natal.

Figura 1
Diagrama de fluxo com as etapas de seleção dos estudos. Os 27 estudos incluídos na revisão foram divididos de acordo com a presença de cada um dos desfechos estudados (alguns estudos abordaram mais de um desfecho).

Tabela 1
Avaliação da qualidade dos 15 relatos de caso ou estudos de séries de casos descrevendo a deficiência auditiva associada à infecção pelo Zika vírus
Tabela 2
Evidências científicas para alterações auditivas relacionadas ao ZIKV de acordo com o Grade4040 Aguayo-Albasini JL, Flores-Pastor B, Soria-Aledo V. GRADE System: classification of quality of evidence and strength of recommendation. Cir Esp (Engl Ed). 2014;92:82-8.

Todos os adultos apresentavam condições clínicas e epidemiológicas compatíveis com infecção por ZIKV. Cinco foram submetidos a exames de avaliação auditiva, dois dos quais confirmaram casos de infecção por ZIKV, enquanto os demais apresentaram o diagnóstico de infecção provável ou inconclusiva devido à possível reação cruzada com o vírus da dengue (DENV). Um dos casos confirmados55 Tappe D, Nachtigall S, Kapaun A, Schnitzler P, Günther S, Schmidt-Chanasit J. Acute Zika virus infection after travel to Malaysian Borneo, September 2014. Emerg Infect Dis. 2015;21:911-3. relatou deficiência auditiva transitória apenas, mas o paciente não foi submetido a qualquer tipo de teste auditivo objetivo. As perdas auditivas supostamente relacionadas à infecção pelo ZIKV adquirida apresentaram uma natureza predominantemente neurossensorial e transitória (tabela 3).

Tabela 3
Características dos estudos sobre deficiência auditiva em casos de infecção pelo Zika vírus adquirida

Os estudos em crianças apresentaram diferentes critérios de inclusão, que podem ser agrupados da seguinte forma: 1) Crianças com testes positivos para ZIKV com ou sem microcefalia a termo (n = 102);99 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.,1010 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.,5151 van der Linden V, Pessoa A, Dobyns W, Barkovich AJ, Júnior H van der L, Filho ELR, et al. Description of 13 infants born during October 2015-January 2016 with congenital Zika virus infection without microcephaly at birth - Brazil. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:1343-8. 2) Crianças nascidas de mães com infecção por ZIKV confirmada durante a gravidez (n = 416);1212 Nogueira ML, Nery Júnior NRR, Estofolete CF, Bernardes Terzian AC, Guimarães GF, Zini N, et al. Adverse birth outcomes associated with Zika virus exposure during pregnancy in São José do Rio Preto, Brazil. Clin Microbiol Infect. 2017;24:646-52.,1515 Gely-Rojas L, García-Fragoso L, Negrón J, Deynes D, García-García I, Zorrilla CD. Congenital Zika syndrome in puerto rico, beyond microcephaly, a multiorgan approach. P R Health Sci J. 2018;37:S73-6.,1616 Calle-Giraldo JP, Rojas CA, Hurtado IC, Barco C, Libreros D, Sánchez PJ, et al. Outcomes of congenital zika virus infection during an outbreak in Valle del Cauca, Colombia. Pediatr Infect Dis J. 2019;38:735-40. 3) Fetos ou recém-nascidos ou crianças com suspeita de síndrome congênita por Zika vírus (SCZv) com base em fundamentos epidemiológicos e clínicos (n = 444)1111 Silva MFA de A, Mendonça de Araújo FC. Hearing screeningin children exposed to Zika virus. In: II Congresso Brasileirode Ciências da Saúde. 2017. Available at: www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php [accessed 17.04.18].
www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-apro...
,1313 Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10.,1414 Lage M-LC, Nascimento-Carvalho C, Fernandes A, Carvalho A, Ventura P, Taguchi T, et al. Clinical, neuroimaging, and neurophysiological findings in children with microcephaly related to congenital zika virus infection. Int J Environ Res Public Health. 2019;16:309.,4141 Besnard M, Eyrolle-Guignot D, Guillemette-Artur P, Lastère S, Bost-Bezeaud F, Marcelis L, et al. Congenital cerebral malformations and dysfunction in fetuses and newborns following the 2013 to 2014 Zika virus epidemic in French Polynesia. Euro Surveill. 2016;21.

42 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271.

43 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9.

44 Fandiño-Cárdenas M, Molina-Franky J, Velandia R, Idrovo AJ, Alvarado-Socarras JL, Velandia R, et al. Zika virus infection during pregnancy and sensorineural hearing loss among children at 3 and 24 months post-partum. J Trop Pediatr. 2018;:1-8.
-4545 Sanz Cortes M, Rivera AM, Yepez M, Guimaraes CV, Diaz Yunes I, Zarutskie A, et al. Clinical assessment and brain findings in a cohort of mothers, fetuses and infants infected with ZIKA virus. Am J Obstet Gynecol. 2018;218, 440.e1-36.,5050. Microcephaly in infants, Pernambuco State, Brazil, 2015. Emerg Infect Dis. 2016;22:1090-3. (tabela 4).

Entre os 962 fetos ou crianças estudados, 482 apresentavam microcefalia ou alterações neurológicas; 245 foram testados para ZIKV por reação em cadeia de polimerase (PCR) e/ou IgM no LCR e/ou sangue e/ou urina e 145 apresentaram confirmação laboratorial da infecção pré-natal (tabela 4).

Tabela 4
Características de estudos que descrevem a avaliação auditiva em casos de infecção pelo Zika vírus congênita

Entre as 624 crianças com avaliações auditivas informadas, 515 fizeram um teste de triagem auditiva com emissões otoacústicas transientes ou por produto de distorção (EOAT ou EOAPD) e/ou teste de potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (Peate-A) para determinar os valores dos limiares auditivos, inclusive 259 crianças em que o tipo de estímulo do Peate não foi especificado, mas foi provavelmente o Peate-A. Em um estudo que incluiu 102 crianças com microcefalia, o número absoluto de crianças que fizeram o Peate não pôde ser determinado. Dezenove crianças, além de uma triagem auditiva, também foram submetidas a uma avaliação diagnóstica por um teste de potencial evocado auditivo de tronco encefálico por frequência específica (Peate-FE), uma das quais também fez uma avaliação auditiva comportamental; 44 crianças fizeram timpanometria em adição às EOA, 68 crianças fizeram o Hammersmith Infant Neurologic Exam (HINE) em adição ao Peate, enquanto 19 fizeram apenas o HINE (tabela 4).

