INTRODUÇÃO:
A traqueotomia é um dos procedimentos cirúrgicos mais frequentes em doentes críticos internados em unidades de terapia intensiva. O seu timing ideal é ainda, apesar de décadas de experiência, uma questão controversa.
OBJETIVOS:
Determinar o impacto da realização de traqueotomias precoces em doentes críticos na duração da ventilação mecânica, do internamento na unidade de terapia intensiva, do internamento hospitalar, e mortalidade e morbidade.
MÉTODO:
Estudo observacional retrospectivo dos casos submetidos à traqueotomia eletiva em uma das unidades de terapia intensiva do nosso hospital durante 5 anos consecutivos. Os doentes foram divididos em dois grupos, tendo sido submetidos a traqueotomias precoces (até o 7º dia de ventilação mecânica, inclusive) ou tardias (após o 7º dia de ventilação mecânica), e os resultados foram comparados.
RESULTADOS:
Nos doentes submetidos a uma traqueotomia precoce verificou-se uma redução estatisticamente significativa na duração da ventilação mecânica (6 dias vs. 19 dias; p < 0,001), na duração do internamento na unidade de terapia intensiva (10 dias vs. 28 dias; p = 0,001) e na incidência de pneumonia associada ao ventilador (1 caso vs. 44 casos; p = 0,001).
CONCLUSÃO:
A traqueotomia precoce tem um impacto positivo estatisticamente significativo nos doentes críticos. Os resultados suportam a tendência de equilibrar o risco-benefício em favor da traqueotomia precoce.
Intubação intratraqueal; Patologia cirúrgica; Procedimentos cirúrgicos otorrinolaringológicos