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Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, Volume: 86, Número: 6, Publicado: 2020
  • A perda auditiva induzida pelo ruído ainda é um problema de saúde pública após décadas de legislação? Editorial

    Silva, Vagner Antonio Rodrigues da; Mitre, Edson Ibrahim; Crespo, Agrício Nubiato
  • COVID-19 em crianças: considerações sobre o retorno das aulas Editorial

    Guimarães, Alexandre Caixeta; Mau, Luciana Becker; Maunsell, Rebecca
  • Dificuldade na produção de sons agudos no canto: correlações com a laringoestroboscopia e achados eletromiográficos Original Article

    Korn, Gustavo Polacow; Azevedo, Renata Rangel; Monteiro, Juliana Ceglio; Pinheiro, Denise Spinola; Park, Sung Woo; Biase, Noemi Grigoletto de

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: Dificuldades ou limitações na produção de sons agudos durante o canto podem ser decorrentes da técnica vocal utilizada ou de fatores orgânicos. A observação dessa dificuldade ou limitação pelos professores de canto é uma das principais razões pelas quais os indivíduos afetados são encaminhados aos otorrinolaringologistas. Objetivo: Avaliar as alterações laringoestroboscópicas e eletromiográficas no músculo cricotireóideo de cantores com dificuldades ou limitações na produção de sons agudos. Método: Estudo de coorte transversal. Dez cantores com dificuldade de produzir sons agudos foram submetidos a avaliações de voz, laringoestroboscópicas e eletromiográficas. Resultados: Nenhum dos cantores avaliados apresentou sinais de comprometimento do nervo laríngeo superior na laringoestroboscopia. Os achados eletromiográficos para o músculo cricotireóideo foram normais para todos os cantores. Seis cantores apresentaram lesões nas pregas vocais, sete apresentaram sinais sugestivos de refluxo laringofaríngeo e dois apresentaram alterações vasculares. Conclusão: Não foram observados sinais sugestivos de paresia ou paralisia do nervo laríngeo superior na laringoestroboscopia e eletromiografia do músculo cricotireóideo em cantores com dificuldades ou limitações na produção de sons agudos. A presença de lesões nas pregas vocais deve ser investigada nessa população.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Difficulties or limitations in producing high-pitched sounds while singing may be due to the vocal technique used or organic factor. The observation of such difficulty or limitation by singing teachers is one of the main reasons affected individuals are referred to otolaryngologists. Objective: To evaluate the laryngostroboscopic and electromyographic changes in the cricothyroid muscles of singers with difficulties or limitations producing high-pitched sounds. Methods: This is a cross-sectional study. Ten singers with difficulty producing high-pitched sounds underwent voice, laryngostroboscopic, and electromyographic evaluations. Results: None of the evaluated singers presented signs of impairment of the superior laryngeal nerve on laryngostroboscopy. The electromyographic findings for the cricothyroid muscle were normal for all singers. Six singers presented vocal fold lesions, seven had signs suggestive of laryngopharyngeal reflux, and two presented vascular changes. Conclusion: No signs suggestive of superior laryngeal nerve paresis or paralysis were observed on laryngostroboscopy and electromyography of the cricothyroid muscle in singers with difficulties or limitations producing high-pitched sounds. The presence of vocal fold lesions should be investigated in this population.
  • Comparação da dose cumulativa de cisplatina e esquema de tratamento em pacientes com carcinoma nasofaríngeo tratados concomitantemente com quimiorradioterapia Original Article

    Gundog, Mete; Basaran, Hatice; Bozkurt, Oktay; Eroglu, Celalettin

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: Três doses semanais de cisplatina com quimiorradioterapia concomitante são aceitas como o tratamento-padrão para carcinoma nasofaríngeo. No entanto, diferentes esquemas quimioterápicos são recomendados na literatura científica. Objetivo: Comparar a toxicidade e os resultados de 3 doses altas semanais de cisplatina versus dose baixa semanal de cisplatina em pacientes com carcinoma nasofaríngeo e verificar a dose cumulativa de cisplatina. Método: Foram incluídos 98 pacientes, entre 2010 e 2018. As doses cumulativas de cisplatina (≥ 200 mg/m2 e < 200 mg/m2) e diferentes esquemas de quimioterapia (semanal e a cada 3 semanas) foram comparadas em termos de toxicidade e sobrevida. Além disso, fatores prognósticos, inclusive idade, sexo, categoria T, categoria N e técnica de radioterapia, foram avaliados na análise uni-multivariada. Resultados: O tempo médio de seguimento foi de 41,5 meses (intervalo: 2–93 meses). Sobrevida global de cinco anos, sobrevida livre de recidiva local, sobrevida livre de recidiva regional e sobrevida livre de metástases a distância foram: 68,9% vs. 90,3% (p = 0,11); 66,2% vs. 81,6% (p = 0,15); 87,3% vs. 95,7% (p = 0,18); e 80,1% vs. 76,1% (p = 0,74) para os grupos tratados semanalmente e 3 x/semana, respectivamente. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos. Taxas de sobrevida global, sobrevida livre de recidiva local, sobrevida livre de recidiva regional e sobrevida livre de metástases a distância em cinco anos foram; 78,2% vs. 49,2% (p = 0,003); 75,8% vs. 47,9% (p = 0,055); 91% vs. 87,1% (p = 0,46); 80% vs. 72,2% (p = 0,46) para o grupo tratado com ≥ 200 mg/m2 e < 200 mg/m2 de dose cumulativa de cisplatina. Houve diferença estatisticamente significante entre os grupos para sobrevida global e houve uma diferença quase estatisticamente significante entre os grupos para sobrevida livre de recidiva local. Idade, sexo, categoria T, categoria N e esquemas de quimioterapia não foram associados ao prognóstico na análise univariada. A técnica de radioterapia e dose cumulativa de cisplatina foram associadas ao prognóstico na análise univariada (HR = 0,21; IC 95%: 0,071 ± 0,628; p = 0,005 e HR = 0,29; IC 95%: 0,125 ± 0,686; p = 0,003, respectivamente). Apenas a dose cumulativa de cisplatina foi considerada um fator prognóstico independente na análise multivariada (HR = 0,36; IC 95%: 0,146 ± 0,912; p = 0,03). Quando as toxicidades foram avaliadas, como toxicidade hematológica, dermatite, mucosite, náusea e vômito, não houve diferença estatisticamente significante entre a dose cumulativa dos grupos cisplatina (< 200 mg/m2 e ≥ 200 mg/m2) e esquemas de quimioterapia (semanal e a cada 3 semanas). Entretanto, a desnutrição foi estatisticamente maior em pacientes tratados com cisplatina a cada 3 semanas em comparação com pacientes tratados com cisplatina semanalmente (p = 0,001). Conclusão: Uma dose de cisplatina ≥ 200 mg/m2 é fator prognóstico independente para sobrevida global. Os esquemas de quimioterapia semanais e a cada 3 semanas têm resultados e efeitos adversos semelhantes. Se os pacientes atingirem uma dose cumulativa ≥ 200 mg/m2 de cisplatina, os esquemas semanais de quimioterapia podem ser usados com segurança e eficácia em pacientes com carcinoma nasofaríngeo.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Three-weekly cisplatin dose is accepted for standard treatment for concurrent chemo-radiotherapy in nasopharyngeal carcinoma. However, different chemotherapy schedules are presented in the literature. Objective: We intend to compare toxicity and outcomes of high dose 3-weekly cisplatin versus low dose weekly-cisplatin and cumulative dose of cisplatin in the patients with nasopharyngeal carcinoma. Methods: 98 patients were included in the study, between 2010 and 2018. Cumulative doses of cisplatin (≥200 mg/m2 and <200 mg/m2) and different chemotherapy schedules (weekly and 3-weekly) were compared in terms of toxicity and survival. Besides prognostic factors including age, gender, T category, N category and radiotherapy technique were evaluated in uni-multivariate analysis. Results: Median follow-up time 41.5 months (range: 2–93 months). Five year overall survival, local relapse-free survival, regional recurrence-free survival and distant metastasis-free survival rates were; 68.9% vs. 90.3% (p = 0.11); 66.2% vs. 81.6% (p = 0.15); 87.3% vs. 95.7% (p = 0.18); 80.1% vs. 76.1% (p = 0.74) for the group treated weekly and 3 weekly, respectively. There was no statistically significant difference between groups. Five year overall survival, local relapse-free survival, regional recurrence-free survival and distant metastasis-free survival rates were; 78.2% vs. 49.2% (p = 0.003); 75.8% vs. 47.9% (p = 0.055); 91% vs. 87.1% (p = 0.46); 80% vs. 72.2% (p = 0.46) for the group treated ≥200 mg/m2 and <200 mg/m2 cumulative dose cisplatin. There was statistically significant difference between groups for overall survival and there was close to being statistically significant difference between groups for local relapse-free survival. Age, gender, T category, N category, chemotherapy schedules were not associated with prognosis in the uni-variety analysis. Radiotherapy technique and cumulative dose of cisplatin was associated with prognosis in uni-variate analysis (HR = 0.21; 95% CI: 0.071–0.628; p = 0.005 and HR = 0.29; 95% CI: 0.125–0.686; p = 0.003, respectively). Only cumulative dose of cisplatin was found as an independent prognostic factor in multivariate analysis (HR = 0.36; 95% CI: 0.146–0.912; p = 0.03). When toxicities were evaluated, such as hematological toxicity, dermatitis, mucositis, nausea and vomiting, there were no statistically significant differences between cumulative dose of cisplatin groups (<200 mg/m2 and ≥200 mg/m2) and chemotherapy schedules (3-weekly and weekly). But malnutrition was statistically significant higher in patients treated with 3-weekly cisplatin compared with patients treated with weekly cisplatin (p = 0.001). Conclusion: A cisplatin dose with ≥200 mg/m2 is an independent prognostic factor for overall survival. Chemotherapy schedules weekly and 3-weekly have similar outcomes and adverse effects. If patients achieve ≥200 mg/m2 dose of cumulative cisplatin, weekly chemotherapy schedules may be used safely and effectively in nasopharyngeal carcinoma patients.
  • Potencial evocado auditivo cortical na avaliac¸ão de neonatos: um estudo sobre o nível mínimo de respostas em nascidos a termo e pré-termos Original Article