A média de idade de 296 crianças na primeira avaliação auditiva era superior a três meses e não foi especificada para o restante das crianças. A maioria das crianças foi submetida a apenas uma ou duas avaliações com intervalos de um mês. Apenas 43 crianças foram submetidas a três avaliações entre três, seis e 24 meses (tabela 4).

Grandes variações na frequência de EOA e Peate-A alterados ocorreram ao longo dos estudos: as EOA alteradas variaram de 0% a 75%, enquanto o Peate-A alterado variou de 0% a 29,2% (tabela 4).

Dos pacientes submetidos a avaliações das EOA (n = 244), 18,4% apresentaram alterações, enquanto 25% dos casos de microcefalia apresentaram alterações. Entre os 448 pacientes que supostamente foram submetidos ao primeiro teste de Peate-A (inclusive aqueles em que o tipo de estímulo do Peate não foi especificado), 15,2% apresentaram alterações, enquanto em alguns estudos os dados não estavam disponíveis para estimar a porcentagem de exames alterados entre pacientes microcefálicos (tabela 5).

Tabela 5
Frequências absoluta e relativa de crianças com alterações auditivas, em geral e de acordo com a presença de microcefalia

Entre os três estudos que incluíram apenas crianças com confirmação laboratorial da infecção por ZIKV congênita (n = 102),99 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.,1010 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.,5151 van der Linden V, Pessoa A, Dobyns W, Barkovich AJ, Júnior H van der L, Filho ELR, et al. Description of 13 infants born during October 2015-January 2016 with congenital Zika virus infection without microcephaly at birth - Brazil. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:1343-8. 18 apresentaram alterações auditivas (17,6%): cinco no Peate e 13 no HINE (tabela 4).

O estudo feito por Van der Linden et al.5151 van der Linden V, Pessoa A, Dobyns W, Barkovich AJ, Júnior H van der L, Filho ELR, et al. Description of 13 infants born during October 2015-January 2016 with congenital Zika virus infection without microcephaly at birth - Brazil. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:1343-8. examinou crianças com microcefalia de início tardio e não encontrou alterações nos testes auditivos feitos. O estudo feito por Abramov et al.4343 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9. foi o único a avaliar crianças microcefálicas por Peate com clique neurodiagnóstico, a fim de avaliar a integridade da via auditiva, e não os valores dos limiares auditivos. Os autores encontraram apenas alterações leves de latência em três pacientes.

Não foram encontrados estudos histológicos em seres humanos sobre a patogênese do envolvimento da via auditiva em casos de infecção por ZIKV. As considerações de vários autores sobre a patogênese estão resumidas na tabela 6. Além disso, não foram relatados estudos que indicassem alterações morfológicas nos órgãos e nas vias auditivos relacionados à infecção pelo ZIKV. Um estudo experimental encontrado abordava os efeitos auditivos da exposição intrauterina ao ZIKV em mamíferos não humanos.5454 Julander JG, Siddharthan V, Park AH, Preston E, Mathur P, Bertolio M, et al. Consequences of in utero exposure to Zika virus in offspring of AG129 mice. Sci Rep. 2018;8:1-11. A avaliação auditiva foi funcional, com testes eletrofisiológicos - Peate e Potencial de Ação Coclear Terminal - e histopatológicos, com a microscopia das células ciliadas da cóclea. Alterações auditivas foram encontradas em 25% a 66% dos camundongos no Peate-FE, dependendo da frequência do tone-burst, com um número maior observado nas frequências mais altas. Nenhum déficit foi observado ao se usar o estímulo clique. Os resultados da análise microscópica da cóclea dessa prole também foram relatados, não sendo observadas alterações no número de células ciliadas.

Tabela 6
Considerações sobre a patogênese do comprometimento auditivo de acordo com diferentes autores

Três documentos oficiais foram encontrados formalizando recomendações para triagem auditiva e acompanhamento em pacientes expostos ao ZIKV durante o período pré-natal: duas diretrizes provisórias publicadas no Morbidity and Mortality Weekly Report do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, Atlanta, GA, EUA), com atualizações para avaliação e tratamento de crianças com possível infecção por ZIKV congênita,4848 Adebanjo T, Godfred-Cato S, Viens L, Fischer M, Staples JE, Kuhnert-Tallman W, et al. Update: interim guidance for the diagnosis, evaluation, and management of infants with possible congenital Zika virus infection - United States, October 2017. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1089-99.,4949 Russell K, Oliver SE, Lewis L, Barfield WD, Cragan J, Meaney-Delman D, et al. Update: interim guidance for the evaluation and management of infants with possible congenital Zika virus Infection - United States, August 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:870-8. e um manual do Ministério da Saúde do Brasil (Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika)5555 Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenc¸ão à Saúde BMda S. Protocolo de atenc¸ão à saúde e resposta à ocorrênciade microcefalia relacionada à infecc¸ão pelo vírus Zika. Versão 1.1; 2015, 49 p. Available at: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-768748 [accessed 17.04.18].
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resou...
(tabela 7). Na última atualização da diretriz provisória do CDC4848 Adebanjo T, Godfred-Cato S, Viens L, Fischer M, Staples JE, Kuhnert-Tallman W, et al. Update: interim guidance for the diagnosis, evaluation, and management of infants with possible congenital Zika virus infection - United States, October 2017. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1089-99. foi notada uma alteração em relação à diretriz provisória anterior,4949 Russell K, Oliver SE, Lewis L, Barfield WD, Cragan J, Meaney-Delman D, et al. Update: interim guidance for the evaluation and management of infants with possible congenital Zika virus Infection - United States, August 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:870-8. descartou-se a necessidade de um novo Peate entre quatro e seis meses ou uma audiometria comportamental aos nove meses em crianças expostas ao ZIKV durante a gestação se elas apresentassem um Peate normal feito durante o primeiro mês de vida.

Tabela 7
Recomendações sobre triagem auditiva e acompanhamento para pacientes com infecção por Zika vírus congênita ou adquirida

Em 11 artigos do tipo séries de casos,66 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.

7 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7.

8 Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3.

9 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.

