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Avaliação morfométrica da área do epidídimo e dos dúctulos eferentes e ductos epididimários da codorna doméstica, no decorrer do ano

Morphometric evaluation of the epididymal area and efferent ducts and epididymal ducts in the domestic quail, throughout the year

Resumos

Estudo morfométrico das porções cranial, média e caudal do epidídimo, no decorrer do ano, foi realizado utilizando-se 72 epidídimos de codornas domésticas, sendo coletados 6 epidídimos por mês. As porções do epidídimo foram avaliadas morfometricamente após a obtenção de 5 lâminas histológicas de 7 µm de espessura, de cada animal, e coradas pela técnica de Hematoxilina de Harris. As medidas morfométricas foram obtidas de 4 secções transversais, escolhidas aleatoriamente, de cada corte, totalizando 120 medidas por animal/mês. Através da objetiva de 40x, foram mensurados área do epidídimo, diâmetro e altura do epitélio de revestimento dos dúctulos eferentes proximais, distais e ductos epididimários com o auxílio de um analisador de imagens acoplado a um microscópio binocular "Zeiss". Os dados foram tratados estatisticamente através de um programa computacional "SAS". Analisando-se os resultados, verificou-se que a porção caudal do epidídimo apresentou-se significativamente maior que a porção cranial em relação à área do epidídimo e o diâmetro máximo do dúctulo eferente distal e epididimário, evidenciando, portanto, que a porção caudal é mais ativa que as porções média e cranial, à semelhança do que ocorre com os mamíferos.

Epidídimo; Codorna; Morfometria


A morphometrical study of the cranial, medial and caudal portions of the epididymis from 72 domestic quail was performed during one year, being six epididymides collected each month. The epididymal portions were morphometrically evaluated through five histological slides (7 µm thick) from each bird. The slides were stained by Harri’s hematoxilin. The morphometrical measures were taken from 4 transversal sections, randomly chosen, from each organs (120 measurements per bird each month). Measures were taken from the epididymal area. The diameter and thickness of the epithelium in the proximal and distal efferent ductules and the epididymal ducts were also measured, using 40x magnification lenses and an image analyzer coupled with a binocular Zeiss microscope. Statistical analyses were performed using the SAS computer program. The analyses of the results showed that the caudal portion of the epididymus was significantly larger than the cranial portion when comparing the epididymal area and the major diameter of the distal and epididymal efferent ductules. These data suggested that the caudal portion is more active than the medial and cranial ones, similar to what occurs in mammals.

Epididymis; Quail; Morphometry


Avaliação morfométrica da área do epidídimo e dos dúctulos eferentes e ductos epididimários da codorna doméstica, no decorrer do ano

Morphometric evaluation of the epididymal area and efferent ducts and epididymal ducts in the domestic quail, throughout the year

Silvana Martinez Baraldi ARTONI1 1 Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 2 Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 3 Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP, Ribeirão Preto - SP 4 Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências da UNESP, Botucatu - SP 5 Departamento de Ciência da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - SP ; Helio Luis MANOEL2 1 Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 2 Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 3 Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP, Ribeirão Preto - SP 4 Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências da UNESP, Botucatu - SP 5 Departamento de Ciência da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - SP ; Tereza Lúcia Lamano CARVALHO3 1 Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 2 Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 3 Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP, Ribeirão Preto - SP 4 Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências da UNESP, Botucatu - SP 5 Departamento de Ciência da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - SP ; Antonio Marcos ORSI4 1 Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 2 Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 3 Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP, Ribeirão Preto - SP 4 Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências da UNESP, Botucatu - SP 5 Departamento de Ciência da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - SP ; Maira Aparecida STEFANINI5 1 Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 2 Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP 3 Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP, Ribeirão Preto - SP 4 Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências da UNESP, Botucatu - SP 5 Departamento de Ciência da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - SP

CORRESPONDÊNCIA PARA:

Silvana Martinez Baraldi Artoni

Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP

Campus de Jaboticabal

Rodovia Carlos Tonanni, km 5

14870-000 – Jaboticabal – SP

e-mail: smbart@fcav.unesp.br

RESUMO

Estudo morfométrico das porções cranial, média e caudal do epidídimo, no decorrer do ano, foi realizado utilizando-se 72 epidídimos de codornas domésticas, sendo coletados 6 epidídimos por mês. As porções do epidídimo foram avaliadas morfometricamente após a obtenção de 5 lâminas histológicas de 7 µm de espessura, de cada animal, e coradas pela técnica de Hematoxilina de Harris. As medidas morfométricas foram obtidas de 4 secções transversais, escolhidas aleatoriamente, de cada corte, totalizando 120 medidas por animal/mês. Através da objetiva de 40x, foram mensurados área do epidídimo, diâmetro e altura do epitélio de revestimento dos dúctulos eferentes proximais, distais e ductos epididimários com o auxílio de um analisador de imagens acoplado a um microscópio binocular "Zeiss". Os dados foram tratados estatisticamente através de um programa computacional "SAS". Analisando-se os resultados, verificou-se que a porção caudal do epidídimo apresentou-se significativamente maior que a porção cranial em relação à área do epidídimo e o diâmetro máximo do dúctulo eferente distal e epididimário, evidenciando, portanto, que a porção caudal é mais ativa que as porções média e cranial, à semelhança do que ocorre com os mamíferos.