    Didoné, Dayane Domeneghini; Oliveira, Lilian Sanches; Durante, Alessandra Spada; Almeida, Kátia de; Garcia, Michele Vargas; Riesgo, Rudimar dos Santos; Sleifer, Pricila

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A investigação do nível mínimo de resposta auditiva cortical tem sido alvo de diferentes estudos em adultos. Devido a questões de maturação, pouco se sabe sobre essas respostas em recém-nascidos. Com o avanço tecnológico, dispositivos de análise automática surgiram com o objetivo de retomar essa avaliação em populações específicas. Assim, novos estudos são necessários para verificar a viabilidade do uso desse potencial auditivo na obtenção de níveis mínimos de respostas na criança. Objetivo: Verificar e comparar latência e amplitude em 80 dBnNA e o nível mínimo de resposta auditiva cortical em recém-nascidos a termo e pré-termo. Método: Estudo transversal, comparativo, envolvendo 59 neonatos, 35 nascidos a termo e 24 pré-termos, com resultados positivos na triagem auditiva neonatal. O sistema Hearlab foi utilizado para investigar o potencial auditivo P1i com estímulo tone burst nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. A busca do nível mínimo de resposta variou de 80 a 0 dBNA e foi detectado automaticamente. Os resultados foram comparados entre os grupos, avaliando a latência e amplitude em 80 dBNA e o nível mínimo de resposta auditiva cortical. Resultados: Os valores médios obtidos para o nível mínimo de resposta auditiva cortical no grupo nascido a termo foram 26 ± 8,81; 26,14 ± 6,97; 29 ± 7,65 e 29,43 ± 7,04 dBNA e para recém-nascidos pré-termos foram de 31,96 ± 10,41; 34,13 ± 11,34; 33,64 ± 11,03 e 37,73 ± 11,92 dBNA, para as frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz, respectivamente. Houve diferenc¸a entre os grupos para a latência de P1i em 4000 Hz e os níveis mínimos de resposta em 500, 1000 e 4000 Hz, com valores maiores em Pré-termos. Conclusão: Foi possível obter valores de latência e amplitude em 80 dBnNA e o nível mínimo de resposta cortical em recém-nascidos a termo e Pré-termos, com resultados diferentes entre osgrupos, com valores maiores em pré-termos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: The study of the threshold level of cortical auditory response in adults has been investigated in previous studies. Due to maturational issues, little is known about these responses in neonates. Technological advances with automatic analysis devices now allow investigation in specific populations. Thus, new studies are needed to establish the feasibility of using this auditory potential to identify the lowest levels of responses in children. Objective: Verify and compare latency and amplitude in 80 dBnNA and the minimum level of cortical auditory response in term and preterm neonates. Methods: A cross-sectional, comparative study involving 59 neonates, 35 full-term births and 24 preterm births, with positive results in the Neonatal Hearing Screening. The Hearlab system was used to investigate the P1i auditory potential with tone burst stimulus at frequencies of 500, 1000, 2000 and 4000 Hz. The minimum response level search ranged from 80 to 0 dBNA and was detected automatically. The results were compared between groups, evaluating the latency and amplitude in 80 dBNA and the minimum level of cortical auditory response. Results: The mean values obtained for the minimum level of cortical auditory response in term group were 26 ± 8.81; 26.14 ± 6.97; 29 ± 7.65 and 29.43 ± 7.04 dBNA and for preterm neonates of 31.96 ± 10.41; 34.13 ± 11.34; 33.64 ± 11.03 and 37.73 ± 11.92 dBNA, for the frequencies of 500, 1000, 2000 and 4000 Hz, respectively. There was a difference between groups for the latency of P1i at 4000 Hz and the minimum response levels at 500, 1000 and 4000 Hz, with higher values for preterm infants. Conclusion: It was possible to obtain latency and amplitude values at 80 dBnNA and the minimum level of cortical response in term and preterm newborns, with different results between groups, with higher values in those born preterm.
  • Polimorfismos do gene IRF6 em pacientes brasileiros com fenda labial não sindrômica com ou sem fenda palatina Original Article

    Bezerra, João Felipe; Silva, Heglayne Pereira Vital da; Bortolin, Raul Hernandes; Luchessi, André Ducati; Ururahy, Marcela Abbott Galvão; Loureiro, Melina Bezerra; Gil-da-Silva-Lopes, Vera Lúcia; Almeida, Maria das Graças; Amaral, Viviane Souza do; Rezende, Adriana Augusto de

