Open-access Perfil e prevalência de queixa auditiva em idosos

Resumo

Introdução:  A audição é essencial para o processamento de eventos acústicos e emissão e compreensão dos sinais de fala. A perda auditiva pode estar associada ao declínio cognitivo, à depressão e à redução da funcionalidade.

Objetivo:  Analisar a prevalência de queixa auditiva em idosos do Rio Grande do Sul e descrever o perfil dos participantes com e sem queixa auditiva.

Método:  Participaram do estudo 7.315 idosos entrevistados em suas residências, em 59 cidades gaúchas. Os critérios de inclusão adotados foram ter 60 anos ou mais e terem respondido à questão sobre autopercepção auditiva. Para fins estatísticos foi realizado o teste Qui-quadrado e regressão logística para avaliar as correlações entre as variáveis.

Resultados:  Foram excluídos 139 idosos sem resposta à autopercepção auditiva e nove por autorreferirem surdez (7.167 participantes). A frequência de queixa de perda auditiva foi de 28% (2011) dos idosos, apresentou diferença entre gêneros, etnia, renda, participação social. A média de idade dos idosos sem queixa auditiva foi de 69,44 (± 6,91) e com queixa 72,8 (± 7,75) anos. Os idosos sem queixa auditiva apresentaram 5,10 (± 3,78) anos de estudo comparados com 4,48 (± 3,49) anos dos com queixa. A regressão logística múltipla observou que foram fatores protetores para a queixa auditiva maior escolaridade, contribuir na renda familiar e ter recebido atendimento de saúde nos últimos seis meses. Fatores de risco para a queixa auditiva foram idade mais avançada, sexo masculino, apresentar dificuldade de sair de casa e realizar atividades sociais.

Conclusões  Na população idosa do Rio Grande do Sul a prevalência de queixa auditiva atingiu 28%. A queixa está mais presente em idosos homens, sem participação na renda familiar, não receberam atendimento de saúde, tinham atividade social e comunitária, com menor escolaridade e maior idade.

PALAVRAS-CHAVE
Perda auditiva; Estudo epidemiológico; Idoso

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