UNITERMOS: Epidídimo; Codorna; Morfometria.

INTRODUÇÃO

Ao contrário dos mamíferos, verificou-se em aves que o epidídimo não apresenta uma diferenciação regional em cabeça, corpo e cauda, uma vez que os dúctulos eferentes surgem por toda a extensão do epidídimo11. Sendo assim, apresenta-se como uma estrutura única alongada e fusiforme, estando inserido na borda dorsomedial do testículo.

Em galos17, demonstrou-se que 70 dúctulos eferentes espiralados largos, forrados por epitélio cilíndrico pseudoestratificado8, partem do testículo. Ao longo da sua extensão, estes dúctulos tornam-se mais estreitos e numericamente reduzidos para 50, apresentam um revestimento epitelial pseudoestratificado cilíndrico ciliado8 e se abrem no ducto epididimário, que é muito curto, comparado com o dos mamíferos.

Budras; Sauer4 designaram as porções mais alargadas como dúctulos eferentes proximais e as partes mais estreitas como dúctulos eferentes distais, os quais se unem ao ducto epididimário (derivado ao ducto de WOLFF). Verificou-se também que, nos dúctulos eferentes proximais de galos sexualmente maduros, o diâmetro do lúmen passa de 140 para 300 µm e se encontra preenchido por pregas epiteliais, ricas em células ciliadas, enquanto nos dúctulos eferentes distais o diâmetro luminal passa de 60 para 140 µm4. Topograficamente, os ductos epididimários ocupam a região lateral do epidídimo, mostram-se bastante largos, e são constituídos por células ciliadas, usualmente preenchidos por esperma e seu diâmetro aumenta de 190 para 270 µm, no período reprodutivo4.

Trabalhando com a região epididimária de patos Anas phatyrhynchos, através de estudos com microscopia eletrônica, Aire3 confirmou que os dúctulos eferentes distais apresentavam muito mais células ciliadas do que os dúctulos eferentes proximais, onde prevalecem as células não-ciliadas, tipo I. Já os dúctulos conectados e epididimários apresentam apenas células colunares altas.

Geralmente, os dúctulos eferentes e conectados são muito retorcidos e aparentemente anastomosam-se ao acaso, formando em casos extremos uma rede de dúctulos que se unem ao ducto epididimário17. Stoll; Maraud17 relataram, também, que os dúctulos eferentes apresentam um diâmetro luminal médio de 500 µm, porém bem próximos aos dúctulos conectados, estes diâmetros se estreitam apresentando até 100 µm9.

A região epididimária, constituída pelas células epiteliais dos dúctulos eferentes, parece ser de fundamental importância no transporte e maturação de espermatozóides4, secreção e reabsorção de fluidos e remoção de espermatozóides degenerados10,18,19.

Parece que o espermatozóide adquire capacidade de movimentação, após sua passagem pelo epidídimo. A secreção epididimária parece favorecer a maturidade fisiológica do espermatozóide12. O epidídimo dos mamíferos, além de desempenhar esta função, tem a capacidade de estocar espermatozóides7, enquanto nas aves os espermatozóides amadurecem ao nível do epidídimo, estando prontos para serem armazenados no ducto deferente13.

Na codorna japonesa, o espermatozóide aumenta sua capacidade de motilidade ao passar pelos ductos epididimários, sendo que a duração de sua passagem através destes ductos é rápida e de somente 1 a 2 dias6 em comparação aos 8 a 25 dias observados em mamíferos14.

Quanto à morfologia microscópica, vários trabalhos abordam a histologia dos dúctulos eferentes, conectados e ductos epididimários do galo2,11, além da estrutura e peculiaridades ultra-estruturais do epidídimo5,18.

No entanto, não foram encontradas referências em codornas Coturnix coturnix japonica, abordando aspectos morfométricos das porções cranial, média e caudal do epidídimo, no decorrer do ano, uma vez que a atividade espermatogênica da codorna é cíclica.

MATERIAL E MÉTODO

Foram utilizados 72 epidídimos de codornas domésticas Coturnix coturnix japonica sexualmente maduras, sendo coletados 6 epidídimos por mês, escolhidos aleatoriamente, ao longo de um ano.