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: As fendas orofaciais não sindrômicas possuem uma etiologia complexa devido à contribuição de fatores de risco genéticos e ambientais, assim como a interação entre eles. Dentre os mais de 15 loci de susceptibilidade para as fendas orofaciais não sindrômicas com considerável suporte estatístico e biológico, o IRF6 é o gene mais validado pela maioria dos estudos. Apesar disso, em populações geneticamente heterogêneas como a brasileira, a confirmação da associação entre as fendas orofaciais não sindrômicas e as variantes mais comuns do IRF6 ainda não é um fato consolidado e outras variantes não tão conhecidas IRF6 são pouco investigadas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar a associação de variados polimorfismos do IRF6 com o desenvolvimento das fendas orofaciais não sindrômicas em uma população do nordeste do Brasil. Método: Amostras de sangue de 186 pacientes com fendas orofaciais não sindrômicas e 182 controles do estado do Rio Grande do Norte, Brasil, foram obtidas para analisar os polimorfismos do IRF6 (rs2235371, rs642961, rs2236907, rs861019 e rs1044516) por reação em cadeia da polimerase em tempo real. Os pacientes com fendas orofaciais não sindrômicas foram classificados em fenda labiopalatina, fenda palatina isolada e fenda labial isolada. Resultados: As frequências genotípica e alélica do polimorfismo de único nucleotídeo rs2235371 no IRF6 mostraram-se significativamente diferentes em pacientes com fenda palatina isolada quando comparadas às dos controles, enquanto que nenhuma associação foi encontrada entre rs642961, rs2236907, rs861019 e rs1044516 e risco para o desenvolvimento das fendas orofaciais não sindrômicas. Conclusão: A associação encontrada entre rs2235371 e fenda palatina isolada deve ser interpretada com cautela devido ao baixo número de indivíduos investigados, sendo necessários mais estudos com um tamanho amostral maior para confirmar essa associação. Além disso, não foram encontradas associações significativas entre os demais polimorfismos do IRF6 rs642961, rs2236907, rs861019 e rs1044516 e a susceptibilidade às fendas orofaciais não sindrômicas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Non-syndromic orofacial clefts have a complex etiology due to the contribution from both genetic and environmental risk factors, as well as the interaction between them. Among the more than 15 susceptibility loci for non-syndromic orofacial clefts with considerable statistical and biological support, the IRF6 is the most validated gene by the majority of studies. Nonetheless, in genetically heterogeneous populations such as Brazilian, the confirmation of association between non-syndromic orofacial clefts and IRF6 common variants is not a consolidated fact and unrecognized IRF6 variants are poorly investigated. Objective: The aim of this study was to investigate the association of IRF6 polymorphisms with non-syndromic orofacial clefts development in a population from northeast Brazil. Methods: Blood samples of 186 non-syndromic orofacial clefts patients and 182 controls from Rio Grande do Norte, Brazil, were obtained to analyze IRF6 polymorphisms (rs2235371, rs642961, rs2236907, rs861019, and rs1044516) by real-time polymerase chain reaction. Non-syndromic orofacial clefts patients were classified in cleft lip and palate, cleft palate only and cleft lip only groups. Results: The genotype and allele frequencies of single nucleotide polymorphism rs2235371 in IRF6 showed significant differences in patients with cleft palate when compared to the controls, whereas no association was shown between rs642961, rs2236907, rs861019, and rs1044516 and non-syndromic orofacial clefts. Conclusion: The association found between rs2235371 and isolated cleft palate should be interpreted with caution due to the low number of individuals investigated, and more studies with larger sample size are needed to confirm these association. In addition, there is a lack of association of the rs642961, rs2236907 and rs861019 polymorphisms with non-syndromic orofacial clefts susceptibility.
  • Resposta de choque térmico em perda auditiva induzida por ruído: efeitos da suplementação com dipeptídeos de alanil-glutamina sobre o estado das proteínas de choque térmico Original Article

    Soares, Marcos; Santos, Analu B. dos; Weich, Tainara M.; Mânica, Gabriela Gomes; Homem de Bittencourt Junior, Paulo Ivo; Ludwig, Mirna Stela; Heck, Thiago Gomes

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A proteína de choque térmico de 72 kDa, HSP72 localizada intracelularmente, tem papéis citoprotetores e anti-inflamatórios cocleares na orelha interna durante situações de ruído estressantes. A expressão dessa proteína pode ser potencializada pela suplementação com dipeptídeo de alanil-glutamina. Por outro lado, essas proteínas atuam como sinais pró-inflamatórios no meio extracelular. Objetivo: Investigar se a perda auditiva induzida por ruído promove alterações tanto das proteínas HSP72 intracelulares quanto extracelulares na resposta de choque térmico e se a suplementação com alanil-glutamina pode modificar a resposta de choque térmico e evitar a perda auditiva. Método: Ratos Wistar fêmeas, com 90 dias de idade (n = 32), foram divididos aleatoriamente em quatro grupos: controle, perda auditiva induzida por ruído, tratados com alanil-glutamina e perda auditiva induzida por ruído mais alanil-glutamina. Os potenciais evocados auditivos do tronco encefálico foram avaliados antes da exposição ao ruído (124 dB NPS por 2 h) e 14 dias após. A cóclea, o complexo nuclear coclear e amostras de plasma foram coletadas para mensuração de HSP72 intra e extracelular com um kit Elisa de alta sensibilidade. Resultados: Houve um aumento nos níveis de HSP72 intra e extracelular no grupo perda auditiva induzida por ruído, que foi minimizado pelo tratamento com alanil-glutamina. Além disso, o índice H das HSP72 (razão HSP72 extracelular/HSP72intracelular plasma/cóclea) aumentou no grupo perda auditiva induzida por ruído, mas foi limitado pelo tratamento com alanil-glutamina, embora o alanil-glutamina não tenha efeito no limiar auditivo. Conclusões: Nossos dados indicam que o dano coclear induzido pela exposição ao ruído é acompanhado por marcadores da resposta de choque térmico locais e sistêmicos. Além disso, alanil-glutamina reduziu os marcadores de estresse, mesmo não tendo efeito sobre a perda auditiva induzida por ruído. Finalmente, os níveis plasmáticos de proteínas de choque térmico de 72 kDa podem ser usados como biomarcador do estresse auditivo, após a exposição ao ruído.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: The 72 kDa heat shock protein, HSP72, located intracellularly provides cochlear cytoprotective and anti-inflammatory roles in the inner ear during stressful noise challenges. The expression of intracellular HSP72 (iHSP72) can be potentiated by alanyl-glutamine dipeptide supplementation. Conversely, these proteins act as pro-inflammatory signals in the extracellular milieu (eHSP72). Objective: We explore whether noise-induced hearing loss promotes both intracellular and extracellular HSP72 heat shock response alterations, and if alanyl-glutamine dipeptide supplementation could modify heat shock response and prevent hearing loss. Methods: Female 90 day-old Wistar rats (n = 32) were randomly divided into four groups: control, noise-induced hearing loss, treated with alanyl-glutamine dipeptide and noise-induced hearing loss plus alanyl-glutamine dipeptide. Auditory brainstem responses were evaluated before noise exposure (124 dB SPL for 2 h) and 14 days after. Cochlea, nuclear cochlear complex and plasma samples were collected for the measurement of intracellular HSP72 and extracellular HSP72 by a high-sensitivity ELISA kit. Results: We found an increase in both iHSP72 and eHSP72 levels in the noise-induced hearing loss group, which was alleviated by alanyl-glutamine dipeptide treatment. Furthermore, H-index of HSP72 (plasma/cochlea eHSP72/iHSP72 ratio) was increased in the noise-induced hearing loss group, but prevented by alanyl-glutamine dipeptide treatment, although alanyl-glutamine dipeptide had no effect on auditory threshold. Conclusions: Our data indicates that cochlear damage induced by noise exposure is accompanied by local and systemic heat shock response markers. Also, alanyl-glutamine reduced stress markers even though it had no effect on noise-induced hearing loss. Finally, plasma levels of 72 kDa heat shock proteins can be used as a biomarker of auditory stress after noise exposure.
  • Avaliação por tomografia computadorizada de feixe cônico da relação entre o intervalo atlantodental e a morfologia esquelética facial em adolescentes Original Article