10 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.
-1111 Silva MFA de A, Mendonça de Araújo FC. Hearing screeningin children exposed to Zika virus. In: II Congresso Brasileirode Ciências da Saúde. 2017. Available at: www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php [accessed 17.04.18].
www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-apro...
,1313 Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10.,1414 Lage M-LC, Nascimento-Carvalho C, Fernandes A, Carvalho A, Ventura P, Taguchi T, et al. Clinical, neuroimaging, and neurophysiological findings in children with microcephaly related to congenital zika virus infection. Int J Environ Res Public Health. 2019;16:309.,1616 Calle-Giraldo JP, Rojas CA, Hurtado IC, Barco C, Libreros D, Sánchez PJ, et al. Outcomes of congenital zika virus infection during an outbreak in Valle del Cauca, Colombia. Pediatr Infect Dis J. 2019;38:735-40.,4242 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271.,4444 Fandiño-Cárdenas M, Molina-Franky J, Velandia R, Idrovo AJ, Alvarado-Socarras JL, Velandia R, et al. Zika virus infection during pregnancy and sensorineural hearing loss among children at 3 and 24 months post-partum. J Trop Pediatr. 2018;:1-8. um artigo de opinião4646 Mittal R, Fifer RC, Liu XZ. A possible association between hearing loss and Zika virus infections. JAMA Otolaryngol Neck Surg. 2017;144:3-4. e duas revisões,5252 Leal M de C, Ramos DS, Caldas Neto SS. Hearing loss from congenital Zika virus infection. Top Magn Reson Imaging. 2019;28:19-22.,5353 Peloggia A, Ali M, Nanda K, Bahamondes L. Zika virus exposure in pregnancy and its association with newborn visual anomalies and hearing loss. Int J Gynecol Obstet. 2018;143:277-81. os autores também sugerem recomendações para triagem e monitoramento auditivo referentes à exposição pré-natal ao ZIKV. A maioria dos estudos recomenda que essa condição seja considerada um indicador de risco para perda auditiva e, portanto, que as crianças sejam avaliadas através de EOA e Peate. Eles também destacam a necessidade de acompanhamento regular do desenvolvimento auditivo, devido à possibilidade de perda auditiva tardia99 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.,1010 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.,4242 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271.,4646 Mittal R, Fifer RC, Liu XZ. A possible association between hearing loss and Zika virus infections. JAMA Otolaryngol Neck Surg. 2017;144:3-4. (tabela 7).

Em dois estudos que relataram casos de comprometimento auditivo em infecções adquiridas pelo ZIKV, os autores sugerem monitoramento auditivo nesses casos66 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9. e a necessidade de mais investigações para promover essa recomendação durante os surtos de ZIKV 77 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7. (tabela 7).

Discussão

Apesar do envolvimento de vários grupos de pesquisa no estudo da infecção por ZIKV, esta revisão encontrou apenas 27 registros que continham especificamente um ou mais dos três desfechos propostos relacionados à infecção por ZIKV congênita ou adquirida: manifestações auditivas, funcionais e/ou morfológicas; hipóteses sobre a patogênese das alterações do sistema auditivo; e recomendações quanto à triagem ou acompanhamento de indivíduos com alterações auditivas relacionadas à infecção por ZIKV.

Apenas três relatos de casos publicados descreveram alterações auditivas relacionadas à infecção adquirida pelo ZIKV em adultos, total de seis participantes.55 Tappe D, Nachtigall S, Kapaun A, Schnitzler P, Günther S, Schmidt-Chanasit J. Acute Zika virus infection after travel to Malaysian Borneo, September 2014. Emerg Infect Dis. 2015;21:911-3.

6 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.
-77 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7. A natureza predominantemente neurossensorial e transitória das alterações auditivas levanta a hipótese de comprometimento coclear ou neural do órgão auditivo. Uma associação entre infecção por flavivírus e perda auditiva foi sugerida em dois outros relatos sobre casos de infecção por DENV. Entretanto, em um dos relatos,5656 Ribeiro BNF, Guimarães AC, Yazawa F, Takara TFM, De Carvalho GM, Zappelini CEM. Sensorineural hearing loss in hemorrhagic dengue? Int J Surg Case Rep. 2014;8:38-41. descrevendo um adulto com dengue hemorrágica, que apresentou perda auditiva sensorioneural profunda e bilateral a partir de 5 dias de sintomas, um acometimento vascular não pôde ser descartado. Em outro relato,5757 Witayathawornwong P, Jirachanchai O, Kasemsut P, Mahawijit N, Srisakkwa R. Severe perinatal dengue hemorrhagic fever in a low birth weight infant. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2012;43:62-7. de uma criança com infecção vertical por DENV e condição clínica de choque hemorrágico, que apresentou alteração durante a triagem auditiva, havia outros indicadores de risco para deficiência auditiva, como baixo peso ao nascer, uso de medicamentos ototóxicos e permanência na UTI Neonatal. Esses achados não nos permitem afirmar que as infecções adquiridas por ZIKV ou DENV causam comprometimento auditivo. Entretanto, diferentemente dos casos de DENV, que incluíam outros fatores de risco para perda auditiva, nos três casos de infecção por ZIKV a ausência de outros eventos que poderiam justificar o comprometimento da via auditiva, juntamente com o forte tropismo do vírus pelo sistema nervoso, reforça a hipótese de que o dano a essas vias foi causado pela infecção por ZIKV.

Em estudos que avaliaram o comprometimento auditivo na exposição pré-natal ao ZIKV, vale ressaltar que apenas dois terços de todas as crianças foram submetidas à avaliação auditiva e a maioria delas em idade muito superior a um mês, que é a idade recomendada por protocolos nacionais e internacionais.4848 Adebanjo T, Godfred-Cato S, Viens L, Fischer M, Staples JE, Kuhnert-Tallman W, et al. Update: interim guidance for the diagnosis, evaluation, and management of infants with possible congenital Zika virus infection - United States, October 2017. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1089-99.,5555 Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenc¸ão à Saúde BMda S. Protocolo de atenc¸ão à saúde e resposta à ocorrênciade microcefalia relacionada à infecc¸ão pelo vírus Zika. Versão 1.1; 2015, 49 p. Available at: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-768748 [accessed 17.04.18].
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resou...
As avaliações auditivas foram feitas predominantemente por meio das EOA e/ou Peate para obtenção dos limiares auditivos. A grande variação na frequência das alterações encontradas durante as avaliações auditivas pode ser parcialmente explicada pela grande heterogeneidade da população estudada, métodos de avaliação auditiva e desenhos de estudo.

