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As marcas da violência por arma de fogo em face Como citar este artigo: Maia AB, Assis SG, Ribeiro FM, Pinto LW. The marks of gunshot wounds to the face. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87:145–51.

Resumo

Introdução:

Este artigo aborda a ocorrência de agravos à saúde em virtude de ferimentos na face por arma de fogo, entre os policiais militares, na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, operados pela Clínica de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Central da Polícia Militar.

Objetivo:

Identificar o perfil dos pacientes operados em decorrência de ferimentos na face por arma de fogo, a distribuição anatômica das fraturas maxilofaciais, as sequelas e complicações encontradas, as especialidades em saúde envolvidas na reabilitação desses pacientes, além de discutir sobre as repercussões sociais, emocionais e relativas ao desempenho do trabalho entre esses sujeitos.

Método:

Foi feito um estudo epidemiológico retrospectivo a partir de dados secundários referentes aos policiais militares operados no Hospital Central da Polícia Militar em decorrência de ferimentos por arma de fogo em face, de junho de 2003 a dezembro de 2017.

Resultado:

Durante o período estudado foram feitas 778 cirurgias em centro cirúrgico pelo serviço de Clínica de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial no Hospital Central da Polícia Militar, 186 em decorrência de ferimentos por arma de fogo (23,9%). Todos os pacientes eram do sexo masculino e com média de 34,7 anos. A perda de segmento ósseo foi a sequela mais encontrada. O comprometimento estético facial e os relatos de insônia foram as repercussões tardias de impacto na saúde e no convívio social mais encontradas. Sobre as repercussões laborais do ferimento sofrido, o tempo médio de afastamento por licença de saúde para tratamento dos ferimentos maxilofaciais foi de 11,7 meses.

Conclusão:

O tratamento de pacientes vítimas de ferimentos por arma de fogo em face demanda múltiplas intervenções cirúrgicas e o envolvimento de diferentes especialidades da saúde para sua reabilitação. São necessários mais estudos que analisem qualitativamente o impacto desse tipo de traumatismo em face para a vida dos pacientes e seus desdobramentos sociais.

PALAVRAS-CHAVE
Ferimento por arma de fogo; Trauma facial; Cirurgia bucomaxilofacial; Fratura maxilofacial

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