    Cesur, Emre; Orhan, Kaan; Misirli, Melis; Bilecenoglu, Burak

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: Na população pediátrica, a tomografia computadorizada da coluna cervical alta tem um importante papel no diagnóstico de lesões neurológicas que envolvem essa região. Devido à natureza interconectada das estruturas craniofaciais, espera-se que uma mudança estrutural em uma delas também cause alterações nas outras estruturas. Objetivo: Avaliar as relações entre o intervalo atlantodental, a morfologia vertebral cervical e a estrutura facial em adolescentes saudáveis com a tomografia computadorizada de feixe cônico. Método: Trinta indivíduos entre 14 e 20 anos (10 homens, média de 17,2 anos; 20 mulheres, média de 17,9 anos) foram incluídos no estudo. O intervalo atlantodental anterior, lateral e posterior e as dimensões vertical e anteroposterior da primeira e segunda vértebras cervicais foram avaliados a partir de imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico. A morfologia facial foi avaliada utilizando-se sete parâmetros em imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico cefalométricas laterais e seis parâmetros em imagens posteroanteriores. O teste U de Mann-Whitney e o teste de Wilcoxon foram utilizados para as análises estatísticas. Resultados: As comparações entre homens e mulheres mostraram que em sua maioria os parâmetros foram maiores no sexo masculino, com diferenças significantes nas dimensões faciais verticais (altura facial anterior inferior: p = 0,05; altura facial anterior superior: p = 0,001), distância entre o ponto mais interno da sutura fronto-zigomática e plano de referência médio-sagital; p = 0,01distância entre o ponto mais profundo do processo alveolar do maxilar direito e o plano de referência médio-sagital; p = 0,001) e as dimensões do corpo vertebral C2. O intervalo atlantodental anterior e lateral correlacionaram-se com o ângulo da posição da maxila em relação à mandíbula e o intervalo atlantodental anterior correlacionou-se com altura facial anterior inferior (p = 0,05). Medidas das dimensões das vértebras C1 e C2 foram correlacionadas com as alturas faciais anteriores e alguns parâmetros póstero-anteriores. Conclusão: As dimensões e posições faciais sagitais, verticais e transversais foram fortemente associadas às dimensões dos corpos vertebrais C1 e C2 e a relação maxilomandibular pode afetar o intervalo atlantodental. Portanto, incluir características craniofaciais na avaliação da área atlantodental e das distâncias vertebrais em adolescentes pode ser benéfico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: In the pediatric population, computed tomography examination of the upper cervical spine plays an important role in the diagnosis of neurological injuries involving that region. Due to the interconnected nature of the craniofacial structures, a structural change in one is expected to also cause changes in the other structures. Objective: The aim of this study was to evaluate relationships between atlantodental interval, cervical vertebral morphology, and facial structure in healthy adolescents using cone beam computed tomography. Methods: Thirty subjects aged 14–20 years (10 males, mean age: 17.2 years; 20 females, mean age: 17.9 years) were included in the study. The anterior, lateral and posterior atlantodental intervals, and vertical and anteroposterior dimensions of the first and second cervical vertebrae were evaluated from cone beam computed tomography images. Facial morphology was evaluated using 7 parameters on lateral cephalometric cone beam computed tomography images and 6 parameters on posteroanterior images. The Mann–Whitney U test and Wilcoxon test were used for statistical analyses. Results: Comparisons between males and females showed that most parameters were larger in males, with significant differences in vertical facial dimensions (anterior lower face height: p = 0.05; anterior upper face height: p = 0.001), (distance between the most internal point of the frontozygomatic suture and midsagittal reference plane; p = 0.01), (the distance between the deepest point of the right alveolar maxillar process and midsagittal reference plane; p = 0.001), and C2 vertebral dimensions. The anterior and lateral atlantodental interval values correlated with maxilla position relative to the mandible angle, and the anterior atlantodental interval correlated with lower anterior facial height (p = 0.05). Dimensional measurements of the C1 and C2 vertebrae were correlated with both anterior facial heights and some posteroanterior parameters. Conclusion: Sagittal, vertical, and transverse facial dimensions and positions were strongly associated with C1 and C2 vertebral dimensions, and the maxillomandibular relationship may affect atlantodental interval. Therefore, including craniofacial features in assessment of the atlantodental area and vertebral distances in adolescents may be beneficial.
  • Desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem em crianças usuárias de implante coclear com duas estratégias de processamento de sinal Original Article

    Melo, Tatiana Mendes de; Yamaguti, Elisabete Honda; Moret, Adriane Lima Mortari; Costa, Orozimbo Alves; Lopes, Natália Barreto Frederigue

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: O aumento das informações espectrais proporcionado pela estratégia de processamento de sinal HiRes 120 gera expectativas em relação à população pediátrica, uma vez que, devido ao curto período de privação sensorial e da maior plasticidade neural, as crianças poderiam se beneficiar de forma mais substancial das informações espectrais dessa estratégia de processamento de sinal. Objetivo: Comparar as habilidades auditivas e de linguagem em crianças usuárias de implante coclear, com a estratégia de processamento de sinal HiRes e HiRes 120. Método: Trinta crianças de um a três anos e com perda auditiva congênita foram divididas em dois grupos, de acordo com a estratégia de processamento de sinal ajustada no momento da ativação do implante coclear. As crianças avaliadas foram pareadas de acordo com a idade cronológica e o tempo de uso do implante coclear. As habilidades auditivas e de linguagem foram avaliadas, longitudinalmente, por meio do Infant-Toddler Meaningful Auditory Integration Scale e Production Infant Scale Evaluation, antes do implante coclear e com 3, 6 e 12 meses de uso do dispositivo. O teste estatístico de Mann-Whitney foi aplicado para comparar os resultados dos grupos, com nível de significância de 5%. Resultados: Os achados indicaram desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem no primeiro ano de uso do implante coclear, porém sem diferença estatisticamente significante na evolução de tais habilidades, em função da estratégia de processamento ajustada na ativação dos eletrodos do implante coclear. Conclusão: O desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem das crianças avaliadas foi semelhante durante o período do presente estudo, independentemente da estratégia de processamento de sinal usada.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: The increase in the spectral information offered by the sound processing strategy HiRes 120 has led to great expectations for the pediatric population. Due to a shorter duration of auditory deprivation and higher neural plasticity, children could benefit more substantially from the spectral information of this sound processing strategy. Objective: To compare auditory and language skills in Brazilian children with cochlear implants using the HiRes and HiRes 120 sound processing strategies. Methods: Thirty children, aged 1–3 years, with congenital hearing loss, were divided into two groups, according to the signal processing strategy adjusted at the time of the cochlear implant activation. The assessed children were matched according to chronological age and the time of the cochlear implant use. The auditory and language skills were evaluated longitudinally through the Infant-Toddler Meaningful Auditory Integration Scale and Production Infant Scale Evaluation, carried out before surgery, and 3, 6 and 12 months after device implantation. The Mann–Whitney test was applied for the comparison between the two groups with a 5% significance level. Results: The findings indicated development of hearing and language skills in the first year of cochlear implant use; however, there was no statistically significant difference in the evolution of such skills due to the adjusted processing strategy in the activation of the cochlear implant electrodes. Conclusion: The development of auditory and language skills in the assessed children was similar during the entire study period, regardless of which signal processing strategy was used.
  • Perfurações traumáticas da membrana timpânica: recuperação clínica imediata com o uso de fragmento de celulose bacteriana Original Article

    Pinho, Ana Mariana de Moraes Rebello; Kencis, Carolina Christofani Sian; Miranda, Dino Rafael Pérez; Sousa Neto, Osmar Mesquita de