Os achados favorecem a hipótese de risco auditivo de provável origem periférica, uma vez que as alterações predominantes foram a falha das EOA e as alterações no limiar auditivo avaliadas pelo Peate. Por outro lado, alterações condutivas, sugeridas em crianças que falharam na primeira triagem através de EOA e apresentaram resposta eletrofisiológica normal na avaliação do Peate com clique,4242 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271. alterações neurossensoriais, sugeridas em crianças que falharam nos dois testes, ou alterações retrococleares, nos casos que passaram no EOAT e falharam no Peate,1111 Silva MFA de A, Mendonça de Araújo FC. Hearing screeningin children exposed to Zika virus. In: II Congresso Brasileirode Ciências da Saúde. 2017. Available at: www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php [accessed 17.04.18].
www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-apro...
também foram descritas em vários estudos. Algumas crianças apresentaram outros fatores de risco para perda auditiva e poucos estudos fizeram uma avaliação auditiva ampla, incluindo Peate-FE, avaliação auditiva comportamental88 Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3. ou timpanometria.1313 Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10.,4444 Fandiño-Cárdenas M, Molina-Franky J, Velandia R, Idrovo AJ, Alvarado-Socarras JL, Velandia R, et al. Zika virus infection during pregnancy and sensorineural hearing loss among children at 3 and 24 months post-partum. J Trop Pediatr. 2018;:1-8. Além disso, perdas de origem central não puderam ser descartadas.

Em uma pequena amostra de crianças que apresentaram microcefalia tardia5151 van der Linden V, Pessoa A, Dobyns W, Barkovich AJ, Júnior H van der L, Filho ELR, et al. Description of 13 infants born during October 2015-January 2016 with congenital Zika virus infection without microcephaly at birth - Brazil. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:1343-8. e, portanto, dano neurológico menos grave do que a microcefalia ao nascimento, observou-se a ausência de alterações nas avaliações auditivas feitas por Peate-A e Peate-FE. Da mesma forma, em um estudo transversal de triagem auditiva que incluiu crianças congenitamente expostas ao ZIKV com ou sem microcefalia não foram observadas alterações sugestivas de perda auditiva neurossensorial.1313 Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10. Esses resultados levantam a questão de uma possível relação entre o grau de dano neurológico e o comprometimento auditivo, também enfatizado por Leal et al.5252 Leal M de C, Ramos DS, Caldas Neto SS. Hearing loss from congenital Zika virus infection. Top Magn Reson Imaging. 2019;28:19-22. em um artigo de revisão. Por outro lado, Abramov et al.4343 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9. concluíram, em uma avaliação da condução das vias auditivas até o tronco encefálico em pacientes com exposição pré-natal ao ZIKV, que a fisiologia das vias auditivas do tronco cerebral não é afetada pela infecção pelo ZIKV congênita, mesmo quando ocorre durante o primeiro trimestre, e que não há uma correlação direta entre o grau de microcefalia e a função da via auditiva no tronco encefálico. Finalmente, a necessidade de acompanhamento em longo prazo permanece controversa. A presença de alterações auditivas nas avaliações tardias, aos 19 a 24 meses de vida, em 68,4% das crianças microcefálicas ao nascimento, com evidência laboratorial de infecção pelo ZIKV congênita, reforça a necessidade de seguimento tardio. Essas avaliações, no entanto, estavam restritas ao Hammersmith Infant Neurological Exam (HINE) - uma resposta à estimulação sonora com chocalho ou sino em uma pequena amostra de crianças, na qual não foi possível identificar o tipo de alteração auditiva, central ou periférica, neurossensorial ou condutiva.1010 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51. Por outro lado, em uma recente revisão, Leal et al.5252 Leal M de C, Ramos DS, Caldas Neto SS. Hearing loss from congenital Zika virus infection. Top Magn Reson Imaging. 2019;28:19-22. mencionaram um estudo ainda não publicado que encontrou uma incidência de 4,3% de perda auditiva em recém-nascidos com infecção por ZIKV congênita e um acompanhamento auditivo normal dessas crianças após 18 meses, contrariou a possibilidade de perda auditiva progressiva ou tardia. No único estudo experimental em mamíferos não humanos,5454 Julander JG, Siddharthan V, Park AH, Preston E, Mathur P, Bertolio M, et al. Consequences of in utero exposure to Zika virus in offspring of AG129 mice. Sci Rep. 2018;8:1-11. vale ressaltar que em vários animais os déficits melhoraram nas medidas subsequentes, sugerindo uma perda auditiva transitória, como observado na infecção humana adquirida,55 Tappe D, Nachtigall S, Kapaun A, Schnitzler P, Günther S, Schmidt-Chanasit J. Acute Zika virus infection after travel to Malaysian Borneo, September 2014. Emerg Infect Dis. 2015;21:911-3.

6 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.
-77 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7. mas também contradizendo a hipótese de uma perda auditiva progressiva.99 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.,1010 Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.,4343 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9.,5252 Leal M de C, Ramos DS, Caldas Neto SS. Hearing loss from congenital Zika virus infection. Top Magn Reson Imaging. 2019;28:19-22.

Alguns dos estudos analisados fazem sugestões sobre a patogênese do envolvimento auditivo pelo ZIKV, geralmente com base no que é observado em outras infecções virais (tabela 5). No estudo com animais mencionado anteriormente, a análise microscópica detectou antígenos virais na cóclea, mas não foram observadas alterações no número de células ciliadas, o que leva à suposição de que a perda auditiva associada à infecção por ZIKV não parece envolver dano às células ciliadas.

Não se sabe se a lesão tecidual é devida ao efeito direto do vírus ou à reação imune do hospedeiro,77 Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7.,88 Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3. pode envolver apenas a cóclea ou originar-se do sistema nervoso central, especialmente em casos de malformações do SNC99 Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.,4646 Mittal R, Fifer RC, Liu XZ. A possible association between hearing loss and Zika virus infections. JAMA Otolaryngol Neck Surg. 2017;144:3-4. ou se a neurocondução do estímulo acústico está envolvida, tanto na exposição pré-natal4242 Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271. quanto na pós-natal,66 Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9. questões que exigem esclarecimentos. Há indicações de preservação da organização funcional no tronco encefálico de crianças microcefálicas expostas ao ZIKV durante a gravidez, sugerindo que os distúrbios causados pelo ZIKV estão restritos a regiões mais centrais.4343 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9. Mais importante, há evidências de um possível dano progressivo às regiões periféricas do nervo auditivo ou às estruturas neurossensoriais, como sugerido por Abramov et al.4343 Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9. a partir do achado do aumento de latência da onda I no Peate com a idade. Esse dano progressivo pode ser responsável pela perda auditiva tardia.

