O trabalho científico seminal de Goethe, Versuch die Metamorphose der Pflanzen zu erklaren (Uma Tentativa de Interpretação da Metamorfose das Plantas), datado de 1790, criou a fundação para muitos domínios da biologia vegetal moderna. O conceito do arquétipo foliar, que considera os órgãos florais como folhas modificadas, é o mais conhecido e provou ser verdadeiro após a descrição molecular do modelo ABC para a determinação da identidade dos órgãos florais durante a última década. Todo o aparato teórico desse trabalho de Goethe de 1790 é analisado aqui e dois aspectos previamente desconsiderados da obra são reinterpretados: O conceito de ¨purificação da seiva¨ como um princípio direcional e os ¨ciclos de contração e retração¨ como ciclos de determinação diferencial do meristema apical caulinar. A reinterpretação desses conceitos concorda com a visão moderna de que redes de interações moleculares integram sinais endógenos e ambientais e regulam o desenvolvimento vegetal. Esta reanálise auxilia ainda na formalização de um arcabouço teórico que considera a conservação evolutiva dos mecanismos moleculares que regulam o desenvolvimento vegetal.
comportamento meristemático; desenvolvimento floral; expressão gênica; Goethe; teoria do desenvolvimento de plantas