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A perfuração da membrana timpânica é uma condição clínica relativamente frequente em consultórios de otorrinolaringologistas. A conduta é quase sempre expectante, aguardando cicatrização espontânea, que costuma ocorrer na quase totalidade dos casos em algumas semanas. No entanto, enquanto não se completa, os pacientes mantêm sintomas desconfortáveis. Embora algumas pesquisas sugiram o uso de materiais diversos para auxiliar na recuperação da membrana timpânica, nenhuma apresentou evidência substancial de melhoria no processo cicatricial. Por outro lado, a oclusão da perfuração com alguns materiais de textura e resistência específicas poderia aliviar os sintomas dos pacientes durante o processo cicatricial. Objetivo: Avaliar a melhoria clínica (sintomática e funcional) após a colocação de película de celulose bacteriana (Bionext®) sobre a perfuração da membrana timpânica (traumática). Método: Foram avaliados pacientes com perfurações traumáticas da membrana timpânica que deram entrada no pronto-socorro de otorrinolaringologia. Eles foram avaliados em relação a suas queixas e exame audiométrico, antes e após a aplicação de película de celulose que oclui a perfuração da membrana timpânica. Resultados: Foram incluídos 24 pacientes, nos quais foram pesquisados o grau de incômodo global causado pela perfuração da membrana timpânica e a presença de sintomas de autofonia, plenitude auricular e tinnitus. A média da nota atribuída ao incômodo global causado pela perfuração foi de 7,79; caiu para valor médio de 2,25 após a aplicação da película. A avaliação dos sintomas também apresentou melhoria após uso da película, autofonia caiu de valor médio de 6,25 para 2,08; zumbido de 7 para 1,92 e plenitude auricular de 7,29 para 1,96. A análise auditiva apresentou um valor médio de limiares ainda dentro da normalidade em frequências baixas e médias, com perda de audição leve em frequências agudas, porém com melhoria significante em todas as frequências, com exceção de 8000 Hz, após a colocação da película. Conclusão: A aplicação de fragmento de película de celulose bacteriana sobre perfurações traumáticas da membrana timpânica promoveu recuperação funcional e sintomática imediata nos pacientes estudados.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Perforation of the tympanic membrane is a reasonably frequent diagnosis in otorhinolaryngologists’ offices. The expectant management is to wait for spontaneous healing, which usually occurs in almost all cases in a few weeks. However, while waiting for healing to be completed, the patients may experience uncomfortable symptoms. Although some research suggests the use of various materials to aid in the recovery of the tympanic membrane, none presented robust evidence of improvement in the cicatricial process. Nevertheless, the occlusion of the perforation with some material of specific texture and resistance can alleviate the patients’ symptoms and accelerate the healing process. Objective: To evaluate the clinical (symptomatic and functional) improvement after the placement of bacterial cellulose film (Bionext®) on tympanic membrane perforations (traumatic). Methods: We evaluated 24 patients, victims of traumatic perforations of the tympanic membrane, who were evaluated in the Otorhinolaryngology Emergency Room. Following otoscopy and audiometric examination was performed, before and after the use of cellulose film occluding the tympanic membrane perforation. Results: Twenty-four patients were included, whose degree of overall discomfort caused by the tympanic membrane perforation and the presence of symptoms of autophonia, ear fullness and tinnitus were investigated. The mean score attributed to the overall annoyance caused by tympanic membrane perforation was 7.79, decreasing to a mean value of 2.25 after the film application. Symptom evaluation also showed improvement after using the film: autophonia decreased from a mean value of 6.25 to 2.08, tinnitus from 7 to 1.92 and ear fullness from 7.29 to 1.96. The auditory analysis showed mean threshold values still within the normal range at low and medium frequencies, with slight hearing loss at acute frequencies, but with significant improvement at all frequencies, with the exception of 8000 Hz, after film use. Conclusion: The use of bacterial cellulose film fragment on traumatic perforations of the tympanic membrane promoted immediate functional and symptomatic recovery in the assessed patients.
  • Estudo clínico randomizado da eficácia da prótese auditiva associada ao extrato de Ginkgo biloba (EGb 761) na melhoria do zumbido Original Article

    Radunz, Camila L.; Okuyama, Cristina E.; Branco-Barreiro, Fátima C.A.; Pereira, Regina M.S.; Diniz, Susana N.

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: O zumbido é definido como a percepção de um som sem a sua presença real no ambiente e tem sido objeto de um grande número de estudos, especialmente devido às suas consequências na qualidade de vida do paciente. Objetivo: Investigar o efeito de próteses auditivas e/ou extrato de Ginkgo biloba EGb 761 sobre o zumbido em pacientes com perda auditiva. Método: Ensaio clínico randomizado controlado, paralelo, duplo-cego, com três braços. Trinta e três indivíduos adultos foram divididos em três grupos: Grupo 1 - indivíduos submetidos à terapia medicamentosa com extrato de Ginkgo biloba EGb 761; Grupo 2 - indivíduos equipados com próteses auditivas digitais; Grupo 3 - indivíduos submetidos à terapia medicamentosa com extrato de Ginkgo biloba EGb 761 e próteses auditivas. O Tinnitus handicap inventory e a escala visual analógica foram usados para avaliar a autopercepção de intensidade e da gravidade do zumbido antes do tratamento e 90 dias após o tratamento. Resultados: Este estudo demonstrou uma correlação significante entre o Tinnitus handicap inventory e a escala visual analógica, antes e após o tratamento. Observou-se melhoria significativa na autopercepção de loudness e da intensidade do zumbido após 90 dias de tratamento com extrato de Ginkgo biloba EGb 761 e/ou prótese auditiva. Não foi encontrada correlação entre o tempo de início do zumbido e a autopercepção da intensidade e gravidade do zumbido. As próteses auditivas foram mais eficazes em pacientes com menor tempo de início de zumbido e o extrato de Ginkgo biloba foi eficaz, independentemente da duração do zumbido. Conclusões: Foi possível comprovar a eficácia do tratamento com a prótese auditiva e/ou extrato de Ginkgo biloba EGb 761, o que demonstra sucesso no controle do zumbido e contribui para a melhoria desse sintoma.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Tinnitus is defined as the perception of sound without its actual presence in the environment. It has been the subject of a great number of studies, especially considering its consequences on patient's quality of life. Objective: This study aimed to investigate the effect of hearing aids and/or Ginkgo biloba extract EGb 761 on tinnitus in patients with hearing loss. Methods: This is a trial randomized-controlled treatment, parallel, double-blind, with three-arm. Thirty-three adults subjects were divided into three groups: group 1 — subjects undergoing drug therapy with Ginkgo biloba extract EGb 761; group 2 — individuals fitted with digital hearing aids; group 3 — individuals submitted to drug therapy with Ginkgo biloba extract EGb 761 and using hearing aids. The tinnitus handicap inventory and visual analogue scale were used to evaluate self-perception of tinnitus loudness and severity before treatment and 90 days after treatment. Results: This study demonstrated a significant correlation between tinnitus handicap inventory and visual analogue scale, before and after treatment. We observed a significant improvement in self-perception of tinnitus loudness and severity after 90 days of treatment with Ginkgo biloba extract EGb 761 and/or hearing aids. No correlation was found between tinnitus onset time and self-perception of tinnitus loudness and severity. Hearing aids were more effective in patients with a shorter tinnitus onset time and Ginkgo biloba extract was effective regardless of tinnitus duration. Conclusions: It was possible to prove the effectiveness of the hearing aids and/or Ginkgo biloba extract EGb 761 treatment, which shows success in the control of tinnitus contributing to the improvement of this symptom.
  • Contagem de micronúcleos em células epiteliais nasais de pacientes com rinossinusite crônica e pólipos Original Article

    Drummond, Renata Loss; Rhoden, Cláudia Ramos; Lubianca Neto, José Faibes; Fleck, Alan da Silveira; Padoin, Rita Carolina Pozzer Krumenauer; Amantéa, Sérgio Luis

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A rinossinusite crônica com pólipos nasais, doença prevalente que afeta cerca de 2% da população mundial, é caracterizada por inflamação sintomática da mucosa nasal e comprometimento da qualidade de vida. A rinossinusite crônica com pólipos nasais tem etiologia multifatorial, envolvendo resposta disfuncional do hospedeiro a fatores ambientais. Assim, modelos inflamatórios podem ser úteis para esclarecer a fisiopatologia dessa doença. A contagem de micronúcleos tem sido usada para rastrear danos no DNA em vários tecidos. Objetivo: Investigar a associação entre a frequência de micronúcleos em células esfoliadas da cavidade nasal de pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais e a gravidade da doença. Método: Estudo transversal que incluiu 21 pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais e 19 controles sem doença. Nenhum dos participantes era fumante. Resultados: A contagem média de micronúcleos foi de 3,690 por 1.000 células (± 2,165) nos indivíduos doentes e 1,237 por 1.000 células (± 0,806) nos controles (teste t de Student = 4,653; p < 0,001). A cirurgia nasal nos últimos 5 anos e a doença respiratória exacerbada por aspirina não foram associadas à contagem de micronúcleos (p = 0,251). Conclusão: A contagem de micronúcleos parece estar ligada à rinossinusite crônica com pólipos nasais, proporcionando uma nova perspectiva para a avaliação dessa doença.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Chronic rhinosinusitis with nasal polyps, a prevalent disease affecting around 2% of the world population, is characterized by symptomatic inflammation of the nasal mucosa and impairment of quality of life. Chronic rhinosinusitis with nasal polyps has a multifactorial etiology, involving a dysfunctional host response to environmental factors. Thus, inflammatory models may be useful to shed light on the pathophysiology of this disease. Micronucleus count has been used to screen DNA damage in various tissues. Objective: To investigate the association between frequency of micronucleus in exfoliated cells from the nasal cavity of patients with chronic rhinosinusitis with nasal polyps and disease severity. Methods: This cross-sectional study included 21 patients with chronic rhinosinusitis with nasal polyps and 19 controls without disease. None of the participants were smokers. Results: Mean micronucleus count was 3.690 per 1000 cells (±2.165) in individuals with vs. 1.237 per 1000 cells (±0.806) in controls; (Student's t test = 4.653, p < 0.001). Nasal surgery in the past 5 years and aspirin-exacerbated respiratory disease were not associated with nicronucleus count (p = 0.251). Conclusion: Micronucleus count seems to be linked to chronic rhinosinusitis with nasal polyps, providing a new perspective for the evaluation of this disorder.
  • Desenvolvimento e validação do protocolo de avaliação da voz do deficiente auditivo (PAV-DA) Original Article