As codornas foram sacrificadas por saturação anestésica com éter etílico e os epidídimos foram abordados mediante a realização de laparotomia abdominal e evisceração do trato gastrointestinal. Os epidídimos foram dissecados em microscópio estereoscópico Olympus PM 10 AD, fixados (24 horas) em solução de Bouin e seccionados em três porções: cranial, média e caudal. Os fragmentos foram destinados à rotina histológica envolvendo desidratação, clarificação e inclusão dos tecidos em paraplast. Cinco cortes de 7 µm de espessura foram obtidos de cada animal e corados pela técnica de hematoxilina de Harris. Após a obtenção do material histológico, este foi analisado em fotomicroscópio Olympus BH-2 (Micronal-Metter, Brasil).

Para as mensurações da área do epidídimo, do diâmetro e da altura do epitélio de revestimento dos dúctulos eferentes proximais, distais e ductos epididimários, utilizou-se analisador de imagens acoplado a microscópio binocular "Zeiss", fixando –se as observações na objetiva de 40x. As medidas morfométricas foram obtidas de quatro seccões transversais, escolhidas aleatoriamente, de cada corte, totalizando 20 e 120 secções transversais de túbulos epididimários por animal e por mês, respectivamente, para cada parâmetro analisado, nas porções cranial, média e caudal do epidídimo.

Os dados foram tratados estatisticamente através de programa computacional "SAS"15, utilizando o método de parcelas subdivididas, tendo como parcelas os meses e subparcelas as partes (cranial, média e caudal).

RESULTADOS

Área do epidídimo

Observou-se que no decorrer do ano a área do epidídimo variou significativamente (p<0,05), apresentando valores máximos em maio e valores mínimos em novembro e dezembro. Em relação às porções cranial, média e caudal, detectou-se ainda que a área da caudal é significativamente maior que a da cranial, ao longo de todo o ano (Tab. 1 e Fig. 1).

Tabela 1

Figura 1

Diâmetro máximo do dúctulo eferente proximal do epidídimo

Observou-se variação significativa (p<0,05) no decorrer do ano, sendo que, no mês de abril, o diâmetro foi significativamente maior que em dezembro. Com relação às porções cranial, média e caudal, verificou-se que os diâmetros são semelhantes entre si, ao longo do ano (Tab. 1 e Fig. 2).

Figura 2

Diâmetro máximo do dúctulo eferente distal do epidídimo

Constatou-se variação significativa (p<0,05) no decorrer do ano, sendo que os maiores diâmetros dos dúctulos eferentes distais ocorreram nos meses de março e abril e os menores diâmetros ocorreram em dezembro, janeiro e fevereiro. Em relação às porções do dúctulo eferente distal, verificou-se que o diâmetro da porção caudal é significativamente maior que o diâmetro da cranial, ao longo do ano (Tab. 1 e Fig. 3).

Figura 3

Diâmetro máximo do ducto epididimário

Verificou-se que houve variação significativa (p<0,05) entre os meses do ano, sendo que o diâmetro do ducto de março a junho não apresentou alteração alguma, porém diferiram significativamente com os demais meses, apresentando os menores diâmetros nos meses de novembro, dezembro e janeiro. Analisando a porção cranial, média e caudal do diâmetro do ducto epididimário, pudemos verificar que os diâmetros do ducto da porção média e caudal são significativamente maiores (p<0,05), ao longo do ano, em relação à porção cranial (Tab. 1 e Fig. 4).

Figura 4

Altura do epitélio de revestimento do dúctulo eferente proximal do epidídimo

Observou-se que ocorreu variação significativa (p<0,05) entre os meses do ano, sendo que a maior altura do dúctulo eferente proximal foi observada no mês de março em comparação com os meses de novembro, dezembro e janeiro, que foram semelhantes entre si. Analisando a altura do epitélio das porções cranial, média e caudal do dúctulo eferente proximal, ao longo do ano, não se observou nenhuma diferença significativa entre elas (Tab. 1 e Fig. 5).

Figura 5

Altura do epitélio de revestimento do dúctulo eferente distal do epidídimo

Ocorreu variação significativa (p<0,05) no decorrer do ano, destacando os meses de março e dezembro, onde ocorreram as maiores e as menores alturas do epitélio do dúctulo eferente distal do epidídimo, respectivamente. No entanto, a altura do epitélio deste dúctulo foi semelhante nas três porções (cranial, média e caudal), no decorrer do ano (Tab. 1 e Fig. 6).

