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Avaliação da via auditiva periférica e do tronco encefálico na apneia obstrutiva do sono Como citar este artigo: Matsumura E, Matas CG, Magliaro FC, Pedreño RM, Lorenzi-Filho G, Sanches SG, et al. Evaluation of peripheral auditory pathways and brainstem in obstructive sleep apnea. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84:51-7.

Resumo

Introdução

A Apneia Obstrutiva do Sono provoca modificações na arquitetura normal do sono, fragmentando-o de forma crônica com hipóxias intermitentes levando, a longo prazo, a sérias consequências na saúde. Acredita-se que a ocorrência de eventos respiratórios durante o sono como apneia e hipopneia pode prejudicar a transmissão de impulsos nervosos ao longo da via auditiva que são altamente dependentes do fornecimento do oxigênio. Contudo, essa associação não se encontra bem estabelecida na literatura.

Objetivo

Comparar os achados da avaliação da via auditiva periférica e no tronco encefálico entre indivíduos portadores e não portadores de apneia obstrutiva do sono.

Método

A casuística foi composta por 38 adultos do sexo masculino, média de idade de 35,8 (±7,2); divididos em quatro grupos experimentais pareados por idade e índice da massa corpórea. Os grupos foram classificados com base na polissonografia em: controle (n = 10), apneia obstrutiva do sono leve (n = 11), apneia obstrutiva do sono moderada (n = 8) e apneia obstrutiva do sono grave (n = 9). Todos os sujeitos do estudo negaram história pregressa de risco para perda auditiva e foram submetidos à audiometria, timpanometria, pesquisa dos reflexos acústicos e Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico. As análises estatísticas foram realizadas por meio de ANOVA 3-fatores, ANOVA 2-fatores, teste de Qui-quadrado e teste exato de Fisher. O nível de significância adotado para todos os testes foi de 5%.

Resultados

Não houve diferença entre os grupos para os limiares auditivos, timpanometria e parâmetros avaliados do Peate. Observou-se associação entre a presença da apneia obstrutiva do sono e alteração da latência absoluta da onda V (p = 0,03). Observou-se associação entre apneia obstrutiva do sono de grau moderado e alteração da latência da onda V (p = 0,01).

Conclusão

A presença de apneia obstrutiva do sono está associada à presença de alteração na condução nervosa do estímulo acústico na via auditiva em tronco encefálico. O aumento do grau de severidade da apneia obstrutiva do sono não promove piora das respostas avaliadas pela audiometria, timpanometria e Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico.

PALAVRAS-CHAVE
Apneia obstrutiva do sono; Hipóxia; Potenciais evocados auditivos do tronco encefálico; Audição

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