    Coelho, Ana Cristina; Brasolotto, Alcione Ghedini; Bahmad Jr., Fayez

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A voz de indivíduos com deficiência auditiva tem sido amplamente descrita e pode estar comprometida em todos os níveis do sistema fonatório. Objetivo: Desenvolver e validar uma ferramenta para avaliar a voz dessa população. Método: A ferramenta foi submetida às etapas de validação sugeridas pelo Scientific Advisory Committee of the Medical Outcomes Trust. A amostra do estudo foi composta por 78 indivíduos brasileiros com implantes cocleares (grupo experimental) e 78 indivíduos com audição normal (grupo controle) divididos em grupos por faixa etária – crianças de 3 a 5 anos; crianças de 6 a 10 anos e adultos de 18 a 46 anos. Os participantes do estudo realizaram uma gravação de voz da vogal /a/ sustentada, fala encadeada e conversa espontânea, que foi avaliada por três especialistas em voz com o instrumento proposto. Este instrumento consistem em escalas visuais analógicas dos aspectos suprassegmentares da voz, coordenação pneumofonoarticulatória, ressoância, fonação, parâmetro adicional e impressão geral da qualidade vocal. Resultados: A avaliação por um comitê de especialistas e um teste-piloto estabeleceram a validade de conteúdo. Medidas de confiabilidade mostraram excelente reprodutibilidade teste-reteste para a maioria dos parâmetros. A análise com a curva ROC mostrou que a avaliação perceptivo-auditiva com a vogal sustentada não diferenciou significantemente os indivíduos com implante coclear daqueles com audição normal e o parâmetro “velocidade de fala” não diferenciou os grupos. Para a fala encadeada e conversa espontânea, a maioria dos parâmetros diferenciou o grupo experimental do grupo controle, com uma área sob a curva ≥ 0,7. Os valores de corte com máxima especificidade e sensibilidade foram 30,5 para desvio discreto, 49,0 para desvio moderado e 69,5 para desvio intenso. Conclusões: O protocolo de avaliação de voz do deficiente auditivo é uma ferramenta confiável e útil para avaliar as particularidades da voz de indivíduos com deficiência auditiva e implante coclear e pode ser utilizada em pesquisas e contextos clínicos para padronizar a avaliação e facilitar a troca de informações entre os serviços.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: The voice of individuals with hearing impairment has been widely described, and can be compromised in all levels of the phonatory system. Objective: To develop and validate an instrument for evaluating the voice of this population. Methods: The instrument underwent the validation steps suggested by the Scientific Advisory Committee of the Medical Outcomes Trust. The study sample consisted of seventy-eight Brazilian people with cochlear implants (experimental group) and 78 individuals with normal hearing (control group), divided in groups by age range — children from 3 to 5 years; children from 6 to 10 years and adults from 18 to 46 years. The study sample participated in a voice recording of the sustained vowel /a/, connected speech and spontaneous conversation, in which three voice specialists rated using the proposed instrument. It consists of visual-analog scales of suprasegmental aspects, respiratory-phonatory coordination, resonance, phonation, additional parameters and general vocal perception. Results: Evaluation by an expert committee and a pilot test established content validity. Reliability measures showed excellent test-retest reproducibility for the majority of the parameters. Analysis with the ROC curve showed that perceptual evaluation with the sustained vowel did not strongly differentiate individuals with cochlear implants from those with normal hearing, and the parameter “speech rate” did not differentiate the groups at all. For the connected speech and spontaneous conversation, the majority of the parameters differentiated the experimental group from the control group with an area under the curve ≥0.7. The cutoff values with maximum specificity and sensitivity were 30.5 for mild, 49.0 for moderate and 69.5 for intense deviation. Conclusions: The protocol for the evaluation of voice in subjects with hearing impairment, PEV-SHI, is a reliable and useful tool for assessing the particularities of the voice of individuals with hearing impairment treated with cochlear implants and can be used in research and clinical settings to standardize evaluation and facilitate information exchange among services.
  • Rinectomia total para carcinomas nasais Original Article

    Girardi, Fábio Muradás; Hauth, Luiz Alberto; Abentroth, Aliende Lengler

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A rinectomia total é um procedimento incomum para o tratamento de neoplasias nasais, geralmente reservado para tumores localmente avançados. Há poucas séries de casos que estudam a rinectomia total na literatura, as quais descrevem resultados conflitantes sobre recorrência e metástase. Objetivo: Avaliar o prognóstico de pacientes submetidos a rinectomia total por neoplasia maligna em nossa instituição. Método: Revisão retrospectiva de janeiro de 2013 a setembro de 2018, incluiu todos os pacientes submetidos a rinectomia total em nossa instituição, sob os cuidados da equipe de cirurgia de cabeça e pescoço. Resultados: Dez pacientes foram incluídos, dois homens e oito mulheres. A média de idade dos pacientes foi de 71,6 anos. A maioria apresentava carcinoma da pele nasal (oito casos). O carcinoma espinocelular estava presente em sete casos. Seis casos tiveram metástase regional em um período mediano de 14,3 meses. A mortalidade geral e a mortalidade específica da doença foram de 50% e 30%, respectivamente; o acompanhamento médio foi de 45,7 meses. Conclusão: Observamos alta mortalidade geral e específica da doença entre os casos com neoplasias nasais avançadas submetidas à rinectomia total.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Total rhinectomy is an uncommon procedure for the treatment of nasal malignancies, usually reserved for locally advanced tumors. There are few case series studying total rhinectomy in the literature, reporting conflicting results about recurrence and metastasis. Objective: Evaluate prognosis of total rhinectomy cases for malignant neoplasia in our institution. Methods: Retrospective review from January 2013 to September 2018, including all patients undergoing total rhinectomy in our Institution, under the care of the Head and Neck surgical team. Results: Ten patients were included, two men and eight women. The mean patient age was 71.6 years old. The majority had nasal skin (8 cases) carcinomas. Squamous cell carcinoma was present in seven cases. In total, six cases had regional metastasis, in a median period of 14.3 months. The overall mortality and disease specific mortality was 50% and 30%, respectively, in a median follow-up of 45.7 months. Conclusion: We observed high overall and disease-specific mortality among cases with advanced nasal malignancies undergoing total rhinectomy.
  • Perda auditiva neurossensorial no início de um único episódio de otite média aguda Original Article

    Kasemodel, Ana Luiza Papi; Costa, Ludmilla Emília Martins; Monsanto, Rafael da Costa; Tomaz, Andreza; Penido, Norma de Oliveira