Figura 6

Altura do epitélio de revestimento do ducto epididimário

Houve variação significativa (p<0,05) entre os meses do ano, ocorrendo em março e dezembro as maiores e menores alturas do ducto epididimário, respectivamente. Com relação à altura do ducto na porção caudal, esta é significativamente maior que a média e a cranial no decorrer do ano (Tab. 1 e Fig. 7).

Figura 7

DISCUSSÃO

De acordo com os resultados que obtivemos na codorna, os dúctulos eferentes (proximais e distais) constituem a maior fração de todo o volume epididimário, estando de acordo com as observações no galo18, na codorna japonesa1 e no pombo16. Isto nos sugere que os dúctulos eferentes têm um papel particularmente importante na região epididimária das aves. Aire1, investigando os dúctulos referentes de codornas japonesas, sexualmente maduras, verificou que os dúctulos eferentes proximais apresentavam diâmetros maiores em relação aos dúctulos eferentes distais e, portanto, absorviam maior quantidade de fluido proveniente da região do testículo. Nossos resultados, na codorna, confirmam estas observações no decorrer do ano.

Mudanças sazonais do epidídimo são extraordinariamente grandes no comportamento reprodutivo das codornas, uma vez que tanto o diâmetro dos dúctulos eferentes e ducto epididimário como a altura do epitélio germinativo aumentaram (fase proliferativa) e diminuíram (fase regressiva) nos meses de março a maio e nos meses de junho a novembro, respectivamente, apresentando-se totalmente inativos de dezembro a fevereiro (fase de repouso). Resultados semelhantes foram observados no ganso (Anser melanotus)12, no qual se observou que durante a estação reprodutiva, os dúctulos apresentaram diâmetro bem desenvolvido, além dos espermatozóides preencherem completamente o lúmen. Ainda nestes animais, na fase de repouso, os espermatozóides que não foram ejaculados sofreram liquefação e grande número de espermatozóides penetrou na parede dos dúctulos epididimários.

O epidídimo da codorna doméstica, em contraste com os mamíferos, é muito curto e não apresenta uma divisão nítida com relação às porções cranial, média e caudal11, uma vez que os dúctulos eferentes surgem por todo o comprimento do órgão. Porém, analisando as estruturas dos ductos epididimários, Tingari18 observou que a porção caudal do ducto apresenta um diâmetro maior em relação à porção cranial do ducto epididimário. Resultados semelhantes ocorreram na codorna no decorrer do ano em relação ao diâmetro e altura do epitélio dos ductos epididimários deste animal.

CONCLUSÕES

O comportamento do diâmetro e da altura do epitélio de revestimento dos dúctulos eferentes e ducto epididimário evidenciou uma atividade epididimária máxima e mínima nos meses de março e dezembro, respectivamente.

Quando dividimos o epidídimo em três porções, cranial, média e caudal, verificamos que a porção caudal é significativamente maior que a porção cranial, resultado observado através da área do epidídimo, diâmetro máximo do dúctulo distal e do ducto epididimário e da altura do epitélio do ducto epididimário. A razão da porção caudal ser mais desenvolvida que a cranial pode ser devida ao fato dos dúctulos e ducto desta região serem mais atuantes no metabolismo do esperma e maturação dos espermatozóides à semelhança do que ocorre na cauda do epidídimo dos mamíferos.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) por favorecer a realização deste trabalho.

SUMMARY

A morphometrical study of the cranial, medial and caudal portions of the epididymis from 72 domestic quail was performed during one year, being six epididymides collected each month. The epididymal portions were morphometrically evaluated through five histological slides (7 µm thick) from each bird. The slides were stained by Harri’s hematoxilin. The morphometrical measures were taken from 4 transversal sections, randomly chosen, from each organs (120 measurements per bird each month). Measures were taken from the epididymal area. The diameter and thickness of the epithelium in the proximal and distal efferent ductules and the epididymal ducts were also measured, using 40x magnification lenses and an image analyzer coupled with a binocular Zeiss microscope. Statistical analyses were performed using the SAS computer program. The analyses of the results showed that the caudal portion of the epididymus was significantly larger than the cranial portion when comparing the epididymal area and the major diameter of the distal and epididymal efferent ductules. These data suggested that the caudal portion is more active than the medial and cranial ones, similar to what occurs in mammals.

UNITERMS: Epididymis; Quail; Morphometry.

Recebido para publicação: 24/03/1998

Aprovado para publicação: 24/05/1999

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  • 1
    Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP
    2 Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal - SP
    3 Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP, Ribeirão Preto - SP
    4 Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências da UNESP, Botucatu - SP
    5 Departamento de Ciência da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - SP
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Set 2000
    • Data do Fascículo
      1999

    Histórico

    • Recebido
      24 Mar 1998
    • Aceito
      24 Maio 1999
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