A hipótese levantada por Racicot et al. (2017),4747 Racicot K, VanOeveren S, Alberts A. Viral hijacking of formins in neurodevelopmental pathologies. Trends Mol Med. 2017;23:778-85. com sugestão de que o ZIKV provoca sequestro e redirecionamento de proteínas (Diaphanous-related formins - Diaphs) em células neurais progenitoras, determinando microcefalia ou perda auditiva em humanos, à semelhança do que é observado em indivíduos que apresentam mutações nos genes responsáveis pela expressão dessas proteínas, abre um campo promissor a ser explorado em pesquisas futuras.

Em relação às diretrizes para triagem e acompanhamento auditivo em indivíduos expostos ao ZIKV, foram observadas controvérsias quanto à necessidade de se repetir avaliações auditivas subsequentes na presença de um Peate normal no período neonatal. Embora os autores da última diretriz temporária do CDC4848 Adebanjo T, Godfred-Cato S, Viens L, Fischer M, Staples JE, Kuhnert-Tallman W, et al. Update: interim guidance for the diagnosis, evaluation, and management of infants with possible congenital Zika virus infection - United States, October 2017. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1089-99. justifiquem a falta de necessidade de reavaliação com base na falta de dados sugestivos de perda auditiva tardia na infecção congênita pelo ZIKV, a opinião dos autores desta revisão é que as evidências sobre a ausência de comprometimento tardio ainda são insuficientes para sustentar essas recomendações. Estudos com seguimento em longo prazo de crianças expostas ao ZIKV durante a gestação são necessários para o estabelecimento de recomendações baseadas em evidências.

Esta revisão apresenta algumas limitações. A maioria dos estudos é de relatos retrospectivos ou séries de casos, avaliando pequenas amostras e fazendo avaliações auditivas transversais, o que dificulta o estabelecimento de associações causais e projeções prognósticas para gerar evidências suficientes a fim de propor protocolos bem fundamentados. Além disso, os estudos incluídos eram muito heterogêneos em relação a muitos aspectos, o que dificulta a comparação e a síntese dos dados coletados. Além disso, nem todos os estudos se concentraram em avaliações auditivas, ficando restritos apenas à triagem neonatal e fornecendo mínimos detalhes sobre os testes feitos ou os resultados obtidos. Muitos estudos limitaram a avaliação auditiva a pequenas subamostras de pacientes que apresentavam o espectro mais grave da infecção viral. Portanto, não foi possível estimar a frequência geral de exames auditivos alterados no subgrupo de crianças com infecção por ZIKV congênita confirmada, uma vez que a confirmação laboratorial não foi especificada nas crianças que fizeram avaliações auditivas. Entretanto, três estudos que incluíram apenas crianças com infecção por ZIKV confirmada permitiram estimar a frequência das alterações auditivas nesse subconjunto de crianças. Optou-se por analisar a frequência de alterações auditivas no grupo de microcefálicos, para verificar se um pior espectro de manifestações clínicas poderia estar relacionado com um aumento na frequência de alterações auditivas. Infelizmente, a frequência relativa de alterações no Peate-A, que foi o teste mais feito e mais específico do que o de EOA, não pôde ser estimada em crianças com microcefalia, devido à falta de dados. Por fim, a ausência de estudos que avaliem a histopatologia do órgão auditivo na infecção pelo ZIKV em humanos restringe o conhecimento da patogênese do comprometimento auditivo a hipóteses e teorias, limitando a eficácia das ações de prevenção, monitoramento e manejo terapêutico. No entanto, em se tratando de uma recente e grande epidemia, cujo trágico legado só recentemente foi reconhecido, esses estudos iniciais se tornaram uma valiosa fonte de dados.

Conclusão

Evidências sobre o envolvimento das vias auditivas na infecção pelo ZIKV congênita ou adquirida ainda são escassas. Os dados disponíveis até o momento não permitem o conhecimento de todo o espectro do envolvimento dos órgãos auditivos pelo ZIKV, nem confirmam a associação causal entre esse envolvimento e a infecção pelo vírus, nem descartam a deficiência auditiva progressiva. Especialmente no que diz respeito aos indivíduos com malformações do sistema nervoso central, ainda faltam dados para confirmar a perda auditiva de origem central. O monitoramento multidisciplinar de todas as crianças expostas ao ZIKV durante a gravidez deve melhorar, com avaliação auditiva precoce e acompanhamento auditivo posterior. Pesquisas futuras resultantes do acompanhamento em longo prazo de crianças que apresentam todo o espectro de envolvimento do ZIKV, bem como necropsias de órgãos auditivos de natimortos e mais estudos com modelos animais, podem fornecer respostas a essas questões ainda não respondidas.

  • Como citar este artigo: Barbosa MH, Magalhães-Barbosa MC, Robaina JR, Prata-Barbosa A, Lima MA, Cunha AJ. Auditory findings associated with Zika virus infection: an integrative review. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85:642-63.

Apêndice 1 Estratégia de busca para o estudo intitulado “Achados auditivos associados à infecção pelo Zika vírus: uma revisão sistemática”

Base de dados Estratégia de busca Resultados (n) Pubmed (((Zika[Título/Resumo] OU ZIKV[Título/Resumo]))) E ((Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA) OU (Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear)) 32 Scopus (TITLE-ABS-KEY (zika OU zikv)) E ((TITLE-ASB-KEY (acoustic OU audiometry OU tympanometry OU auditory OU "Evoked Potentials" OU psychoacoustics OU "Evoked Response" OU p300 OU abr OU bera)) OU (TITLE-ABS-KEY (hearing OU hypoacusis OU deafness OU audition OU dysacusis OU cochlear OU retrocochlear))) 58 Scielo (Zika OU ZIKV) E (Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA OU Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear) 15 Lilacs (Zika OU ZIKV) E (Acoustic OU Audiometry OU Tympanometry OU Auditory OU "Evoked Potentials" OU Psychoacoustics OU "Evoked Response" OU P300 OU ABR OU BERA OU Hearing OU Hypoacusis OU Deafness OU Audition OU Dysacusis OU cochlear OU retrocochlear) 21 Web of Science (TITLE-ABS-KEY (zika OU zikv)) E ((TITLE-ASB-KEY (acoustic OU audiometry OU tympanometry OU auditory OU "Evoked Potentials" OU psychoacoustics OU "Evoked Response" OU p300 OU abr OU bera)) OU (TITLE-ABS-KEY (hearing OU hypoacusis OU deafness OU audition OU dysacusis OU cochlear OU retrocochlear))) 33 Google/Google Scholar Zika E hearing 5