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A otite média aguda é uma doença de elevada incidência global, que pode levar a diversas complicações agudas e sequelas auditivas. Dados referentes à avaliação auditiva na fase aguda da otite média aguda são escassos. Objetivo: Avaliar as principais alterações audiométricas (limiares em via aérea e óssea) na fase inicial de um episódio de otite média aguda. Método: Realizou-se estudo de caso-controle. Selecionamos pacientes com diagnóstico de otite média aguda, com menos de sete dias de evolução em relação ao início das queixas, e voluntários saudáveis foram selecionados como controles. Os grupos otite média aguda e controle foram submetidos a audiometria tonal, vocal e audiometria. Resultados: O grupo otite média aguda incluiu 27 pacientes (30 orelhas). Observou-se presença de perda auditiva em 90% das orelhas com otite média aguda, condutiva em 14 (46,67%) e mista em 13 (43,33%). Tanto os limiares auditivos por via aérea quanto os limiares por via óssea obtidos com audiometria tonal do grupo otite média aguda eram significativamente piores em relação aos controles, em todas as frequências testadas (p < 0,05). Em pacientes com otite média aguda, observamos que os limiares das frequências acima de 1 kHz (via óssea) e 3 kHz (via aérea) eram significantemente piores entre pacientes com zumbido em comparação a pacientes sem zumbido. Conclusão: Nos primeiros sete dias de evolução do quadro inicial de um episódio isolado de otite média aguda, observamos aumentos significativos dos limiares ósseos e aéreos em todas as frequências, principalmente nas acima de 2 kHz, em comparação a orelhas sadias.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Acute otitis media is a disease with high global prevalence, that can lead to several acute complications and auditory sequelae. Data regarding the auditory evaluation in the acute phase of acute otitis media are scarce. Objective: To evaluate the main audiometric changes (air and bone conduction thresholds) in the initial phase of an acute otitis media episode. Methods: A case-control study was performed. Patients diagnosed with acute otitis media with less than 7 days of evolution in relation to the complaint onset were selected, and healthy volunteers were selected as controls. The acute otitis media and control groups were submitted to pure tone and vocal audiometry. Results: The acute otitis media group included a total of 27 patients (30 ears). Hearing loss was present in 90.0% of the ears with acute otitis media, with conductive loss in 14 (46.67%) and mixed loss in 13 (43.33%). Both the air and bone conduction thresholds obtained with the tonal audiometry in the acute otitis media group were significantly worse than the controls at all tested frequencies (p < 0.05). In patients with acute otitis media, we observed that the thresholds for frequency >1 kHz (bone conduction) and 3 kHz (air conduction) were significantly worse in patients with tinnitus compared to patients without tinnitus. Conclusion: During the first 7 days of evolution after the onset of an isolated episode of acute otitis media, we observed significant increases in bone and air thresholds at all frequencies, especially >2 kHz, compared to healthy ears.
  • Característica das emissões otoacústicas em neonatos a termo segundo grupos sanguíneos do sistema ABO Original Article

    Li, Aifeng; Gao, Guoqiang; Wang, Ningyu; Fu, Tao; Zhu, Fugao; Zhang, Xiaoheng; Liu, Jie

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: Pesquisas anteriores sugeriram que indivíduos de diferentes grupos sanguíneos apresentam incidências distintas de perda auditiva induzida por ruído. As amplitudes reduzidas das emissões otoacústicas indicaram maiores ou menores possibilidades de danos às células ciliadas por exposição a ruídos. Objetivo: Analisar as características das emissões otoacústicas, inclusive a ocorrência de emissões otoacústicas espontâneas e as amplitudes de emissões otoacústicas por produto de distorção em determinadas frequências em neonatos a termo de diferentes grupos sanguíneos do sistema ABO. Método: Foram incluídos 80 neonatos a termo selecionados na triagem auditiva neonatal inicial para participar do estudo, com número igual de participantes de grupos sanguíneos do sistema ABO (grupo sanguíneo A, grupo sanguíneo B, grupo sanguíneo AB e grupo sanguíneo O). As emissões otoacústicas espontâneas e emissões otoacústicas por produto de distorção foram medidas em ambas as orelhas de todos os participantes. Resultados: (1) Os participantes do grupo sanguíneo O apresentaram ocorrências de emissões otoacústicas espontâneas significantemente menores do que os dos outros três grupos sanguíneos (A = 70%, B = 80%, AB = 67%, O = 25%, p < 0,05). (2) Os participantes do grupo sanguíneo O apresentaram amplitudes de emissões otoacústicas por produto de distorção mais baixas a 1257 Hz (M = 4,55 dB, DP = 8,36), 1587 Hz (M = 11,60 dB, DP = 6,57), 3174 Hz (M = 7,25 dB, DP = 5,99), 5042 Hz (M = 13,0, DP = 6,70) do que os participantes dos outros três grupos sanguíneos nas orelhas esquerdas (p < 0,05). Nas orelhas direitas, os participantes do grupo sanguíneo O apresentaram amplitudes reduzidas em 1257 Hz (M = 6,55 dB, DP = 8,36), 1587 Hz (M = 13,60 dB, DP = 6,57), 3174 Hz (M = 7,65 dB, DP = 6,43), 5042 Hz (M = 13,65 dB, DP = 6,50) em comparação aos participantes de grupos sanguíneos não O (p < 0,05). Conclusão: Os indivíduos do sexo feminino do grupo sanguíneo O apresentaram valores menores de emissões otoacústicas do que os indivíduos dos outros três grupos sanguíneos. É necessário continuar a investigar as possíveis relações entre o grupo sanguíneo ABO e a função coclear, inclusive as possíveis influências do dano por ruídos às células ciliadas externas da cóclea.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Previous research has suggested that individuals with different blood groups show varied incidences of noise-induced hearing loss. The reduced otoacoustic emissions amplitudes indicate the higher possibilities of outer hair cell damage for noise exposure. Objective: The objective is to analyze the characteristics of otoacoustic emissions, including the occurrence of spontaneous otoacoustic emission and the amplitudes of distortion product otoacoustic emission at certain frequencies in full term neonates with different ABO blood groups. Methods: A total of 80 selected full-term female neonates who passed the initial newborn hearing screen were enrolled into the study, with equal number of participants in four ABO blood groups (Blood Group A, Blood Group B, Blood Group AB, Blood Group O). Measurements of spontaneous otoacoustic emission and distortion product otoacoustic emission were performed in both ears for all participants. Results: (1) The blood group O participants showed significantly fewer spontaneous otoacoustic emission occurrences than the other three blood groups (A = 70%, B = 80%, AB = 67%, O = 25%, p < 0.05). (2) The blood group O participants showed lower DPOAE amplitudes at 1257 Hz (M = 4.55 dB, SD = 8.36), 1587 Hz (M = 11.60 dB, SD = 6.57), 3174 Hz (M = 7.25 dB, SD = 5.99), 5042 Hz (M = 13.60, SD = 6.70) than participants with the other three blood groups in left ears (p < 0.05). In right ears, the blood group O participants showed reduced amplitudes at 1257 Hz (M = 6.55 dB, SD = 8.36), 1587 Hz (M = 13.60 dB, SD = 6.57), 3174 Hz (M = 7.65 dB, SD = 6.43), 5042 Hz (M = 13.65 dB, SD = 6.50) than participants from non-O blood groups (p < 0.05). Conclusion: Female individuals with blood group O have lower otoacoustic emissions values than individuals with the other three blood groups. We need to further investigate the possible relationships between ABO blood group and cochlear function, including the potential influences of noise damage on cochlear outer hair cells.
  • Desordens olfativas e gustativas na COVID-19: uma revisão sistemática Review Article

    Costa, Klinger V.T. da; Carnaúba, Aline Tenório Lins; Rocha, Katianne Wanderley; Andrade, Kelly Cristina Lira de; Ferreira, Sonia M.S.; Menezes, Pedro de L.

