Resumo
Introdução:
O tratamento padrão da celulite orbitária inicia-se com uma combinação de antibióticos intravenosos de amplo espectro concomitante ao tratamento do seio comprometido.
Objetivos:
O objetivo deste estudo foi avaliar se a adição de corticosteroides poderia levar a uma resolução mais precoce da inflamação e melhorar o desfecho da doença.
Método:
Fizemos uma pesquisa independente em cinco bancos de dados (PubMed, SCOPUS, Embase, Web of Science e o banco de dados Cochrane) em busca de estudos publicados até dezembro de 2019. Dos estudos incluídos, revisamos a celulite orbitária e a morbidade da doença através dos períodos de internação, incidência de drenagem cirúrgica, edema periorbital, visão, níveis de proteína C-reativa e níveis séricos de leucócitos com foco na comparação do grupo tratado com esteroides e antibióticos e do grupo tratado apenas com antibióticos.
Resultados:
Os tempos de internação após a admissão dos diagnosticados com celulite orbitária (SMD = -4,02 [–7,93; -0,12], p-valor = 0,04, I2 = 96,9%) diminuíram no grupo tratado com esteroides e antibióticos em comparação ao grupo tratado apenas com antibióticos. A incidência de drenagem cirúrgica (OR = 0,78 [0,27; 2,23], p-valor = 0,64, I2 =0,0%) foi menor no grupo tratado com esteroides e antibióticos em comparação com o grupo tratado apenas com antibióticos.
Conclusão:
O uso de esteroides sistêmicos como adjuvante da antibioticoterapia sistêmica para celulite orbitária pode diminuir a inflamação orbitária com baixo risco de agravar a infecção. Com base em nossa análise, concluímos que o uso precoce de esteroides por um curto período pode ajudar a encurtar os dias de internação e prevenir a progressão da inflamação.
Palavras-chave
Celulite orbital; Infecção; Esteroide; Internações; Drenagem cirúrgica