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Avaliação dos parâmetros eletrocardiográficos em pacientes com perda auditiva genotipada para mutações do gene conexina 26 (GJB2) Como citar este artigo: Sanecka A, Biernacka EK, Sosna M, Mueller-Malesinska M, Ploski R, Skarzynski H, et al. Evaluation of electrocardiographic parameters in patients with hearing loss genotyped for the connexin 26 gene (GJB2) mutations. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:176-82.

Resumo

Introdução:

Vários estudos têm associado a perda auditiva neurossensorial congênita em crianças ao prolongamento do parâmetro cardíaco QTc. A causa dessa associação é desconhecida. Ao mesmo tempo, as mutações no GJB2, que codifica a conexina 26, são a causa mais comum de deficiência auditiva congênita.

Objetivo:

Comparar parâmetros eletrocardiográficos (intervalo PR, complexos QRS e intervalo QTc) em pacientes com perda auditiva que foram testados para mutações no GJB2 e GJB6 para investigar se essas mutações afetam a atividade elétrica do coração.

Método:

Foram submetidos a estudo genético para mutações de GJB2 e GJB6 e eletrocardiograma 346 pacientes (176 homens, 170 mulheres) com perda auditiva neurossensorial de 30 dB ou mais, com média de 21,8 ± 19,9 anos (incluindo 147 crianças <14 anos).

Resultados:

Mutações no GJB2, inclusive homozigóticos e heterozigóticos, foram encontradas em 112 (32%) pacientes. Não houve diferenças significativas nos parâmetros de ECG entre grupos de pacientes com e sem mutações no GJB2. Não foram observadas diferenças em homens (PR médio com mutação: 155 ± 16,6 vs. 153,6 ± 30,1 sem mutação; QRS: 99,9 ± 9,9 vs. 101,1 ± 15,4; QTc: 414,9 ± 29,9 vs. 412,4 ± 25,7) nem em mulheres (PR médio com: 148,7 ± 21 vs. 143,8 ± 22,8, sem; QRS: 94,8 ± 7,6 vs. 92,9 ± 9,6; QTc: 416,8 ± 20,6 vs. 424,9 ± 22,8). Da mesma forma, encontramos diferenças significativas entre os grupos de crianças com e sem mutações de GJB2 (PR médio com: 126,3 ± 19,6 vs. 127 ± 19,7, sem; QRS: 80,7 ± 9,5 vs. 79,4 ± 11,6; QTc: 419,7 ± 23,5 vs. 419,8 ± 24,8).

Conclusão:

Não foi encontrada associação entre a presença de mutações de GJB2 que codificam conexina 26 em pacientes com perda auditiva e seus parâmetros de ECG (PR, QRS, QTc).

PALAVRAS-CHAVE
ECG; Perda auditiva; Mutação de GJB2; Conexina 26

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