Apêndice 2 Itens Care (Diretrizes para relato de caso)

Título 1 As palavras "relato de caso" (ou "estudo de caso") devem estar no título junto com o fenômeno de maior interesse (por exemplo, sintoma, diagnóstico, teste, intervenção) Palavras-chave 2 Os principais elementos deste caso em 2-5 palavras Resumo 3a a) Introdução - O que esse case agrega? 3b b) Apresentação do caso: os principais sintomas do paciente; os principais achados clínicos; os principais diagnósticos e intervenções; os principais desfechos 3c c) Conclusão: Quais foram as principais lições obtidas desse caso? Introdução 4 Breve resumo do histórico do caso que referencia a literatura médica relevante Informação sobre o paciente 5a Informações demográficas do paciente (idade, sexo, etnia, ocupação) 5b Principais sintomas do paciente (suas queixas principais) 5c Histórico médico, familiar e psicossocial, inclusive dieta, estilo de vida e informação genética, sempre que possível, e detalhes sobre comorbidades relevantes e intervenções passadas e seus desfechos Achados clínicos 6 Descrever os achados relevantes do exame físico (EF) Linha do tempo 7 Descrever datas e momentos importantes no caso (tabela ou figura) Avaliação diagnóstica 8a Métodos diagnósticos (por exemplo, EF, testes laboratoriais, exames de imagem, questionários) 8b Desafios de diagnóstico (por exemplo, financeiro, idioma/cultural) 8c Raciocínio diagnóstico, inclusive outros diagnósticos considerados 8d Características prognósticas (por exemplo, estadiamento), quando aplicáveis Intervenções terapêuticas 9a Tipos de intervenção (por exemplo, farmacológico, cirúrgico, preventivo, autocuidado) 9b Administração (por exemplo, dosagem, força, duração) 9c Mudanças na intervenção (com justificativa) Seguimento e desfechos 10a Desfechos avaliados pelo médico e pelo paciente 10b Resultados importantes do teste de seguimento (positivo ou negativo) 10c Adesão e tolerabilidade à intervenção (e como isso foi avaliado) 10d Eventos adversos e inesperados Discussão 11a Pontos fortes e limitações do manejo desse caso 11b Literatura médica relevante 11c Justificativa para conclusões (inclusive avaliações de causa e efeito) 11d Principais lições obtidas desse relato de caso Perspectiva do paciente 12 O paciente deve compartilhar sua perspectiva ou experiência sempre que possível Consentimento Informado 13 O paciente deu consentimento informado? Por favor, forneça se solicitado

Apêndice 3 Itens do NIH (National Institute of Health) para as avaliações de risco de viés em estudos de séries de casos e itens Strobe (Strengthening of the reporting of observational studies in epidemiology) para estudos observacionais

Título 1 As palavras estão relacionadas com a questão principal (audição) no título? Palavras-chave 2 2 a 5 palavras-chave para identificar áreas de interesse no relato de caso Resumo 3a Introdução - Uma afirmação que contextualiza e justifica o tema do estudo? 3b O resumo apresenta objetivos, métodos, resultados e conclusões? Introdução 4 Um ou dois parágrafos contextualizam e justificam o tema e referenciam a literatura médica relevante? Objetivos 5 A pergunta ou o objetivo do estudo foi claramente indicado? Participantes 6a A população do estudo foi claramente especificada e definida? 6b Foi fornecida uma justificativa para o tamanho da amostra, descrição do poder ou estimativas de variância e efeito? 6c Todos os indivíduos foram selecionados ou recrutados da mesma população ou de populações semelhantes (inclusive o mesmo período de tempo)? Os critérios de inclusão e exclusão para o estudo foram pré-especificados e aplicados uniformemente a todos os participantes? 6d As definições, os critérios de inclusão e exclusão, algoritmos ou processos foram usados para identificar ou selecionar casos e controles válidos, confiáveis e implantados consistentemente em todos os participantes do estudo? 6e Os casos foram claramente definidos e diferenciados dos controles? 6f Se menos de 100% dos casos e/ou controles elegíveis foram selecionados para o estudo, os casos e/ou controles foram aleatoriamente selecionados daqueles elegíveis? 6g Houve uso de controles simultâneos? Avaliação de exposição 7a Os pesquisadores conseguiram confirmar que a exposição/risco ocorreu antes do desenvolvimento da condição ou evento que definiu um participante como um caso? 7b As medidas de exposição/risco foram claramente definidas, válidas, confiáveis e implantadas consistentemente (inclusive o mesmo período) em todos os participantes do estudo? 7c Os avaliadores de exposição/risco foram cegados para a condição de caso ou controle dos participantes? Resultados 10a Os resultados foram bem descritos? (Apresenta estatística descritiva adequada?) 10b Houve comparações entre subgrupos, medidas de associação com estatísticas adequadas (medidas de precisão)? 10c As principais potenciais variáveis de confusão foram medidas e ajustadas estatisticamente nas análises? Se o pareamento foi usado, os pesquisadores consideraram o pareamento durante a análise do estudo? Discussão 11a Pontos fortes e limitações do manejo desse caso 11b Discussão de literatura médica relevante 11c Justificativa para conclusões (inclusive avaliações de causa e efeito) Conclusão 12 Quais foram as principais lições obtidas desse caso? Consentimento Informado 13 O paciente deu seu consentimento informado?

