INTRODUÇÃO:
O esvaziamento cervical eletivo é realizado de maneira sistemática nos casos de carcinoma espinocelular da cavidade oral sem linfonodos clinicamente comprometidos devido à alta incidência de metástases ocultas.
OBJETIVO:
Avaliar pacientes com carcinoma espinocelular de cavidade oral tratados com esvaziamento cervical eletivo quanto a fatores preditivos para ocorrência de metástases ocultas e o impacto das mesmas na sobrevivência global e livre de progressão destes pacientes.
MÉTODO:
Quarenta pacientes cirurgicamente tratados foram avaliados em estudo retrospectivo.
RESULTADOS:
Dez casos (25%) apresentaram metástases ocultas. Das variáveis analisadas, invasão perineural e angiolinfática e também a espessura tumoral foram estatisticamente significantes à análise univariada. Apenas a invasão angiolinfática foi fator independente de risco de metástases ocultas pela regressão logística (OR = 39,3; p = 0,002). A presença de metástase oculta não apresentou diferença estatisticamente significante em relação às taxas de sobrevivência global e livre de progressão.
CONCLUSÃO:
A incidência de metástase oculta foi semelhante à literatura. A invasão perineural, angiolinfática e a espessura tumoral foram fatores associados à presença de metástase oculta, porém apenas a invasão angiolinfática apresentou-se como um fator de risco independente para ocorrência do fenômeno.
Carcinoma; Células escamosas; Boca; Metástase linfática; Prognóstico