Resumo
Introdução:
Os tumores de glândulas salivares representam de 3 a 10% de todas as neoplasias de cabeça e pescoço. Esses tumores ocorrem predominantemente nas glândulas salivares maiores. A glândula parótida é afetada na maioria das vezes, variando de 36,6 a 83%. O adenoma pleomórfico abrange 45-60% de todos os tumores de glândulas salivares. Diversas abordagens cirúrgicas foram descritas para o tratamento desse tumor. A lesão do nervo facial é uma das complicações mais graves que podem ocorrer após cirurgia de glândula parótida.
Objetivos:
Determinar possíveis fatores preditivos relacionados à ocorrência de paralisia facial periférica (PFP) após parotidectomia superficial no tratamento cirúrgico de adenomas pleomórficos de glândula parótida.
Método:
Estudo preliminar, observacional, de caso-controle, realizado por meio de revisão dos prontuários de pacientes e laudos histopatológicos. Os dados foram obtidos no período de 1995-2014. Os eventos analisados foram o tamanho do tumor no maior diâmetro e a profundidade, o tempo de doença referido pelo paciente (mais de 1, 5 ou 10 anos) e a abordagem cirúrgica primária ou secundária.
Resultados:
A análise mostrou que o tamanho do tumor igual ou superior a 3,0 cm foi um fator de risco para PFP, com uma razão de chance de 3,98 (p = 0,0310). A profundidade do tumor igual ou superior a 2,0 cm também foi um fator de risco, com uma razão de chance de 9,5556 (p = 0,0049). Quando o evento testado foi cirurgia secundária para tumores recorrentes, encontramos uma razão de chance de 6,7778 (p = 0,0029).
Conclusão:
Os tumores de 3,0 cm ou mais de comprimento e/ou 2,0 cm ou mais de profundidade apresentam um risco significativamente maior de lesão do nervo facial. A cirurgia secundária para tumores recorrentes também apresenta um risco maior de evoluir com paralisia facial após parotidectomia superficial.
PALAVRAS-CHAVE:
Neoplasias de glândulas salivares; Parotidectomia; Parotidectomia superficial; Nervo facial; Paralisia facial