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Tortuosidade da artéria basilar como fator preditivo da eficácia da terapia adjuvante com heparina na perda auditiva neurossensorial súbita idiopática unilateral Como citar este artigo: Sunwoo W. Basilar artery tortuosity as a predictive factor for the efficacy of heparin adjuvant therapy in unilateral idiopathic sudden sensorineural hearing loss. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:381-9.

Resumo

Introdução

A isquemia coclear é considerada uma das principais etiologias da perda auditiva neurossensorial súbita idiopática. Portanto, espera-se que as terapias anticoagulantes sejam benéficas em certos pacientes com esse diagnóstico.

Objetivo

Determinar quais pacientes com perda auditiva neurossensorial súbita idiopática se beneficiariam do tratamento com heparina como terapia adjuvante.

Método

Foram incluídos neste estudo retrospectivo 134 pacientes submetidos à ressonância magnética por perda auditiva neurossensorial súbita idiopática unilateral em um hospital de referência terciário entre janeiro de 2014 e dezembro de 2018. Todos os pacientes receberam injeções intratimpânicas de corticosteroides ou terapia com heparina juntamente com corticosteroides orais. Os parâmetros radiológicos do sistema vertebro-basilar e os dados clínicos das avaliações pré e pós-tratamento foram analisados.

Resultados

A maioria dos pacientes (71,6%) apresentava uma artéria basilar tortuosa. Os 65 pacientes com perda auditiva neurossensorial súbita idiopática grave a profunda mostraram uma relação significativa entre a lateralidade da perda auditiva e o deslocamento da artéria basilar para o lado oposto (p = 0,036), enquanto os 69 pacientes com perda auditiva neurossensorial súbita idiopática leve a moderada não apresentaram esse deslocamento (p = 0,950). Além disso, o grau de tortuosidade da artéria basilar foi significativamente associado ao grau de deficiência auditiva no grupo com perda auditiva neurossensorial súbita idiopática grave a profunda (p = 0,015). Quando a perda auditiva neurossensorial súbita idiopática ocorreu no lado oposto ao deslocamento da artéria basilar, a melhoria da audição foi significativamente maior nos pacientes tratados com heparina do que naqueles tratados com injeções intratimpânicas de corticosteroide (p = 0,041).

Conclusão

Em um subgrupo de pacientes com perda auditiva neurossensorial súbita idiopática grave a profunda, a tortuosidade da artéria basilar mostrou uma relação direcional significativa com a lateralidade da perda auditiva. Nesses pacientes selecionados, foi observado um efeito significante da terapia com heparina na melhoria da audição.

Palavras-chave
Perda auditiva unilateral; Imagem de ressonância magnética; Artéria basilar; Isquemia; Heparina

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