Nos Estados Unidos, o ambiente da prática da medicina se encontra em transição e sitiado por revisionistas de políticas e oportunistas governamentais/políticos. A arrogância regulatória e legislativa amortalhou a arena médica através de máximas previsíveis e regulamentos onerosos frequentemente criados por indivíduos que não têm experiência ou conhecimento médico. A arte da medicina está sendo desmantelada pela ênfase nos resultados baseados apenas na evidência estatística, sem preocupação com as variáveis humanas. A análise objetiva não é inerentemente má, desde que os fatores pessoais e sociais sejam devidamente enfatizados na análise. A liberdade de tomar decisões clínicas DEVE ser preservada para o fornecimento de cuidados ideais.
Esse fenômeno exerce uma pressão indevida sobre o profissional médico, leva à frustração profissional e falta de satisfação no trabalho. Além disso, o ambiente que permite o melhor dos cuidados é ainda mais desafiado e comprometido.
No entanto, nós, como médicos, devemos continuar a reconhecer o nosso chamado e responder aos dons de nossa profissão. Parece apropriado revisar os compromissos que estabelecemos com nós mesmos e com nossos pacientes. Ao longo dos anos, criei uma lista de desejos sobre a maneira como quero me conduzir para satisfazer meus objetivos profissionais. O que se segue são esses desejos. Eu recomendo fortemente que todos os médicos praticantes considerem tal lista e a revejam, ocasionalmente.
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Desejo ter o discernimento para saber o que é melhor para meus pacientes e ponderar os méritos das intervenções; cirúrgica, clínica e radioterapicamente.
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Desejo ser capaz de dominar as complexidades da prática da medicina e ser digno enquanto médico.
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Desejo ter honestidade e integridade para avaliar objetivamente minhas competências e falhas.
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Desejo ter o impulso intelectual para manter meu conhecimento atualizado.
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Desejo a sabedoria para avaliar e manter os custos adequados dos cuidados médicos.
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Desejo a integridade para evitar o marketing de minhas capacidades e realizações de forma irreal e errônea.
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Desejo a compaixão que me permita separar meus problemas pessoais das necessidades dos pacientes a que eu sirvo.
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Desejo a coragem de desafiar a sabedoria daqueles que criam políticas e regulamentações que deixam de considerar toda a dimensão e alcance da assistência médica.
Por favor, preservem a arte da medicina. Devemos administrar nossa maravilhosa vocação.
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Como citar este artigo: Cummings CW. Ethics in the twenty first century otolaryngology. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:119.2
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
Mar-Apr 2017