References

  • 1
    De Oliveira Melo AS, Aguiar RS, Amorim MMR, Arruda MB, De Oliveira Melo F, Ribeiro STC, et al. Congenital Zika virus infection: beyond neonatal microcephaly. JAMA Neurol. 2016;73:1407-16.
  • 2
    Ventura CV, Maia M, Ventura BV, van der Linden V, Araújo EB, Ramos RC, et al. Ophthalmological findings in infants with microcephaly and presumable intra-uterus Zika virus infection. Arq Bras Oftalmol. 2016;79:1-3.
  • 3
    Cleto TL, de Araújo LF, Capuano KG, Rego Ramos A, Prata-Barbosa A. Peripheral neuropathy associated with zika virus infection. Pediatr Neurol. 2016;65:e1-2.
  • 4
    Smith DW, Mackenzie J. Zika virus and Guillain-Barré syndrome: another viral cause to add to the list. Lancet. 2016;387:1486-8.
  • 5
    Tappe D, Nachtigall S, Kapaun A, Schnitzler P, Günther S, Schmidt-Chanasit J. Acute Zika virus infection after travel to Malaysian Borneo, September 2014. Emerg Infect Dis. 2015;21:911-3.
  • 6
    Martins OR, Rodrigues P de AL, Santos ACM dos, Ribeiro EZ, Nery AF, Lima JB. Otological findings in patients following infection with Zika virus: case report. Audiol - Commun Res. 2017;22:1-9.
  • 7
    Vinhaes ES, Santos LA, Dias L, Andrade NA, Bezerra VH, de Carvalho AT, et al. Transient hearing loss in adults associated with Zika virus infection. Clin Infect Dis. 2017;64:675-7.
  • 8
    Leal M de C, Muniz LF, Caldas Neto S da S, van der Linden V, Ramos RCF. Sensorineural hearing loss in a case of congenital Zika virus. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;30:1-3.
  • 9
    Leal M de C, Muniz LF, Ferreira TSA, Santos CM, Almeida LC, Van Der Linden V, et al. Hearing loss in infants with microcephaly and evidence of congenital Zika virus infection - Brazil, November 2015-May 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:917-9.
  • 10
    Satterfield-Nash A, Kotzky K, Allen J, Bertolli J, Moore CA, Pereira IO, et al. Health and development at age 19-24 months of 19 children who were born with microcephaly and laboratory evidence of congenital Zika virus infection during the 2015 Zika virus outbreak - Brazil, 2017. Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1347-51.
  • 11
    Silva MFA de A, Mendonça de Araújo FC. Hearing screeningin children exposed to Zika virus. In: II Congresso Brasileirode Ciências da Saúde. 2017. Available at: www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php [accessed 17.04.18].
    » www.conbracis.com.br/2017/trabalhos-aprovados.php
  • 12
    Nogueira ML, Nery Júnior NRR, Estofolete CF, Bernardes Terzian AC, Guimarães GF, Zini N, et al. Adverse birth outcomes associated with Zika virus exposure during pregnancy in São José do Rio Preto, Brazil. Clin Microbiol Infect. 2017;24:646-52.
  • 13
    Leite RFP, Santos MSA, Pessoa ALS, Ribeiro EM, Cavalcanti LP de G, Giacheti CM, et al. Hearing screening in children with congenital zika virus syndrome in Fortaleza, Ceara, Brazil, 2016. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27:1-10.
  • 14
    Lage M-LC, Nascimento-Carvalho C, Fernandes A, Carvalho A, Ventura P, Taguchi T, et al. Clinical, neuroimaging, and neurophysiological findings in children with microcephaly related to congenital zika virus infection. Int J Environ Res Public Health. 2019;16:309.
  • 15
    Gely-Rojas L, García-Fragoso L, Negrón J, Deynes D, García-García I, Zorrilla CD. Congenital Zika syndrome in puerto rico, beyond microcephaly, a multiorgan approach. P R Health Sci J. 2018;37:S73-6.
  • 16
    Calle-Giraldo JP, Rojas CA, Hurtado IC, Barco C, Libreros D, Sánchez PJ, et al. Outcomes of congenital zika virus infection during an outbreak in Valle del Cauca, Colombia. Pediatr Infect Dis J. 2019;38:735-40.
  • 17
    Rasmussen SA, Jamieson DJ, Honein MA, Petersen LR. Zika virus and birth defects - reviewing the evidence for causality. N Engl J Med. 2016;374:1981-7.
  • 18
    Adams Waldorf KM, Stencel-Baerenwald JE, Kapur RP, Studholme C, Boldenow E, Vornhagen J, et al. Fetal brain lesions after subcutaneous inoculation of Zika virus in a pregnant nonhuman primate. Nat Med. 2016;22:1256-9.
  • 19
    Tang H, Hammack C, Ogden SC, Wen Z, Qian X. Zika virus infect human cortical neural precursors and attenuates their growth. Cell Stem Cell. 2016;18:587-90.
  • 20
    Garcez PP, Loiola EC, Madeiro R, Higa LM, Trindade P, Delvecchio R, et al. Zika virus impairs growth in human neurospheres and brain organoids. Science. 2016;352:816-8.
  • 21
    Garcez PP, Nascimento JM, De Vasconcelos JM, Madeiro Da Costa R, Delvecchio R, Trindade P, et al. Zika virus disrupts molecular fingerprinting of human neurospheres. Sci Rep. 2017;7:1-10.
  • 22
    Brown ED, Chau JK, Atashband S, Westerberg BD, Kozak FK. A systematic review of neonatal toxoplasmosis exposure and sensorineural hearing loss. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2009;73:707-11.
  • 23
    Salviz M, Montoya JG, Nadol JB, Santos F. Otopathology in congenital toxoplasmosis. Otol Neurotol. 2013;34:1165-9.
  • 24
    Seetoo K, Carlos MP, Blythe D, Trivedi L, Myers R, England T, et al. Three cases of congenital rubella syndrome in the postelimination era - Maryland, Alabama, and Illinois, 2012. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2013;62:217-21.
  • 25
    Cohen BE, Durstenfeld A, Roehm PC. Viral causes of hearing loss: a review for hearing health professionals. Trends Hear. 2014;18:1-17.
  • 26
    Teissier N, Bernard S, Quesnel S, Van Den Abbeele T. Audiovestibular consequences of congenital cytomegalovirus infection. Eur Ann Otorhinolaryngol Head Neck Dis. 2016;133:413-8.
  • 27
    Goderis J, De Leenheer E, Smets K, Van Hoecke H, Keymeulen A, Dhooge I. Hearing loss and congenital CMV infection: a systematic review. Pediatrics. 2014;134:972-82.
  • 28
    Torre P, Cook A, Elliott H, Dawood G, Laughton B. Hearing assessment data in HIV-infected and uninfected children of Cape Town, South Africa. AIDS Care. 2015;27:1037-41.
  • 29
    Chao CK, Czechowicz JA, Messner AH, Alarcoń J, Roca LK, Larragán Rodriguez MM, et al. High prevalence of hearing impairment in HIV-infected Peruvian children. Otolaryngol - Head Neck Surg. 2012;146:259-65.
  • 30
    Matas CG, Santos Filha VAV Dos, Juan KR De, Pinto FR, Gonçalves IC. Audiological manifestations in children and adults with AIDS. Pro Fono. 2010;22:269-74.