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: O vírus SARS-CoV-2 causa a COVID-19 e é responsável pela maior pandemia desde o surto de influenza H1N1 de 1918. Os sintomas clássicos da doença já foram bem definidos pela Organização Mundial da Saúde; entretanto, distúrbios olfativo-gustativos têm sido relatados em alguns estudos, mas ainda com várias lacunas no entendimento e no consenso sobre a condução clínica desses casos. Objetivo: Identificar evidências na literatura científica sobre os distúrbios olfativo-gustativos acerca da apresentação clínica, prevalência e possíveis tratamentos específicos associados à COVID-19. Método: Revisão sistemática de artigos publicados até 25 de abril de 2020 nas bases de dados: Medline, Cochrane Clinical Trials, ScienceDirect, Lilacs, Scopus e Google Schoolar, OpenGrey.eu, DissOnline, The New York Academy of Medicine e Research Gate. Foram critérios de inclusão: 1) Estudos com indivíduos com COVID-19; 2) Registro dos sinais/sintomas da COVID-19 e das funções olfativo-gustativa. Foram critérios de exclusão: 1) Estudos sobre coronavírus não humano; 2) Artigos de revisão; 3) Estudos experimentais (em animais ou in vitro); 4) Distúrbios olfativos-gustativos iniciados previamente à infecção pelo SARS-CoV-2. A avaliação de risco de viés dos estudos selecionados foi feita por meio da escala de Newcastle-Ottawa. Resultados: Seis artigos dos 1.788 registros foram selecionados. Um total de 1.457 pacientes de diversas etnias foi avaliado; desses, 885 (60,7%) apresentaram perda do olfato e 822 (56,4%) perda do paladar, sendo as mulheres as mais afetadas. Os distúrbios olfativo-gustativos estiveram presentes mesmo sem obstrução nasal/rinorreia e com início mesmo antes dos sinais/sintomas clínicos da COVID-19; a recuperação do olfato/paladar, quando ocorre, geralmente se dá nas duas primeiras semanas após a resolução da doença. Há evidências de que os distúrbios olfativo-gustativos sejam fortes preditores de infecção pelo SARS-CoV-2, podendo-se recomendar o isolamento do paciente, já a partir da consulta médica, para evitar a disseminação do vírus. Não foram identificadas evidências científicas para tratamentos eficazes para qualquer dos distúrbios. Conclusão: Podem ocorrer distúrbios olfativo-gustativos em intensidades variáveis e prévios aos sintomas gerais da COVID-19, devem ser considerados como parte dos sintomas da doença, mesmo em quadros leves. Não há ainda evidências científicas de tratamentos específicos para tais distúrbios na COVID-19.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: The SARS-CoV-2 virus causes COVID-19, and it is responsible for the largest pandemic since the 1918 H1N1 influenza outbreak. The classic symptoms of the disease have been well defined by the World Health Organization; however, olfactory/gustatory disorders have been reported in some studies, but there are still several missing points in the understanding and in the consensus about the clinical management of these cases. Objective: To identify evidence in the scientific literature about olfactory/gustatory disorders, their clinical presentation, prevalence and possible specific treatments associated with COVID-19. Methods: A systematic review of articles published up to April 25, 2020 was performed in Medline, Cochrane Clinical Trials, ScienceDirect, Lilacs, Scopus and Google Schoolar, OpenGrey.eu, DissOnline, The New York Academy of Medicine and Reasearch Gate. Inclusion criteria: (1) Studies on patients with COVID-19; (2) Records of COVID-19 signs/symptoms, and olfactory/gustatory functions. Exclusion criteria: (1) Studies on non-human coronavirus; (2) Review articles; (3) Experimental studies (in animals or in vitro); (4) Olfactory/gustatory disorders initiated prior to SARS-CoV-2 infection. The risk assessment of bias of the selected studies was performed using the Newcastle-Ottawa scale. Results: Six articles from the 1788 records met the inclusion criteria and were analyzed. A total of 1457 patients of different ethnicities were assessed; of them, 885 (60.7%) and 822 (56.4%) had smell and taste disorders, respectively, with women being most often affected. There were olfactory/gustatory disorders even without nasal obstruction/rhinorrhea and beginning even before the signs/symptoms of COVID-19; the recovery of smell/taste, when it occurs, usually happened in the first two weeks after COVID-19 resolution. There is evidence that olfactory/gustatory disorders are strong predictors of infection by SARS-CoV-2, and it is possible to recommend patient isolation, as early as of the medical consultation, preventing the spread of the virus. No scientific evidence has been identified for effective treatments for any of the disorders. Conclusion: Olfactory/gustatory disorders may occur at varying intensities and prior to the general symptoms of COVID-19 and should be considered as part of the clinical features of COVID-19, even in mild cases. There is still no scientific evidence of specific treatments for such disorders in COVID-19 disease.
  • Estudo do potencial evocado auditivo de tronco encefálico com estímulo de fala na população pediátrica com e sem transtornos de linguagem oral: uma revisão sistemática Review Article

    da Silva, Jéssica Dayane; Muniz, Lilian Ferreira; Gouveia, Mariana de Carvalho Leal; da Hora, Laís Cristine Delgado

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: O potencial evocado auditivo de tronco encefálico com estímulo de fala (PEATE-fala) tem sido aplicado para observar como os sons da fala se manifestam no tronco encefálico. Essa ferramenta pode ser usada em crianças na avaliação do processamento auditivo central, permite intervenções preventivas e precoces. Objetivo: Conhecer os resultados encontrados no potencial evocado auditivo de tronco encefálico com estímulo de fala na população pediátrica com e sem transtornos de linguagem oral, por meio de revisão sistemática da literatura. Método: As buscas foram feitas nas bases de dados científicos Portal BVS, Pubmed, Lilacs, Medline, Scielo e Web of Science, OpenGrey.eu, DissOnline, OpenDoar, OAIster e The New York Academy of Medicine. Foi feita revisão sistemática da literatura, com os descritores auditory evoked potentials, children e seus sinônimos, combinados pelos operadores booleanos AND e OR. Foi usado o filtro de pesquisa “idade: criança”. A leitura dos estudos foi feita por pares de forma independente e em caso de discordância na inclusão de estudos um terceiro pesquisador foi consultado. Foram incluídos artigos originais do tipo caso-controle que fizeram o PEATE-fala sem ruído competitivo na população pediátrica sem e com transtornos de linguagem oral. Resultado: Foram incluídos 14 artigos publicados entre 2008 e 2019 na presente revisão. Foi observada variabilidade metodológica na realização do exame, a sílaba /da/ foi a mais usada para estimulação. Ao se fazerem médias dos grupos, observou-se que a população com distúrbio específico de linguagem apresentou maiores atrasos de latência na porção sustentada, menores valores de amplitude e slope do complexo VA. O grupo com transtorno fonológico obteve maiores valores na porção transiente das respostas. Conclusão: Crianças com alterações de linguagem de diferentes etiologias apresentam padrões de respostas do PEATE-fala distintos quando comparadas às crianças com desenvolvimento típico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: The brainstem auditory evoked potential with speech stimulus, BAEP-speech, has been applied to observe how speech sounds are manifested in the brainstem. This tool can be used in children to assess central auditory processing, allowing preventive and early interventions. Objective: To assess the results found in the brainstem auditory evoked potential with speech stimulus in the pediatric population with and without oral language disorders, through a systematic literature review. Methods: The search was carried out in the scientific databases Portal BVS, Pubmed, Lilacs, Medline, Scielo and Web of Science, OpenGrey.eu, DissOnline, OpenDoar, OAIster and The New York Academy of Medicine. A systematic literature review was performed using the descriptors: auditory evoked potentials, children and their synonyms, combined by the Boolean operators AND and OR. The search filter “age: child” was used. The studies were independently read by peers and, in case of disagreement regarding the inclusion of studies, a third researcher was consulted. Original case-control articles that performed BAEP-speech without competitive noise, carried out in the pediatric population without and with oral language disorders, were included. Result: 14 articles published between 2008 and 2019 were included in this review. Methodological variability was observed in the exam, with the syllable / da / being the most frequently used as the stimulus. When performing the average of the groups, it was observed that the population with specific language disorders showed greater latency delays in the sustained portion, lower amplitude values and VA complex slope. The group with phonological disorders had higher values in the transient portion of the responses. Conclusion: Children with language disorders of different etiologies have different patterns of BAEP-speech responses when compared to children with typical development.
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    Costa, Liliana; Mendes Leal, Laurentino; Vales, Fernando; Santos, Margarida
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    Çağıcı, Can Alper; Asma, Süheyl; Şener, Mesut
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    Kim, Dongwon; Choi, Kyung-Un; Kim, Hak-Jin; Cho, Kyu-Sup
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    Beyan, Cengiz; Beyan, Esin
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    Uyaguari, Juan Pablo; Quizhpe, Pedro Jose; Lima, Evelise
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