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Observação endoscópica de diferentes padrões de reparo em perfurações humanas traumáticas da membrana timpânica Como citar este artigo: Huang P, Zhang S, Gong X, Wang X, Lou Z-H. Endoscopic observation of different repair patterns in human traumatic tympanic membrane perforations. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84:545-52.

Resumo

Introdução:

Na última década, houve um uso crescente de placas biomateriais na regeneração de perfurações traumáticas da membrana timpânica. As principais vantagens das placas de biomateriais são restaurar provisoriamente a função fisiológica da orelha média, assim melhoram imediatamente os sintomas da orelha e atuam como um suporte para a migração do epitélio. No entanto, não se sabe se há efeitos clínicos adicionais na regeneração do tímpano em relação ao fragmento de material biológico.

Objetivo:

Avaliar a resposta de cicatrização para diferentes padrões de reparo em perfurações de membrana timpânica traumáticas humanas por meio de observação endoscópica.

Método:

Foram alocados 114 pacientes com perfurações de membrana timpânica traumáticas sequencialmente para dois grupos: o de cicatrização espontânea (n = 57) e o tratado com esponja de Gelfoam (n = 57). A velocidade de fechamento, o tempo de fechamento e a taxa de otorreia foram comparados entre os grupos aos três meses.

Resultados:

Foram analisados 107 pacientes nos dois grupos (52 no de cicatrização espontânea e 55 no tratado com esponja de Gelfoam). A velocidade global de fechamento no fim do período de seguimento de três meses foi de 90,4% no grupo de cicatrização espontânea e de 94,5% no grupo tratado com esponja de Gelfoam; a diferença não foi estatisticamente significativa (p > 0,05). No entanto, o tempo total médio de fechamento foi significativamente diferente entre os dois grupos (26,8 ± 9,1 dias no de cicatrização espontânea versus 14,7 ± 9,1 dias no tratado com esponja de Gelfoam, p < 0,01). Além disso, a velocidade de fechamento não foi significativamente diferente entre o grupo de cicatrização espontânea e o grupo tratado com esponja de Gelfoam, independentemente do tamanho da perfuração. O tempo de fechamento no grupo tratado com esponjas de Gelfoam foi significativamente menor do que no grupo de cicatrização espontânea, independentemente do tamanho da perfuração (pequenas perfurações: 7,1 ± 1,6 dias vs. 12,6 ± 3,9, perfurações de tamanho médio: 13,3 ± 2,2 dias vs. 21,8 ± 4,2 dias e grandes perfurações: 21,2 ± 4,7 dias vs. 38,4 ± 5,7 dias; p < 0,01).

Conclusão:

Na regeneração de PMT traumáticas, a esponja de Gelfoam não só desempenha um papel de estrutura para a migração epitelial, mas também promove edema e hiperplasia de tecido de granulação nas bordas da perfuração e acelera a cicatrização do tímpano.

PALAVRAS-CHAVE
Perfuração da membrana timpânica; Trauma; Célula epitelial; Tecido de granulação; Endoscópio

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