  • 31
    Westerberg BD, Atashband S, Kozak FK. A systematic review of the incidence of sensorineural hearing loss in neonates exposed to Herpes simplex virus (HSV). Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2008;72:931-7.
  • 32
    Ching TYC, Dillon H, Marnane V, Hou S, Day J, Seeto M, et al. Outcomes of early- and late-identified children at 3 years of age: findings from a prospective population-based study. Ear Hear. 2013;34:535-52.
  • 33
    Gu VC, Hoffman JJ, Cao Q, Schniederjans MJ. The effects of organizational culture and environmental pressures on IT project performance: a moderation perspective. Int J Proj Manag. 2014;32:1170-81.
  • 34
    Ching TYC. Is early intervention effective in improving spoken language outcomes of children with congenital hearing loss? Am J Audiol. 2015;24:345.
  • 35
    Stika CJ, Eisenberg LS, Johnson KC, Henning SC, Colson BG, Ganguly DH, et al. Developmental outcomes of early-identified children who are hard of hearing at 12 to 18 months of age. Early Hum Dev. 2015;91:47-55.
  • 36
    Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman GD. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA Statement. PLoS Med. 2009;6:e1000097.
  • 37
    Riley DS, Barber MS, Kienle GS, Aronson JK, von Schoen-Angerer T, Tugwell P, et al. CARE guidelines for case reports: explanation and elaboration document. J Clin Epidemiol. 2017;89:218-35.
  • 38
    National Institute of Health (NIH). National Heart, Lung and Blood Institute. Study quality assessment tools. Available from: https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/study-quality-assessment-tools [accessed 11.11.18].
    » https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/study-quality-assessment-tools
  • 39
    Elm E Von, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Peter C, Gøtzsche P, et al. Guidelines for reporting observational studies Strengthening the reporting of observational studies in epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. Br Med J. 2007;335:19-22.
  • 40
    Aguayo-Albasini JL, Flores-Pastor B, Soria-Aledo V. GRADE System: classification of quality of evidence and strength of recommendation. Cir Esp (Engl Ed). 2014;92:82-8.
  • 41
    Besnard M, Eyrolle-Guignot D, Guillemette-Artur P, Lastère S, Bost-Bezeaud F, Marcelis L, et al. Congenital cerebral malformations and dysfunction in fetuses and newborns following the 2013 to 2014 Zika virus epidemic in French Polynesia. Euro Surveill. 2016;21.
  • 42
    Borja A, Araújo RPC de. Hearing screening in children exposed to zika virus during pregnancy. Rev Ciênc Médicas Biol. 2017;16:271.
  • 43
    Marques Abramov D, Saad T, Gomes-Junior S-C, de Souza E Silva D, Araújo I, Lopes Moreira ME, et al. Auditory brainstem function in microcephaly related to Zika virus infection. Neurology. 2018;90:1-9.
  • 44
    Fandiño-Cárdenas M, Molina-Franky J, Velandia R, Idrovo AJ, Alvarado-Socarras JL, Velandia R, et al. Zika virus infection during pregnancy and sensorineural hearing loss among children at 3 and 24 months post-partum. J Trop Pediatr. 2018;:1-8.
  • 45
    Sanz Cortes M, Rivera AM, Yepez M, Guimaraes CV, Diaz Yunes I, Zarutskie A, et al. Clinical assessment and brain findings in a cohort of mothers, fetuses and infants infected with ZIKA virus. Am J Obstet Gynecol. 2018;218, 440.e1-36.
  • 46
    Mittal R, Fifer RC, Liu XZ. A possible association between hearing loss and Zika virus infections. JAMA Otolaryngol Neck Surg. 2017;144:3-4.
  • 47
    Racicot K, VanOeveren S, Alberts A. Viral hijacking of formins in neurodevelopmental pathologies. Trends Mol Med. 2017;23:778-85.
  • 48
    Adebanjo T, Godfred-Cato S, Viens L, Fischer M, Staples JE, Kuhnert-Tallman W, et al. Update: interim guidance for the diagnosis, evaluation, and management of infants with possible congenital Zika virus infection - United States, October 2017. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2017;66:1089-99.
  • 49
    Russell K, Oliver SE, Lewis L, Barfield WD, Cragan J, Meaney-Delman D, et al. Update: interim guidance for the evaluation and management of infants with possible congenital Zika virus Infection - United States, August 2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:870-8.
  • 50
    Microcephaly in infants, Pernambuco State, Brazil, 2015. Emerg Infect Dis. 2016;22:1090-3.
  • 51
    van der Linden V, Pessoa A, Dobyns W, Barkovich AJ, Júnior H van der L, Filho ELR, et al. Description of 13 infants born during October 2015-January 2016 with congenital Zika virus infection without microcephaly at birth - Brazil. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2016;65:1343-8.
  • 52
    Leal M de C, Ramos DS, Caldas Neto SS. Hearing loss from congenital Zika virus infection. Top Magn Reson Imaging. 2019;28:19-22.
  • 53
    Peloggia A, Ali M, Nanda K, Bahamondes L. Zika virus exposure in pregnancy and its association with newborn visual anomalies and hearing loss. Int J Gynecol Obstet. 2018;143:277-81.
  • 54
    Julander JG, Siddharthan V, Park AH, Preston E, Mathur P, Bertolio M, et al. Consequences of in utero exposure to Zika virus in offspring of AG129 mice. Sci Rep. 2018;8:1-11.
  • 55
    Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenc¸ão à Saúde BMda S. Protocolo de atenc¸ão à saúde e resposta à ocorrênciade microcefalia relacionada à infecc¸ão pelo vírus Zika. Versão 1.1; 2015, 49 p. Available at: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-768748 [accessed 17.04.18].
    » http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-768748
  • 56
    Ribeiro BNF, Guimarães AC, Yazawa F, Takara TFM, De Carvalho GM, Zappelini CEM. Sensorineural hearing loss in hemorrhagic dengue? Int J Surg Case Rep. 2014;8:38-41.
  • 57
    Witayathawornwong P, Jirachanchai O, Kasemsut P, Mahawijit N, Srisakkwa R. Severe perinatal dengue hemorrhagic fever in a low birth weight infant. Southeast Asian J Trop Med Public Health. 2012;43:62-7.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Nov 2019
  • Data do Fascículo
    Sep-Oct 2019

Histórico

  • Recebido
    14 Mar 2019
  • Aceito
    11 Maio 2019
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@aborlccf.org.br